segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Essas duas notícias abaixo nos mostram com uma cruel clareza como funciona o capitalismo: nos bons momentos da economia os trabalhadores até melhoram um pouco suas vidas, mas quando a crise  vem ( e ela sempre vem) vale tudo para as empresas manterem seus lucros: aprofundar a exploração dos trabalhadores, retirar direitos, usufruir das benesses dos governos como redução de impostos e taxas, fechar unidades inteiras e demitir em massa.

Enquanto a classe trabalhadora viver sob esse sistema nada está garantido: nem salário, nem direitos, nem emprego. Por isso precisamos lutar não só para defender nossos empregos mas também para mudar esse modelo.

Sindicato e GM marcam nova reunião para esta quarta (23); metalúrgicos intensificam mobilizações

Sem chegar a um acordo com a General Motors, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos prosseguirá com as negociações, nesta quarta –feira (23), e vai pressionar a presidente Dilma Rousseff para que interfira nos planos da montadora de demitir 1.598 trabalhadores, a partir de 26 de janeiro. Na reunião que ocorreu na última sexta-feira (18), a empresa continuou categórica com relação aos cortes.

Para reverter esse quadro, nos próximos dias o Sindicato vai atuar em três frentes: cobrar o Governo Federal, dar continuidade às negociações com a montadora e fortalecer as mobilizações.

No dia 23, quando acontece a próxima reunião, será realizado também o Dia de Ação Global contra os Ataques da GM, a ser realizado simultaneamente em seis países: Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Colômbia e Argentina. Em São José dos Campos, haverá atividades específicas contra as demissões.

Levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) revela que de agosto de 2011 e novembro de 2012, a GM fechou 1.297 postos de trabalho em São José dos Campos (saldo entre admissões e demissões).  Nesse levantamento ainda não estão incluídas todas as demissões realizadas pelo Programa de Demissão Voluntária (PDV), aberto pela GM em agosto de 2012.

Apelo à presidente Dilma

O Sindicato vai continuar insistindo em ser recebido pela presidente Dilma. Há meses, os trabalhadores tentam ser recebidos por ela, mas ainda não tiveram qualquer resposta positiva.

“Não podemos aceitar que a presidente receba os empresários, como vem fazendo,  e não aceite receber os trabalhadores. Depois de todos os benefícios dados pelo governo federal às montadoras, o mínimo que Dilma pode fazer é assinar uma medida provisória proibindo essas demissões”, afirmou o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

Representantes dos Ministérios do Trabalho e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio também participaram da reunião, a convite do Sindicato.

Estiveram presentes a assessora do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Leonita de Carvalho, e a chefe da Seção de Relações do Trabalho, Aylza Gudin.

A reunião também teve a participação dos secretários municipais de Relações do Trabalho, José Luis Nunes, do Desenvolvimento Econômico Sebastião Cavali, e do chefe de gabinete da Prefeitura, Paulo Roitberg.

Negociações continuam

Apesar de estar previsto que as negociações terminem no dia 23, GM e Sindicato já consideram a possibilidade de realizarem mais uma reunião no dia 26 de janeiro, quando termina o prazo para o lay-off.

O Sindicato se mostrou disposto, inclusive, a negociar questões como a adoção de uma nova  grade salarial para a fábrica,  desde que os empregos fossem garantidos. A empresa, entretanto, não deu essa garantia.

“O fato é que nos planos da GM não cabem esses 1.500 pais de família. A GM está em ótima fase e não precisa demitir. Vamos continuar lutando com todas as nossas forças para que todos os trabalhadores permaneçam com seus empregos”, conclui Macapá.

Com informações do SindmetalSJC

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