Operários da construção civil de Belém (PA) entram em greve por tempo indeterminado
Cansados da intransigência da patronal, os operários da construção
civil de Belém (PA) entraram em greve por tem indeterminado, nesta
terça-feira (4). A categoria realizou, nesta manhã, passeatas e
mobilizações pelas ruas da capital. Cerca de 400 trabalhadores chegaram a
interditar a rodovia Augusto Montenegro.
A greve foi decretada em assembleia realizada na segunda-feira
(03/09), à noite, na sede do Sindicato. A categoria apresentou aos
empresários do setor, uma pauta de reivindicação, que consta do Acordo
Coletivo 2012-2013.
O Sindicato da Construção Civil de Belém (PA), filiado à
CSP-Conlutas, representa mais de 12 mil trabalhadores que, desde o final
de julho, estão em negociações com o sindicato patronal, sem sucesso.
Segundo o membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Atnágoras
Lopes, o setor da construção civil em Belém é um dos que mais se
valoriza e lucra nos últimos anos, tem o metro quadrado mais caro do
país, entretanto esse crescimento não tem sido repassado aos
trabalhadores.
A categoria decretou estado de greve desde o final de agosto e estava
aguardando nova proposta da patronal. “Não houve melhorias na
proposta, decidimos dar a resposta com greve por tempo indeterminado”,
afirma Lopes.
Os trabalhadores pedem um reajuste geral de 16% e aumentos
específicos nos pisos salariais da categoria. Para os profissionais, que
hoje ganham R$ 900,00, a entidade reivindica um novo piso no valor de
R$ 1.120,00. Para os ajudantes a proposta é que sejam elevados dos
atuais R$ 650,00 para R$ 780,00, por exemplo. O direito a cesta básica é
outro ponto decisivo nesse impasse, assim como o direito a eleição de
delegados sindicais de base.
Pauta específica para as mulheres - Entre outras
reivindicações, o Sindicato apresenta reivindicações especificas para
as mulheres, entre as quais: qualificação e classificação profissional,
isto porque mulheres são contratadas como serventes mesmo tendo
qualificação como eletricista, serralheira e profissional. “Em Belém, a
mulher entra servente e morre servente na obra, chega!”, indigna-se a
coordenadora geral do sindicato, Deusarina de Almeida, a Deuzinha.
Fonte: site CSPConlutas
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