O governo Dilma está sendo tão ruim para os trabalhadores, apesar de parecer o contrário, que até a CUT que tornou-se uma central governista é obrigada a fazer críticas. Vejam a notícia abaixo.
Manobra do governo impede votação do projeto das 30 horas para a Enfermagem
Depois de muita enrolação, sessão extraordinária foi suspensa por falta de quórum
Escrito por: Sindenf-RJ
Uma manobra comandada pelos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da
Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e
que teve como principais atores na Câmara dos Deputados o presidente da
Casa Marco Maia (PT-RS) e os líderes do PT e do governo, Jilmar Tatto e
Arlindo Chinaglia, ambos do PT de São Paulo, impediu a votação na
quarta-feira do projeto de lei que estabelece a jornada de 30 horas para
os profissionais de enfermagem de todo o Brasil. Depois de muita
enrolação, a sessão extraordinária que votaria o projeto foi suspensa
por falta de quórum após pedido de verificação de Tatto.
O resultado frustrou os milhões de profissionais de enfermagem
brasileiros e deixou claro que os compromissos assumidos pelo ministro
Saúde, Alexandre Padilha, e pelo secretário-geral da Presidência da
República, Gilberto Carvalho, não passavam de enganação. O encerramento
da sessão sem decisão deixou clara a farsa que fora montada pelo
governo.
A votação do projeto das 30 horas fora decidida no dia anterior, na
reunião do colégio de líderes da Câmara, e levou a Brasília centenas de
líderes de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Pelo
acordo, o projeto das 30 horas seria o primeiro a ser votado.
Mas, dando início à manobra montada pelo governo federal – cujos
ministros estiveram na Câmara na quarta-feira de manhã, conforme
informou O Globo – e pelos empresários da saúde, ao abrir os trabalhos,
o presidente da Câmara, Marco Maia, inverteu a ordem de votação e
colocou, na frente do projeto da jornada de 30 horas, o do Plano
Nacional de Irrigação, cujo debate tomou toda a manhã.
Durante as discussões do Plano, vários deputados denunciaram a manobra
contra as 30 horas e cobraram a votação do projeto que beneficiaria os
profissionais de enfermagem e toda a sociedade. Diante das pressões dos
que defendiam os interesses dos trabalhadores e certo de que, se votado,
o projeto seria aprovado, o líder do governo na Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), argumentou a favor do adiamento da votação sob a
alegação que havia uma comissão discutindo ao assunto, mas o artifício
não deu resultado.
Outro que manobrou contra as 30 horas foi o líder do PT na Câmara,
Jilmar Tatto, que, mesmo com a votação favorável de todos os líderes
partidários ao Plano Nacional de Irrigação, pediu verificação de quórum,
numa manobra para derrubar a sessão e impedir a votação das 30 horas.
Depois de protestos de deputados de vários partidos, que denunciaram a
manobra, ele voltou atrás.
Ao ver que a situação era claramente a favor da aprovação do projeto
das 30 horas, Marco Maia votou rapidamente o Plano Nacional de Irrigação
e, num golpe contra os trabalhadores da enfermagem, imediatamente
suspendeu a sessão às 12h30, convocando nova sessão para as 15h, mas
anunciando na frente a votação do projeto que trata da distribuição dos
royalties do petróleo.
À tarde, a manobra continuou ainda mais pesada. Além de colocar em
primeiro lugar na pauta, a presidência da Câmara abriu o microfone para
discursos de três minutos de deputados. Foi a senha para que
parlamentares ligados ao governo ocupassem a tribuna, muitas vezes
falando de assuntos que nada tinham a ver com os projetos a ser votado, o
dos royalties do petróleo e o das 30 horas.
Era uma clara tentativa de esvaziar o plenário. E a manobra do governo
deu certo. Por volta das 19h, o líder do PT, Jilmar Tatto, voltou a
pedir verificação de quórum. Como não havia o número mínimo de deputados
para aprovação de projetos a pauta foi suspensa sem votação do projeto,
que está há 12 anos à espera de votação.
Fonter: SiteCut Nacional
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