domingo, 13 de maio de 2012

O sistema de Cotas é um tema polêmico, mas numa questão há concordância geral: o povo negro  ainda é o mais explorado em nossa sociedade. A maioria dos trabalhadores negros estão nos piores empregos e, mesmo com trabalho igual ao branco, recebe salário menor.
O racismo, assim como o machismo, é uma importante ferramenta do capitalismo para aumentar a exploração sobre os trabalhadores do mundo por isso a luta contra o racismo deve ser acompanhada pela luta contra o capitalismo.



Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra realiza jornada em defesa de reparações e direitos ao povo negro


Cartaz de divulgação
Em 13 de maio, o Estado brasileiro celebra a “abolição da escravidão”. Contudo, para negros e negras, há muito pouco o que comemorar. Por isso mesmo, longe de ser um “dia de festa”, para nós, este é um dia de denúncia do racismo. E, infelizmente, passados 124 anos desde que o Brasil tornou-se o último país do mundo a libertar seus escravos, há muito o que denunciar.
Afinal, hoje, negros e negras ainda formam a maioria dos mais pobres, dos sem-teto e sem-terra e daqueles que não têm acesso à educação, à saúde, ao transporte, à moradia, à terra e ao trabalho dignos. E, ao mesmo tempo, lamentavelmente, também é negra a maioria dos jovens vitimados pela violência social e racial, inclusive (e especialmente) por parte dos agentes de repressão do próprio Estado.

Reparações já! Queremos direitos e justiça!

Diante desta situação, bem como da crescente onda de higienização étnico-social e criminalização da pobreza e dos movimentos sociais que temos presenciado país afora, o Comitê contra o Genocídio da Juventude Negra (que congrega mais de 20 entidades dos movimentos negro e popular e, recentemente, esteve à frente da “ocupação” do shopping Higienópolis) organizou uma “jornada de lutas” na semana que antecede o “13 de maio” deste ano.
O tema central da jornada – “Contra as cotas, só os racistas!” – tem como objetivo a implementação imediata de políticas de ações afirmativas, particularmente nas universidades estaduais de S. Paulo (que se recusam a adotar medidas efetivas neste sentido).
Contudo, esta não é única reparação que necessitamos. Também sairemos às ruas em luta contra os ataques às terras remanescentes de Quilombos cuja existência vem sido ameaçada tanto por latifundiários quanto pelas “grandes obras” promovidas pelas três esferas de governo (municipais, estaduais e federal).


Mães pretas, mães de luto e de luta!

Neste “13 de maio”, quando também se celebra o “dia das mães”, o Comitê levará às ruas as histórias de sofrimento e, principalmente, de luta de todas as “mães pretas” que tiveram (e continuam tendo) suas vidas marcadas pelo sofrimento e pela luta.

Assim, estarão conosco a memória de Dandara (comandante do exército do Quilombo de Palmares) e Luiza Mahin (dirigente da Revolta dos Malês, em 1835, e mãe do militante abolicionista Luís Gama). Como também marcharemos ombro-a-ombro com as “Mães de Maio”, cujos filhos, companheiros, amigos e parentes foram assassinados há seis anos, quando agentes policiais e paramilitares ligados a grupos de extermínio mataram mais de 560 pessoas durante apenas oito dias, numa suposta ação contra o PCC.

Além de exigir justiça para estas mulheres, a “jornada de lutas” do Comitê também irá levar para as ruas a luta contra as muitas formas de opressão e exploração que, combinando machismo e racismo, marcam profundamente a vida das mulheres negras: da imposição de padrões eurocêntricos de beleza à superexploração em postos de trabalho precarizados e terceirizados; da tentativa de transformá-las em objetos sexuais à violência doméstica; da falta de assistência médica à impossibilidade de acesso à educação e creches.

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