3° Marcha Contra a Homofobia defende que educação e criminalização são o caminho
17/05/2012Este ano o tema foi “Homofobia tem cura: educação e criminalização”. Desde a concentração, na Praça dos Três Poderes, os militantes esquentavam os motores puxando palavras de ordem como: “Assim não dá se tem homofobia tem que criminalizar” ou, ainda, “ôôô Dilma pisou na bola a homofobia continua na escola”.
Alegre e colorida à atividade, organizada pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), contou com intervenções sobre a importância de ensinar nas escolas o respeito às diferenças. Outro alvo de criticas foi à dificuldade encontrada na aprovação do PLC 122 no Senado.
A professora Amanda Gurgel falou sobre as expectativas com a eleição da primeira presidente do Brasil e abordou necessidade dos participantes da marcha exigirem a aprovação imediata do PLC 122. “Infelizmente o país não mudou com a eleição de uma mulher, continuamos vendo o assassinato de homossexuais. Somente com a criminalização da homofobia é que esta realidade pode mudar”, disse a professora.
O servidor do Ibama e diretor do Sindsef-SP, Carlos Daniel Toni, marcou presença ao lado do seu companheiro, Flávio, e de seus dois filhos. Toni pediu o fim das mortes de homossexuais, bissexuais, transexuais e travestis. “Nós queremos parar de enterrar gays e travestis no Brasil. Infelizmente no governo Dilma o número de assassinatos de gays, lésbicas, travestis e transexuais aumentou”, desabafou pedindo a criminalização da homofobia.
Próximo do encerramento, os Deputados Chico Alencar e Jean Wyllys (PSOL-RJ), além do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que saíam da cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, fizeram uma saudação aos ativistas. Em suas falas afirmaram que a luta pelos direitos LGBT e a instalação da comissão da verdade é um passo importante para combater o obscurantismo e à intolerância no país.
A emoção ficou a cargo do grupo Mães pela Igualdade, que durante a caminhada leram a Carta às mães e pais brasileiros. A mensagem relata as experiências das mães que compõem o grupo: a impotência e dor de ter um filho vítima da humilhação, ofensa, agressão e assassinato motivados por homofobia.
Solange Gadelha, mãe do estudante de Direito Enilson Gadelha Lima, 28, contou que ao descobrir a orientação sexual de seu filho percebeu duas coisas importantes: primeiro que seu amor era incondicional e segundo que precisaria entrar na luta para defender os direitos de seu filho. “Acredito que tenho a tarefa de abrir portas para meu filho”, confidenciou.
Solange e outras 22 mães formam a ONG ABCD’S (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), no grande ABC. O grupo nasceu há dois anos com o objetivo de lutar contra o preconceito que seus filhos homossexuais enfrentam. “Além de abrir as portas do nosso coração é preciso ajudá-los em todos os aspectos da sociedade”, concluiu Solange.
Com informações do Sindsef-SP
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