Eta povo que não para de lutar!
Espanhóis protestam contra cortes nos serviços públicos; servidores manifestam apoio em DF
Na semana passada, milhares de espanhóis tomaram as ruas em mais um protesto contra os planos de ‘austeridade’ impostos pelo governo. A manifestação, convocada em mais de 80 cidades, foi organizada por centrais sindicais e contou com o apoio de diversas organizações do movimento social e estudantil.Em Madri, mais de 50 mil pessoas, segundo a imprensa local, ocuparam as ruas contra o anuncio de corte de 65 milhões euros, em dois anos, nos gastos públicos. Essa medida prevê a retirada de direitos trabalhistas, de serviços sociais, demissões de funcionários, arrocho salarial, ataque às aposentadorias, entre outros.
Também aqui no Brasil, os servidores públicos federais travam intensas mobilizações e estão em greve por melhores condições de trabalho e salário. A postura do governo Dilma é a mesma dos governos de países europeus que, anti a crise, atacam os trabalhadores e retiram seus direitos, para ajudar banqueiros e empresários.
No marco das manifestações realizadas pelos servidores públicos em Brasília, no dia 20 de julho, durante a Planária Nacionais dos Servidores Públicos Federais, foi elaborado uma moção, assinada pelas centrais CSP-Conlutas CUT e CTB; e pelo conjunto do funcionalismo, em apoio e solidariedade às mobilizações na Espanha.
Veja a moção de solidariedade:
Todo apoio à Luta dos trabalhadores do Estado Nacional Espanhol!
Contra os cortes de Rajoy e da Troyka!
Em defesa dos serviços públicos, dos direitos, salários e empregos!
Que os ricos paguem pela crise
Queremos nos solidarizar com as mobilizações e manifestações dos trabalhadores e suas organizações do Estado Nacional Espanhol. Repudiamos as novas medidas anunciadas pelo governo Rajoy que aprofundam os ataques contra os servidores públicos e aos serviços públicos de qualidade ao mesmo tempo em que liberam 130 bilhões de euros para”salvar” os bancos.
A mesma política se repete em todo o mundo. A crise da economia internacional capitalista não pode ser paga com nossos direitos, salários e empregos. Que os especuladores e grandes capitalistas paguem com suas fortunas acumuladas nos explorando a trabalhadores, povos e nossos recursos naturais em todo o mundo.
Aqui no Brasil, nós servidores públicos estamos em greve neste momento. Queremos uma concepção de serviços públicos onde a lógica não seja a da mercantilização de todos os serviços que prestamos à população. Reivindicamos reajuste salarial e uma concepção de carreira e direitos que não estejam baseadas na lógica de mercantilização neoliberal.
Em vosso país votam planos de cortes a direitos e conquistas para salvar banqueiros especuladores e multinacionais. No Brasil os argumentos do governo, infelizmente, até o momento são os mesmos: em função da crise internacional não aumentar gastos para manter a “responsabilidade fiscal”. Não negociam com os servidores em greve para manter o pagamento dos juros e serviços da divida.
Ai ou aqui, perdemos trabalhadores e população para que ganhem os mesmos: banqueiros e multinacionais.
Temos acompanhado vossas mobilizações e manifestações. Vimos com orgulho a chegada da Marcha Negra, dos heroicos mineiros espanhóis em luta em defesa de seus empregos na semana passada. Mais orgulho ainda da solidariedade de classe demonstrada nas ruas pelos trabalhadores e juventude.
Este é o caminho: a luta e a mobilização contra os planos de ajuste, em defesa de nossos direitos, salários e empregos. A solidariedade e unidade internacional entre todos explorados e oprimidos.
CUT – Central Única dos Trabalhadores
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular – Conlutas
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Plenária Nacional do Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais
(relação de entidades)
Brasília, 20 de Julho de 2012.
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