A coragem desses (as) trabalhadores (as) é uma lição para toda a classe. Enfrentam inúmeras ameças, inclusive de demissão, mas não abrem mão de sua dignidade.
Reparem na singeleza das reivindicações. É revoltante comparar o preço de um imóvel com o salário que é pago para quem o constrói. Quem fica com o lucro? Os patrões!
Nota Pública sobre a greve dos operários da C. Civil de Fortaleza que completa 21 dias
28/05/2012Nota Pública sobre a nossa greve
Estamos em nosso 18º dia de Greve. Hoje, realizamos na Praça Portugal mais uma assembleia geral de nossa categoria e votamos, por unanimidade, pela manutenção do processo grevista.
Dirigimo-nos ao povo Cearense para agradecer o apoio e solidariedade que temos recebido ao longo desses dias de imensa batalha e longas caminhadas, onde lutamos por um pouco mais de dignidade, respeito, melhores condições de trabalho e de salário.
Temos enfrentado uma intransigência absurda por parte dos empresários da indústria da construção civil que, obtém lucros exorbitantes com caras vendas de prédios luxuosos que brotam em cada esquina da cidade. Fortaleza, possuí atualmente inúmeros canteiros de obras.
Através desta nota desejamos esclarecer a verdade de nosso movimento, denunciando as informações incompletas, distorcidas e desatualizadas que, infelizmente são veiculadas em alguns dos meios de comunicação cearenses.
Para o trabalhador, é muito importante que a população saiba o quanto são modestas as nossas reivindicações:
Piso salarial para o servente de obra: R$ 640,00
Piso Salarial para o meio profissional: R$ 725,00
Salário do profissional: R$ 970,00
Mestre de obras: R$ 1.700,00
Encarregado de obra: 1.150,00
Reajuste para outras profissões de 9,47%
Cesta-básica no valor de R$ 50,00
Não desconto dos dias de greve
Lutamos também pelo fim das mortes e acidentes de trabalho, desde o ano passado, 28 operários morreram no exercício de sua profissão.
O fato é que os empresários se recusam a dar um aumento de R$ 15,00 mensal no valor da cesta-básica e querem impor um salário miserável de menos de R$ 640,00, e para conseguir satisfazer sua ganância ainda desencadeiam uma verdadeira campanha que visa criminalizar o direito, LEGAL E LEGITIMO, do exercício da greve.
Somos atacados violentamente por alguns meios de comunicação impressos e televisivos de uma forma extremamente pejorativa e agressiva que suprimem, de maneira intencional, a verdadeira razão do impasse.
Reafirmamos nossa disposição de seguir na luta pelos nossos direitos e contamos com o apoio de todos na defesa por melhores condições de vida e de trabalho.
Somos pais e mães de família, e através deste comunicado, buscamos deixar pública a verdade.
Nestor Bezerra
Coordenador Geral do STICCRMF – Filiado à CSP-Conlutas
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