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Operários em greve do Comperj fazem manifestação no centro do Rio
Os 15 mil operários do maior complexo petroquímico da América Latina estão de braços cruzados desde o dia 9
APN | ||
Manifestação reuniu quase mil
operários |
• Os trabalhadores das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, em greve há mais de duas semanas, realizaram uma grande manifestação no centro do Rio nesse dia 25 de abril. Eles exigem reajuste salarial, aumento no vale-alimentação, além de melhorias no transporte, alojamento e alimentação. As condições de trabalho nas obras são precárias no atendimento aos 15 mil trabalhadores do local.
Após realizarem uma assembleia no Comperj, os operários se dirigiram à sede da Petrobrás no Rio, a fim de exigir que a estatal intervenha no conflito trabalhista. Foram necessários mais de vinte ônibus para transportar os trabalhadores até a capital carioca.
Embora a construção do complexo seja de responsabilidade da Petrobrás, elas são tocadas por 27 consórcios que reúnem cada um grandes empreiteiras, incluindo gigantes como a Camargo Correa e a Delta Construções, envolvida no escândalo de corrupção com o bicheiro Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) em Brasília.
Após protestarem na sede da estatal, os cerca de mil operários caminharam em passeata rumo à ALERJ, na Praça XV, para pressionar os parlamentares a resolverem a questão. Além das melhorias nas condições de trabalho, os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 12% do piso, atualmente em R$ 860.
Greve no PAC
O Comperj consiste numa gigantesca obra, uma das principais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que compreende a construção de duas refinarias e uma plataforma, programadas para serem entregues em 2014. As empreiteiras, porém, além de se negarem a negociar com os trabalhadores, trata o movimento com repressão, cortando os salários dos grevistas e, segundo denúncias dos trabalhadores, até mesmo mantendo em cárcere privado alguns operários dentro das obras.
A greve que já dura mais de duas semanas se soma às revoltas dos operários na construção da hidrelétrica de Jirau, no estado de Rondônia, e à greve em Belo Monte, no Pará. São obras do PAC, pagas com dinheiro público a grandes empreiteiras, que superexploram os operários e os submetem a condições degradantes.
“Não é possível que o governo federal se mantenha omisso frente a essa situação, essas obras são tocadas com dinheiro público, é obrigação dele intervir nesses conflitos em defesa dos trabalhadores” afirma Atnágoras Lopes, dirigente da CSP-Conlutas, que acompanhou as mobilizações no Comperj e está no Pará prestando solidariedade aos operários
Fonye: site CSP Conlutas
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