A tentativa de Anastasia e do desembargador Carlos Augusto de Barros de instituir um novo AI-5 em Minas não vai funcionar. Ontem foram 8 mil, a maioria jovens, e amanhã (2ª) serão os educadores.
Juiz de Fora participará com uma caravana de 40 trabalhadores em educação.
Anastasia não nos calará!
Cerca de 8 mil
manifestantes fecham trânsito e descumprem decisão judicial em BH
- Polícia Militar acompanha multidão, que descumpre liminar da Justiça proibindo protestos que atrapalhem circulação durante a Copa das Confederações
Manifestantes
em Belo Horizonte EITAN ABRAMOVICH / AFP
BELO
HORIZONTE - Cerca de 8 mil manifestantes realizam neste sábado uma passeata em
Belo Horizonte, na capital mineira, e fecharam diversas vias em protesto ao
aumento das tarifas de ônibus e aos gastos com a Copa do Mundo. Um evento da
Fifa, que transmitia a partida entre Brasil e Japão, em telões, na Praça da
Estação, foi alvo dos gritos de ordem de manifestantes.
Acompanhada
de perto por 30 policiais do Batalhão de Choque da PM, a manifestação foi
pacífica. Não houve confronto com policiais. O comando da polícia disse que vai
fazer um boletim de ocorrência a ser encaminhado ao desembargador responsável
pela liminar que estabelece prisão e aplicação de multas diárias no valor de R$
500 mil para os líderes dos protestos. Oito líderes foram identificados pela
Polícia Militar. A PM usará ainda filmagens de câmeras de segurança para
identificar os manifestantes. Liminar do desembargador Carlos Augusto de Barros
Levenhagen, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, havia proibido a
manifestação em vias públicas durante a Copa das Confederações.
Com a
cara pintada de verde e amarelo, o estudante de 19 anos Pedro Marcatto, do
Colérgo Rui Barbosa, ficou sabendo do movimento por um colega da escola.
- Estou
aqui para lutar a favor dos meus direitos. Se não fizermos isso hoje, amanhã já
era - afirma.
Aluno do
Colégio Estadual, Natan Barbosa, 18, reclama do dinheiro que gasta diariamente
com ônibus.
- Pego
quatro ônibus por dia, cinco vezes por semana, no mínimo, excluindo os fins de
semana. Pesa muito no meu bolso.
Luana
Máximo, do Colégio Tiradentes, também se queixa do preço da passagem.
- Faço pré-vestibular,
uso o ônibus todo o dia e valor da passagem é um absurdo se comparado a
precariedade do serviço oferecido. A população precisa sair da inércia - disse.
Estudante
de engenharia civil da UFMG, Eduardo Abreu, 22 anos, critica os excessivos gastos
com os estádios da Copa do Mundo.
- O
Mineirão, por exemplo, falam ter custado R$ 700 milhões. Mas não temos obras de
mobilidade urbana. Cadê o metrô, os ônibus de qualidade, os trens, o táxi mais
barato? - questiona.
À tarde,
manifestantes fecharam uma das vias da Praça da Liberdade, onde fica a antiga
sede do governo do estado. Depois de fecharem duas vias da Rua Cristóvão
Colombo, na região da Savassi, fazendo com que o trânsito precisasse ser
desviado para a Rua Getúlio Vargas, os manifestantes prosseguiram em direção à
praça, descumprindo liminar da Justiça. Por volta de 14h35m, os manifestantes
já marchavam para o Centro da capital mineira.
Manifestantes
fecharam ainda a Praça Sete e foram para a Praça da Estação. No local, pessoas
assistiam o jogo do Brasil em telões. Vaias foram destinadas ao evento.
Logo em
seguida, os manifestantes deixaram a Praça da Estação e foram até a rodoviária.
Um viaduto que dá acesso ao Centro foi fechado. Durante o percurso, a principal
via da cidade, a Avenida Afonso Pena, também foi temporariamente fechada. O
movimento promete mais protestos para a segunda-feira.
Um dos
porta-vozes do movimento diz que não há liderança no ato, que se trata de um
movimento de estudantes. Logo, diz ele, a liminar não se aplica à manifestação.
Dela, participam grupos como o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa e o Fora
Lacerda (em referência ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda). Há ainda
integrantes de PSTU, PSOL e estudantes, em geral.
Segundo
os manifestantes, as insatisfações se dão pela reajuste da tarifa do ônibus,
que hoje custa R$ 2,80 (no fim do ano passado, o valor era R$ 2,65). Os
manifestantes querem o retorno ao valor anterior e alegam que já há previsão de
aumento, em acordo estabelecido entre empresários e prefeitura, para o fim do
ano. Eles também protestam contra os altos investimentos para a Copa do Mundo,
em estádios e obras, em detrimento de saúde e educação.
- Cansei
de ficar em casa sem fazer nada. A questão do ônibus é um ponto, é apenas o
lema. Os governantes precisam olhar e melhorar saúde e educação - afirma o
estudante Luiz Gustavo, de 17 anos
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