domingo, 4 de março de 2012

Paciência Ministro?

Leiam com atenção essa notícia. Seria risível, se não fosse um deboche!

Novo piso: Mercadante apela para que professores e gestores busquem entendimento e evitem greve


01/03/2012


Paula Laboissière

Repórter da Agência Brasil



Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reconheceu hoje (1º) que o reajuste de 22,2% no piso nacional do magistério é elevado e que algumas prefeituras terão dificuldade com as novas folhas de pagamento. Ele fez um apelo a professores e gestores municipais para que busquem o entendimento e evitem paralisações.
“É preciso equilíbrio, responsabilidade. Os professores têm que ajudar para que isso seja absorvido e para que não haja retrocesso”, ressaltou, ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência.
O novo piso foi anunciado na última segunda-feira (27) e elevou o salário dos professores de R$ 1.187 para R$ 1.451. O valor estipulado para este ano acompanha o aumento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) de 2011 para 2012, conforme determina a legislação atual
Alguns estados e municípios alegam dificuldade financeira para pagar o valor determinado. Governadores reuniram-se ontem (28) com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e pediram a aprovação de um projeto de lei que altere o critério de correção do piso, que passaria a ser feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação.
Mercadante lembrou que, em alguns estados, 57% da folha de pagamento são destinados a pagamento de aposentados. “Não é só um problema do piso, há problemas localizados”, avaliou. Para o ministro, a qualidade da educação constitui o maior desafio histórico brasileiro e, sem incentivo financeiro, os bons profissionais não vão querer lecionar.
Precisamos de uma solução que seja sustentável e progressiva. O que não podemos é congelar o piso”, disse. “Para este ano, a lei é esta. Já divulgamos os parâmetros e a lei é para ser cumprida”, concluiu.

Edição: Talita Cavalcante

Existem algumas palavras nessa notícia que precisam ser analisadas em toda a sua extensão, porque embora pareçam, elas não são nada casuais. Vamos a elas:
 Logo no primeiro parágrafo o  ministro faz um "apelo" para que gestores e professores busquem um "entendimento". Como  assim Sr. Ministro? Que tipo de "entendimento" podem ter professores com gestores autoritários, que não cumprem leis, que não respeitam direito de greve, que mandam  a polícia bater nos professores, que não negociam e que mentem descaradamente para a população?
E o "apelo". Precisamos lembrar ao Sr Mercadente que o único "apelo" que os educadores mineiros tiveram do MEC foi aquele dado ao governador Anastasia, apoiando-o na contratação de substituição dos grevistas. O  "apelo" dos educadores em greve para que o MEC e a presidenta interferisse junto ao governador mineiro para que a lei fosse cumprida foi solenemente ignorado.
No segundo parágrafo o Sr. Ministro fala em "equilíbrio e responsabilidade", e que os professores precisam "ajudar". Ora por favor, exigimos respeito!.  De quem deve ser cobrado "equilíbrio e responsabilidade"? Dos educadores que estão todos os dias nas escolas educando as crianças e jovens desse país, apesar dos baixíssimos salários e das péssimas condições de trabalho? Que o Sr. Ministro vá cobrar  "responsabilidade" dos governantes irresponsáveis que não cumprem a lei, e equilíbrio dos governantes desequilibrados que mandam a polícia  jogar gás pimenta e dar porretada  nos educadores.  E ainda temos que "ajudar"? Ora, isso já é demais!
Por fim, no último parágrafo, na última linha o Sr. Ministro dá um aviso: "para este ano,  a lei é esta".  Ele refere-se à mudança de metodologia do reajuste do piso que está ameaçada por prefeitos e governadores que podem ter apoio de deputados e senadores. Isto é, para os próximos anos ela pode mudar, e para pior, afinal, logo no início da notícia o Sr.Ministro "reconhece"que o índice de 22% foi elevado
Como já postamos aqui nesse blog, temos que ficar atentos. A luta por valorização será, ainda,  uma longa caminhada, e de muitas lutas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário