Honduras: Magistério em luta após três anos do golpe
Comitê Regional da Internacional da Educação para a América Latina acompanha marcha em Tegucigalpa
Escrito por: CNTE
Após três anos do golpe de Estado em Honduras, as vice-presidentes do
Comitê Regional da Internacional da Educação para a América Latina,
Fátima da Silva (secretaria de Relações Internacionais da CNTE) e
Brígida Rivera (CGTEN ANDEN/Nicaragua) acompanharam a marcha nacional
realizada pela Federação das Organizações Educacionais de Honduras
(FOMH), que transitou pela capital, Tegucigalpa, para comemorar a data.
Com os slogans “não deixamos de ensinar, ensinamos a lutar” e “educação
pública primeiro para os filhos do trabalhador”, o magistério
hondurenho e dirigentes sindicais da região marcharam em defesa da
democracia hondurenha e para demandar políticas que protejam a educação
pública e os direitos trabalhistas dos docentes do país.
O golpe de Estado de 2009 abriu um processo de desmantelamento da
educação pública e até agora os professores hondurenhos enfrentam a
ameaça da municipalização, o desconhecimento do Estatuto dos Professores
e com ele uma onda de instabilidade laboral. Além disso, continuam as
perseguições dos docentes que tiveram participação ativa na resistência
ao golpe. O clima de horror se mantém em Honduras, com ameaças e
assassinatos a professores, sindicalistas jornalistas e ativistas
sociais comprometidos com que a resistência, passados três anos do
golpe.
Fátima da Silva, secretária de Relações Internacionais da CNTE e
vice-presidente da Internacional da Educação para América Latina, afirma
que "os professores de Honduras e suas organizações continuam na
resistência, ensinando cidadania e soberania".
Justamente na data de aniversário do golpe de Estado, quando os
militares irromperam na casa do presidente constitucional José Manuel
Zelaya, o ex-mandatário afirmou que “as democracias são os caminhos dos
povos”, enquanto que “a violência é o caminho das oligarquias de elite,
que têm que ser combatidas”. “O golpe de Estado no Paraguai segue o
mesmo padrão, talvez com algumas variantes, mas é o mesmo padrão”,
afirmou Zelaya à imprensa interacional neste 28 de junho. Ele
acrescentou que os golpes de Estado “criam uma crise e as forças
oligárquicas representantes dos partidos tradicionais vêm para fazer seu
trabalho sujo e, pela força, remover e destruir a democracia em nossos
países".
Enquanto isso, no Paraguai, as organizações sociais e sindicais mantém a
luta pela resistência e defesa das instituições democráticas faz apenas
alguns dias após o golpe naquele país.
As democracias seguem frágeis na América Latina, fato pelo qual os
sindicatos são chamados a manter a resistência em defesa dos direitos
humanos, da institucionalidade e dos governos democráticos e eleitos
livremente nas urnas pelo povo.
A Internacional da Educação para América Latina, assim como suas
afiliadas, tem enviado cartas a organismos internacionais repudiando o
golpe de Estado desde sexta-feira, 22 de junho, quando foi consumado o
“golpe à democracia” no Senado paraguaio. (IEAL)
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