terça-feira, 3 de julho de 2012

NOSSOS COLEGAS BAHIANOS EM GREVE HÁ MAIS DE 80 DIAS ESTÃO MOSTRANDO O QUE QUE O EDUCADORES DA BAHIA TEM: CORAGEM E DETERMINAÇÃO.
VEJAM PELAS NOTÍCIAS DA IMPRENSA LOCAL COMO FOI A MAMIFESTAÇÃO REALIZADA DIA 02/07, UMA IMPORTANTE DATA PARA OS BAHIANOS.

‘A recepção do povo diz tudo: vaias para eles e aplausos para a gente’, diz professor ilheense

por Patrícia Conceição / David Mendes
O professor da rede estadual de ensino Cláudio Magalhães, que leciona em Ilhéus, no sul baiano, viajou cerca de 400 km para se juntar aos colegas docentes grevistas e participar do cortejo ao 2 de Julho, nesta segunda-feira (2). Para o educador, o tratamento dado a ele e aos colegas durante a passagem da ala dos grevistas pelas ruas do Centro Histórico de Salvador provou que a causa é aprovada pelos baianos. “O governo tenta jogar a gente contra os pais e os alunos, mas ele não conseguirá porque nós estamos aqui para fazer o trabalho de sensibilização e mostrar o porquê desta luta. O movimento está firme e coeso e vamos até o final”, garantiu em entrevista ao Bahia Notícias. Segundo a diretora da APLB-Sindicato Marilene Betros, professores de 40 cidades baianas desembarcaram na capital para participar do ato, que contou ainda com docentes federais, que também estão mobilizados. A dirigente ainda criticou o que chamou de “manobras” da administração estadual para evitar possíveis desgastes ao chefe do Executivo. “Mais uma vez lamentamos que o governador use artifícios deste tipo diante de um movimento pacífico que está apenas para apresentar as suas reivindicações. Ao invés de negociar e nos tratar com respeito, ele age de uma forma estranha. Esse autoritarismo não combina com o simbolismo do 2 de julho. Inclusive quem o vaiou foi o povo, que quis colocar para fora esse sentimento recolhido diante de toda esta situação”, desabafou.
O governador Jaques Wagner deixou o cortejo do Dois de Julho no Terreiro de Jesus, na manhã desta segunda-feira (2) antes do local de encerramento da festa, na Praça Municipal. Antes de concluir o trajeto, Wagner enfrentou vaias e foi atingido na cabeça por um mastro arremessado por manifestante. Os gritos de revolta, no entanto, foram abafados por militantes do PT que cantavam, em coro: “Ôôô, governador chegou”. Antes de chegar ao fim do percurso, o governador entrou em um carro – escoltado por mais dois veículos – e foi embora
Em meio ao tumulto e empurra-empurra, o governador Jaques Wagner disse, logo depois da saída do cortejo do Dois de Julho na manhã desta segunda-feira, que a greve dos professores estaduais tem adquirido um “contorno político”. “Já disse que, se a briga é comigo, deem aula e façam campanha contra, mas não maltratem os meninos”, declarou o governador. Questionado pelo Bahia Notícias sobre a contratação de uma empresa de Jorge Portugal por R$ 1,6 milhão para dar aulões – medida bastante criticada por docentes – Wagner elogiou o professor. “Jorge Portugal é conhecido nacionalmente pela excelência dos seus programas e é claro que eu não quero deixar os alunos do 3º ano perderem o vestibular. Na verdade, a contratação é por um programa grande. Então, nós estamos lançando mão de algumas alternativas emergenciais. Se eles [professores] voltarem a dar aula, não preciso contratar Jorge Portugal”, afirmou. Segundo reportagem do jornal A Tarde, a Abais Conteúdos Educativos e Produção Cultural já acumula cerca de R$ 6,8 milhões em contratos com o governo da Bahia nos últimos quatro anos, todos eles com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Recebido com muitas vaias, o governador Jaques Wagner conversou com a imprensa rapidamente na manhã desta segunda-feira antes da saída do cortejo do Dois de Julho, na Lapinha. Durante sua fala, o petista destacou a importância da data para a democracia. “Essa é a data maior. Corresponde ao espírito baiano de liberdade, de não convivência com nenhum tipo de autoritarismo, de ditadura. Essa é a cara da Bahia. O que vale é colocar cada vez mais alto a data do 2 de julho, enaltecendo a liberdade e a democracia”, disse Wagner, cercado por assessores e secretários que aplaudem as palavras do governador em uma tentativa de abafar as vaias. O vice-governador Otto Alencar (PSD) é um dos presentes. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele disse desconhecer qualquer pedido do governo para que a saída do cortejo fosse antecipada. “Não sei se ele [Wagner] pediu. Cheguei mais cedo porque é um hábito que tenho desde a faculdade, por causa de um professor. Sou cedeiro”, afirmou Otto, que ainda se definiu como “tirador de leite”. “É o que dizem no interior de quem chega cedo”, declarou.
Site: APLBsindicato

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