Contra o leilão do petróleo e em defesa da Petrobras 100% estatal
Em Juiz de Fora os 60 anos da Petrobrás foi marcado por uma panfletagem no calçadão com a participação da CSPConlutas, SindUte e ANEL.
Petroleiros de todo o país cruzaram os braços
neste 3 de outubro histórico – aniversário de 60 anos da Petrobrás. Um dia que
era reservado a festas e celebrações, se transformou em um grande dia de luta
pelo cancelamento do leilão de Libra, agendado para 21 de outubro, e por um ACT
digno, já que a categoria está em plena campanha reivindicatória. Com a tarefa
de combinar essas duas batalhas, mais uma vez os sindipetros que compõem a FNP
lançaram a palavra de ordem “16,53% de aumento no salário base, sim! Leilão
de Libra, não!”.
O sentimento em toda a categoria é que – de fato –
não há razões para comemorar o aniversário da Petrobrás. Soma-se à maior
privatização da história do país, um verdadeiro crime de lesa-pátria, outros
ataques profundos aos trabalhadores: terceirização desenfreada,
desinvestimentos, Procop, assédio moral, desvalorização salarial e insegurança
generalizada, com diversas unidades em completo estado de sucateamento.
Além disso, são 17 anos sem aumento real e um plano
de cargos falido, que atinge petroleiros ativos, aposentados e pensionistas. A
política de remunerações variáveis prejudica o conjunto da categoria e a tabela
congelada segue penalizando um dos setores mais atacados da categoria nos
últimos anos: os aposentados e as pensionistas, que na última quarta-feira
(02/10) ocuparam o Edifício-Sede da Petrobrás para cobrar da presidente Graça
Foster o fim das discriminações.
Raio-x das mobilizações
Na base do Sindipetro AL/SE, as mobilizações
acontecem há, pelo menos, três dias como parte da luta contra a entrega do
petróleo brasileiro. Na última terça-feira (01/10), houve paralisação de 24
horas na Fafen com a adesão de petroleiros diretos e indiretos. Na última
quarta-feira, nova mobilização de 24h: dessa vez no Tecarmo, com a participação
de 80% dos trabalhadores diretos e indiretos.
No aniversário da Petrobrás não foi diferente: na
sede da Petrobrás, em Aracaju (SE), mais de 90% da categoria cruzou novamente
os braços por 24h. O movimento foi iniciado ainda de madrugada, às 4h30, com
corte de rendição. Ainda nesta quinta, pela manhã, foi realizada na Assembleia
Legislativa uma sessão sobre os 60 anos da companhia. Na parte da tarde, às
14h, foi realizada audiência pública a pedido do Comitê Contra os Leilões do
Petróleo e do Sindipetro AL/SE. Integraram as atividades diversas entidades
estudantis como a ANEL e sindicais como CUT, CSP-Conlutas, CTB, CGTB e FNP.
No Litoral Paulista o aniversário da companhia foi
comemorado com greve na UTGCA, em Caraguatatuba, e no Tebar, em São Sebastião –
ambas localizadas no Litoral Norte de São Paulo. A adesão foi de praticamente
100% entre os trabalhadores de turno, ADM e, também, terceirizados.
Em São José dos Campos, na REVAP, que está em plena
parada de manutenção, foi realizado na manhã desta quinta-feira (03/10) atraso
de uma hora e meia no início do expediente, envolvendo trabalhadores do turno e
terceirizados. A paralisação foi precedida por um ato na Praça Afonso Pena,
onde várias entidades sindicais e movimentos populares integraram as agitações.
Com isso, os petroleiros do ADM sequer chegaram à refinaria devido ao
congestionamento ocasionado na cidade.
No Rio de Janeiro foram realizadas agitações em
todas as bases pela manhã e no TABG houve concentração na entrada da unidade.
Na ocasião, os trabalhadores ainda aprovaram em assembleia greve no próximo dia
17, que já se apresenta como um novo dia nacional de luta. Ao meio-dia foi
realizado um ato no Edise e às 16h foi iniciado o Ato-Show na Praça XV, com
diversos artistas. Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP foi realizado, até as 10h,
atraso no prédio administrativo de Manaus (AM).
Em São Paulo, as Centrais Sindicais realizaram um
ato unitário na Avenida Paulista contra o leilão do petróleo. A atividade
contou a presença de trabalhadores dos Correios do Vale do Paraíba (SP) e dos bancários,
ambas categorias em greve. Estiveram presentes também
representações da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindicato dos
Trabalhadores da USP.
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
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