segunda-feira, 21 de maio de 2012

Chile: cem mil estudantes voltam às ruas


Nos novos protestos, uma novidade: manifestantes reivindicam reforma tributária, para financiar acesso de todos ao ensino superior
Galeria de fotos: Elaine Santana
As longas jornadas de luta dos estudantes, que sacudiram o Chile em 2011, podem estar de volta. Cem mil manifestantes tomaram as ruas de Santiago na quarta-feira (16/5). Voltaram a reivindicar uma reforma universitária que democratize o acesso ao ensino superior, sem submeter os universitários a compromissos com o sistema financeiro. Conhecidos pela criatividade que marcou suas iniciativas no ano passado, agora deram um passo adiante.
Apresentaram planos concretos em favor da Educação pública. “Pedimos uma reforma tributária que redistribua a riqueza, para estabelecer a educação como direito universal”, afirmou Gabriel Boric, o novo presidente da Federação dos Estudantes do Chile (Fech). Um conjunto de propostas apresentadas pela Fech permitiria, segundo ele, arrecadar cerca de 1 bilhão de dólares ao ano.
Os recursos suprimiriam uma das características mais perversas do sistema universitário chileno. Como não há mais gratuidade no ensino, desde a ditadura Pinochet, centenas de milhares de estudantes são obrigados a obter empréstimos junto aos bancos e iniciam a vida profissional gravemente endividados.
Como o governo, chefiado pelo megaempresário Álvaro Piñera, resiste à proposta, é provável que o movimento retorne às ruas, nas próximas semanas. A fotógrafa brasileira Elaine Santana, que está em Santiago, fotografou o primeiro grande protesto do ano.

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