ETA POVO QUE NÃO PRA DE LUTAR!
Índios da Ocupação Aldeia Maracanã no Rio prometem resistir à iminência de desocupação
O clima é de tensão na ocupação indígena da Aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro. No final de semana, a Tropa de Choque cercou o local sem mandado de reintegração de posse para retirar à força os índios. A pressão de movimentos de ativistas, artistas e cineastas que estavam na ocupação, apoiando a resistência dos índios, fez com que o BOPE recuasse.
A reintegração de posse pode ser expedida hoje e, assim, a desocupação ocorrerá a qualquer momento.
O governo quer demolir o espaço para construção de obras do projeto para o novo estádio para a Copa. No local, localizado no entorno do Estádio Mario Filho, funcionava o antigo Museu do Índio, desativado na década de 70, porém reocupado por indígenas há oito anos.
Integrantes da CSP-Conlutas estiveram na ocupação, neste final de semana, prestando solidariedade aos indígenas.
“O clima na Aldeia Maracanã é de resistência contra a desocupação”, disse o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Julio Condaque, também dirigente do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, presente neste final de semana na Ocupação.
Condaque explicou que o empresário Eike Batista, o Comitê da Copa e o governo, estão com uma ação, que tramita há três anos, de liberação do espaço para no lugar construir um estacionamento.
O estado decidiu alienar o espaço para outros fins, contrariando um processo dos indígenas para o tombamento do local.
Segundo o dirigente da CSP-Conlutas, 37 etnias montaram a Associação Indígena da Aldeia Maracanã no antigo museu. Os integrantes dessa entidade criaram esse status jurídico para que eles pudessem negociar com o governo a posse do local para os indígenas. “A Ocupação serve como símbolo de resistência dos índios e de luta de preservação de sua cultura e costumes”, salientou.
“É uma faxina étnica o que estão fazendo
contra os índios. Não pode ter pobre, indígena ou negros no entorno dos
estádios da Copa e dos grandes eventos”, ressaltou Condaque.
“No mês em se completa um ano da desocupação do Pinheirinho vemos novamente o braço do estado agir contra as minorias, visando somente o lucro. Desta vez, os povos originários que sofrem com a iminência de desocupação. Não podemos permitir e vamos resistir com eles até o final”, disse o dirigente.
A Aldeia Maracanã junto a sua assessoria jurídica impetrou sete ações contra essa tentativa desocupação. Duas ações estaduais caíram, as ações federais ainda não foram derrubadas.
Entidades ligadas à OAB, Procuradoria Geral da União, informaram que o local é de propriedade da União e teoricamente o estado não pode interferir. Segundo esses órgãos, a liminar estadual para desocupação, também não está cumprindo alguns critérios como garantia de proteção aos ocupantes.
O advogado da ocupação indígena da Aldeia Maracanã está indo para Brasília para tentar junto aos órgãos competentes impedir a desocupação.
Foto Capa: Blog Juventude às Ruas
Fotos internas: CSP-Conlutas RJ
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