O setor da construção civil está em alta, mas em alta mesmo está o lucro das empreiteiras e construtoras. Quanto aos trabalhadores, além dos baixos salários trabalham em condições precárias arriscando suas vidas. Não é a toa que os acidentes nas construção civil são tão grandes.
Vejam na notícia abaixo as condições em que trabalhavam cerca de 50 trabalhadores.
Vejam na notícia abaixo as condições em que trabalhavam cerca de 50 trabalhadores.
Em Campinas, obra de 8 torres é interditada
Divulgação
"Obra só será liberada após o cumprimento dos itens
exigidos"
CAMPINAS - A falta de segurança e as precárias condições aos
trabalhadores levaram o Ministério Público do Trabalho a interditar oito torres
de um condomínio empresarial em construção em Campinas, no interior de São
Paulo, próximo do bairro nobre de Alphaville. O procurador do Trabalho Ronaldo
Lira informou que os trabalhadores da construção 'corriam risco de morte'.
Na fiscalização feita pela MPT, após denúncia anônima, foram
encontradas irregularidades que colocam em risco tanto a vida como a saúde dos
trabalhadores. Segundo o procurador, havia andaimes irregulares, sem proteções
laterais contra quedas, falta de banheiros em condições de uso, o refeitório era
improvisado, havia ligações elétricas clandestinas e trabalhadores sem registro
em carteira. Cerca de 50 pessoas trabalhavam na obra.
Na fiscalização feita e registrada em imagens pelo Ministério
Público do Trabalho da 15ª Região (Campinas), foi constatado que os funcionários
corriam o risco de cair dos andaimes e ainda levarem choque elétrico devido às
instalações precárias. Eles ainda usavam como área de descanso o próprio espaço
da obra, dividindo o lugar com materiais de construção e entulho. Não havia
também armário e os pertences dos trabalhadores eram guardados sobre as latas de
tinta de forma improvisada. 'As irregularidades encontradas expõem os
trabalhadores a risco de morte, de modo que a interdição do empreendimento foi
inevitável', disse o procurador por meio da assessoria de imprensa.
A empresa Lógica Engenharia, responsável pelo empreendimento,
foi notificada e será obrigada a resolver os problemas, sob pena de multa de R$
50 mil. Além de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta, a empresa terá que
pagar R$ 20 mil à entidades assistenciais por danos morais causados à
coletividade, segundo o Ministério Público do Trabalho.
Por determinação do procurador, R$ 10 mil serão doados (em
dinheiro, bens ou equipamentos) ao Núcleo Mãe Maria e os outros R$ 10 mil à
Creche Casa das Crianças Caminho Feliz. Segundo o MPT, outra irregularidade
encontrada foi quanto a terceirização de serviços. A Lógica contratou uma
empresa para prestar serviços de instalação de vidros na obra, a Alquali. Essa
firma teria delegado a um de seus trabalhadores a função de contratar
informalmente operários para finalizar os trabalhos nas oito torres.
Segundo o procurador, a empresa fez isso 'sem efetuar o
registro em carteira dos empregados, nos moldes de um ''gato'''. Para Lira, a
responsável pela obra deveria exigir da contrata por ela o registro dos
contratos de trabalho dos trabalhadores encontrados em condições irregulares. A
Alquali deverá se responsabilizar de forma solidária no cumprimento das
exigências. A empresa Lógica foi procurada pela reportagem, mas ninguém
respondeu aos pedidos de informação. Nenhum responsável pela Aquali foi
localizado para comentar o assunto. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção
Civil deve acompanhar agora o cumprimento das exigências feitas pelo Ministério
Público do Trabalho. A obra só será liberada após o cumprimento de todos os
itens exigidos.
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