Essa é a linha da política educacional do governo Dilma. Culpabilizar os professores, fazer populismo com a lei do piso e ser contra a eleição para direção de escola.
Mercadante diz que o piso teve reajuste de 64% nos últimos tres anos, mas não cobra nada dos governos que não cumprem a lei; reconhece que não temos boas condições de trabalho mas não anuncia nenhum centavo a mais no investimento para a educação; critica a greve mas não diz nada sobre a repressão policial, a ausência de negociação por parte dos governos e a retirada de direitos dos planos de carreira; critica a indicação política para direção de escola mas defende " a escolha por currículo".
Sr. Ministro, o único pacto possível é salário digno, boas condições de trabalho, valorização no plano de carreira, autonomia pedagógica e eleição livre para direção de escola.
Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Educação (MEC), Aloizio Mercadante, criticou
hoje (16) as faltas e as paralisações de professores que já duram mais
de dois meses em várias cidades do país. “Sabemos que as condições de
trabalho não são as melhores, mas temos que construir um pacto. Nos
últimos três anos, os professores receberam 64% de reajuste no piso
salarial. O professor precisa faltar menos nas escolas”, disse durante
cerimônia de abertura do 5º Encontro Nacional de Fortalecimento do
Conselho Escolar.
Para Mercadante, as reposições de aula não devolvem aos alunos o
período em que as atividades escolares ficaram paradas. “Em paralisações
de quase três meses não se recupera o tempo perdido. É preciso que haja
mais entendimento e mais diálogo. Condições de trabalho não podem
justificar as ausências na sala de aula”, completou o ministro.
No Rio de Janeiro, professores da rede municipal entraram em greve no
dia 8 de agosto, pedindo a criação de um plano de cargos que oferecesse
à categoria melhorias nos cargos e salários. Em disputa judicial, a
sessão de aprovação do plano na Câmara Municipal, chegou a ser cassada.
No entanto, o Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) de professores
do município voltou a valer nesta quarta-feira.
Os professores do estado do Rio, também em greve, receberam a
recomendação do Ministério Público Estadual para retornar as aulas e não
prejudicar os alunos prestes a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem), nos dias 26 e 27 deste mês. As secretarias municipal e estadual
de Educação informaram que só vão retomar as negociações quando o
sindicato da categoria encerrar a greve nas duas redes de ensino.
Em Goiânia, professores da rede municipal estão em greve desde o dia
25 de setembro. No estado de Mato Grosso, a greve dos docentes da rede
estadual já dura 66 dias.
Durante o discurso de abertura da cerimônia, o ministro defendeu
ainda que as indicações para gestores municipais e estaduais de educação
seja baseada em critérios curriculares. “Temos que acabar com a
indicação política [para dirigente de educação]. O gestor tem que
conhecer os programas do MEC, tem que ter formação adequada. Chega de
ser a mulher do prefeito, o amigo ou o cabo eleitoral”, disse.
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