JÁ HAVÍAMOS DERRUBADO E DESMORALIZADO ANASTASIA COM MILHARES NAS RUAS, MAS ERA IMPORTANTE DERRUBAR TAMBÉM NA JUSTIÇA
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas
Gerais (Sind-UTE/MG) consegue derrubar a liminar do Tribunal de Justiça
de Minas Gerais, que concedia ao Governo mineiro a proibição da
realização de manifestações durante o período da Copa das Confederações.
A decisão, que acaba de sair, é do Supremo Tribunal Federal (STF).
A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira comemora a
decisão. “Garantimos o direito de manifestação. É uma importante vitória
não só para o Sind-UTE/MG, mas para todos os movimentos sociais, que
organizam manifestações.”
Histórico
A proibição da Justiça de Minas Gerais de realizar atos no período da
Copa das Confederações, em Belo Horizonte saiu no final da tarde do dia
14 de junho, em resposta a uma solicitação do Executivo Estadual. A
liminar previa ainda multa diária pelo descumprimento de R$500 mil.
A direção do Sindicato recorreu contra a liminar e informou que
manteria o calendário de greve, previsto para os dias 17, 18, 22, 26 e
27 deste mês, sendo que nos dias 17, 22 e 26 acontecem jogos da Copa das
Confederações, no estádio Mineirão, em Belo Horizonte.
A direção do Sindicato alegou que o Tribunal de Justiça poderia ter
mediado como fez a justiça no caso da greve dos servidores municipais,
estabelecendo parâmetros para que pudéssemos ter o direito de
manifestação preservado, mas preferiu impor uma decisão sob pena de
multa.
O TJMG manteve a liminar. O Sind-UTE/MG então entrou com ação no
Supremo Tribunal Federal, para pedir a garantia do direito de
manifestação.
Vale informar que no dia 17 último, os trabalhadores em educação de
Minas Gerais, saúde, estudantes e representantes de várias categorias do
funcionalismo público unificaram o coro em uma só voz, numa grande
mobilização que teve concentração em frente à Igreja São Francisco, na
Pampulha, e depois seguiu para as proximidades do estádio do Mineirão,
onde aconteceu o jogo entre as Seleções do Taiti e da Nigéria, pela Copa
das Confederações. A direção do Sind-UTE/MG afirma que quem obstruiu a
via pública foi o batalhão de choque da Polícia Militar.
Segundo Beatriz Cerqueira, o movimento da categoria foi pacífico,
cumpriu o objetivo e teve como finalidade dizer aos governantes e
àqueles que querem calar a voz dos trabalhadores que o ir às ruas para
se manifestar é também um instrumento de negociação. “Enquanto o governo
do Estado não decide sentar e negociar conosco, vamos encontrar essa e
outras formas de denunciar o que estamos vivendo. Poderíamos ter evitado
esta greve se o governo cumprisse os acordos assinados ou estabelecesse
um processo de negociação. Nós aprovamos o indicativo de greve em
abril, mas, como não tivemos resposta do governo, a categoria decidiu
pelo movimento.”
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