domingo, 9 de fevereiro de 2014

Educadores defendem manutenção das aulas noturnas



Por Tribuna


A partir desse ano, as escolas da rede estadual, com exceção da Duque de Caxias, no Centro, não terão mais o primeiro ano do ensino médio noturno. A resolução nº 2.442 de 2013 determina que novas turmas só poderão ser abertas com alunos maiores de 18 anos ou que apresentem carteira de trabalho assinada. Assim, estudantes de várias escolas em bairros distintos, que comprovarem vínculo empregatício, serão reunidos nessa única unidade.
Para a diretora do Sind-UTE/MG, Victória Mello, essa resolução só traz prejuízos à educação. "Trabalho com carteira assinada não é a realidade dos nossos alunos," observa. Já o professor de geografia Rodrigo Faria Mattos conta que alguns estudantes entram sem trabalho no período noturno, com a pretensão de conseguirem um emprego futuramente. A especialista em educação Kelly Cristina Martins lembra que há outros motivos para os alunos optarem pelo período noturno. "Tem aluno que não trabalha, mas faz curso técnico durante o dia. Ele não vai poder fazer curso mais?"
Outro questionamento dos profissionais de educação é relacionado à falta de apoio do governo para implementar essa resolução. "Por exemplo, alunos de Benfica (Zona Norte) terão que vir estudar no Duque de Caxias (Centro). Eles terão que se deslocar sem vale-transporte ou passe livre. Isso vai resultar em evasão escolar", avalia Kelly. O professor de geografia Givanildo Guimarães Reis explica que a medida vai resultar em "precarização da educação", com a concentração desses alunos em uma única unidade. "Haverá superlotação das salas do primeiro ano. Teremos uma sala com 50 alunos ao invés de várias com 15. Além de restringir o direito dos estudantes de estudar no seu bairro ou no período noturno."
De acordo com a diretora educacional da Superintendência Regional de Ensino, Mônica Souza, a resolução foi implantada devido à grande evasão e repetência ocorrida nas classes do noturno. Ela ressalta que a legislação prevê turmas com até 40 alunos em sala de aula. "Se a demanda for maior, haverá solicitação para abertura de nova turma. Até o momento, temos 35 alunos com carteira assinada que irão estudar no período noturno na Escola Estadual Duque de Caxias." Mônica ainda enfatizou que os estudantes que fazem curso técnico ou participam de projetos como o "Menor aprendiz", poderão integrar essa turma

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