domingo, 8 de julho de 2012

Ato em solidariedade aos cinco mineiros mortos em manifestações em Cajamarca, Peru, hoje às 14h em SP



(foto: http://www.caballeroredverde.blogspot.com)
Hoje, 6 de julho à tarde, às 14 horas, por iniciativa da Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, CSP-Conlutas, Justiça Global e Justiça nos Trilhos iremos até o consulado do Peru em São Paulo entregar uma nota para exigir o fim da repressão contra os trabalhadores e comunidades de Cajamarca, Hualgayoc e Celendin que estão em luta contra a implantação do Megaprojeto de mineração CONGA naquela região.

No documento estão estudos que mostram as consequências nefastas do projeto de mineração para o meio ambiente e suas vidas a população da região começou uma jornada de luta no inicio de junho que tem se mantido com manifestações, marchas e outras iniciativas de mobilização.

A resposta do governo peruano: cinco mortos pela repressão até o momento além de presos e centenas de feridos e a decretação do estado de emergência na região.

Chamamos a todos a divulgarem o que está ocorrendo na região e aderir ao texto abaixo.

Consulado do Peru SP: Alameda Campinas, 646 – Jardim Paulista

Segue a nota que será entregue:

Nota das Organizações e Movimentos Sociais brasileiros sobre a violência e criminalização das comunidades de Cajamarca, Peru

Exmo Sr. Presidente Humala,

Há mais de 6 meses, comunidades, organizações e movimentos sociais da região de Cajamarca, Peru, têm realizado protestos pacíficos em defesa do direito à água, que encontra-se ameaçado com a instalação do projeto de mineração Conga. Este projeto de extração de ouro tem alto impacto social e ambiental e vem sendo imposto autoritariamente e a qualquer custo pelas autoridades governamentais peruanas e empresas transnacionais (principalmente a companhia americana Newmont Mining Co).

No dia 3 de julho de 2012, a ação violenta das forças repressivas do Estado matou três homens (C.M.A, de 17 anos; Eleuterio García Rojas, de 40 anos e José Silva Sánchez, de 35 anos). No dia 5 de julho, mais duas mortes foram confirmadas (Joselito Vásquez Jambo, de 28 anos e José Antonio Sánchez Huamán, de 29 anos).

No dia de 4 de julho, o líder ambientalista Marco Arana estava sentado em um banco da Praça de Armas quando foi agredido e arbitrariamente detido pela Polícia Nacional do Peru.

O governo peruano decretou estado de emergência nas províncias de Cajamarca, Hualgayoc e Celendín. A medida restringe o direito de reunião, a inviolabilidade da residência e a livre circulação de pessoas. No entanto, a população continua manifestando-se nas ruas.

As organizações abaixo assinadas vêm apresentar sua solidariedade ao povo peruano e seu repúdio às ações violentas do Estado do Peru. Ao invés de criminalizar e de assassinar defensores da vida e da natureza, o Estado peruano deve protegê-los e defender seus direitos.

Nos dirigimos ao presidente Ollanta Humala e aos representantes do Estado Peruano, para requerer:

- A imediata liberação de todas as pessoas detidas nessas condições;

- Que sejam investigadas as responsabilidades pelas mortes, lesões corporais e outros possíveis crimes, além das detenções aparentemente arbitrárias;

- Que se cesse imediatamente o Estado de Emergência nas três províncias de Cajamarca, Celendín e Hualgayoc, e a perseguição policial e judicial àqueles que protestam contra o projeto da Mina Conga;

- Que se instaure imediatamente um mecanismo de diálogo oficial com a população das regiões em conflito;

- Que se tomem medidas efetivas e urgentes para que esses fatos não mais se repitam e para que todos aqueles que tiveram seus direitos violados sejam contemplados com as devidas reparações.

5 de julho de 2012.

Assinam esta nota:
Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale
Justiça Global
Justiça nos Trilhos
CSP- Conlutas
Petroquímicos do Paraná (SINDIQUÍMICA-PR)

Com informações: http://global.org.br/programas/assine-a-nota-das-organizacoes-e-movimentos-sociais-brasileiros-sobre-a-violencia-e-criminalizacao-

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