quarta-feira, 22 de maio de 2013

Todo apoio à greve geral dos trabalhadores bolivianos por aposentadoria integral

Governo de Evo Morales da Bolívia, quer retirar 40% da aposentadoria dos trabalhadores. As reformas da previdência que que já foram realizadas no nosso país em 1998 por FHC e em 2002 por Lula, estão acontendo em vários países do mundo e fazem parte de medidas de contenção de gastos dos governos em função da crise econômica mundial. Enquanto retira direitos dos trabalhadores privados e públicos, os governos aumentam as medidas de proteção aos banqueiros e empresários através de aumentos de juros, isenções fiscais e empréstimos de dinheiro público (como no BNDES) a fundo perdido

 

 Todo apoio à greve geral dos trabalhadores bolivianos por aposentadoria integral

 

Os trabalhadores bolivianos estão em greve geral desde o dia 5 de maio. Já são mais de 15 dias. Eles reivindicam o pagamento integral da aposentadoria e não 60% como quer implantar o governo de Evo Moralez por meio da lei de pensão n º 065.  

Na última sexta-feira (17), uma reunião ampliada de líderes da Central Operária Boliviana (COB), a maior organização sindical do país, determinou uma radicalização da greve com o fechamento de estradas. A decisão ocorreu após nova negativa do governo às reivindicações dos trabalhadores. Foram feitos cerca de 35 bloqueios de estradas e pontos de interrupção em toda a Bolívia, segundo informou o próprio governo nacional à imprensa

“O ampliado da COB decidiu (na madrugada desta sexta-feira) radicalizar a luta de ação, massificar e fortalecer a greve”, informou o líder Juan Carlos Trujillo à agência de notícias AFP. As maiores iniciativas ocorreram em La Paz, sede do governo boliviano.

O governo de pagar uma aposentadoria de 4.000 bolivianos (US$ 578) e a COB exige uma aposentadoria de 8.000 bolivianos (US$ 1.149).

Lá e aqui – Os planos aplicados pelo governo de Evo Morales não são diferentes de planos defendidos em países da América do Sul como Brasil, Argentina e Venezuela. São governos que por mais que digam o contrário, atuam a serviço dos grandes bancos, do agronegócio transnacional e dos empresários. Aos trabalhadores cabe arrocho salarial e retirada de direitos.

Também não são governos diferentes dos europeus que buscam soluções para a crise econômica do capital retirando direitos, salários e empregos da classe trabalhadora.

No Brasil os ataques à aposentadoria já são implementados desde FHC, quando aplicou o tempo de contribuição sobre o tempo de serviço.

Em 2003, o governo Lula chegou a comprar parlamentares corruptos para aprovar a reforma da previdência que prejudicou os servidores públicos. Foi o chamado escândalo do mensalão – os servidores estão em campanha pela anulação da reforma. Também aprovou o fator previdenciário, que acabou com a integralidade da aposentadoria.

E, o governo Dilma tem sim planos de novos ataques. Entre eles, a proposta de substituir o fator previdenciário pela fórmula 85/95 que amplia o tempo para a aposentaria e, pasme, já tem engavetada a fórmula 95/105, em que para se aposentar a soma do tempo de serviço e idade para as mulheres deve atingir 95 anos e para os homens 105.
Todo apoio à greve – Diante de tais ataques dos respectivos governos, é fundamental o nosso apoio à greve geral dos trabalhadores bolivianos. Um apoio que deve estender-se internacionalmente e ser fortalecido pela entidades filiadas da CSP-Conlutas.

A nossa Central já enviou um moção de solidariedade aos trabalhadores bolivianos. Leia:


A todos os trabalhadores bolivianos MOBILIZADOS

Nosso apoio  aos trabalhadores bolivianos que lutam por uma aposentadoria justa!

A Central Popular e Sindical – Conlutas (CSP-Conlutas), central brasileira que mantém a independência política absoluta do governo de Dilma Rousseff e prioriza a ação direta dos trabalhadores, declara seu apoio e solidariedade à justa luta da classe trabalhadora boliviana por uma aposentadoria, cuja pensão seja igual a 100% dos salários com base nos últimos 12 dos holerites.

Essa luta pretende mudar a atual lei n º 065 de pensão, que mantém conteúdo neoliberal com regime de capitalização individual, em que os trabalhadores se aposentam com apenas 60% de sua renda.

Entendemos que o governo de Evo Morales atua como o governo da Venezuela, da Argentina, do Brasil: duros com os trabalhadores e subservientes ao agronegócio transnacional e aos empresários.

Por isso, entendemos a importância e a necessidade de os trabalhadores bolivianos levarem essa luta em frente. É hora de fazer valer a solidariedade internacional para fortalecer nossas reivindicações em cada país e internacionalmente.

Então, enviamos para todos os trabalhadores bolivianos, nossos irmãos de classe, a nossa mais profunda solidariedade e apoio na mobilização com a realização de bloqueios de estradas. Doze dias atrás, vocês eram vítima de uma campanha nacional desencadeada pelo governo, empregadores e da mídia aliada ao governo, com o objetivo de desacreditar a justiça das reivindicações de vocês.

O governo tenta colocar a população contra a essa luta usando falsos argumentos de que os mineiros têm salários altos e que a mobilização é um alegado golpe de Estado para derrubá-lo. Nós, da CSP-Conlutas, cerramos fileiras com os mineiros, professores, trabalhadores e pessoas em geral, que estão na luta por uma aposentadoria justa. Estamos à disposição para realizar uma pressão internacional por meio de organizações da classe trabalhadora exigindo que o governo Evo Morales atenda imediatamente a reivindicação dos trabalhadores bolivianos feita pela Central Operária Boliviana.

Dirceu Travesso
Secretário Nacional Executiva
CSP Conlutas – Brasil
São Paulo, 20 de maio de 2013

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