Governo de Evo Morales da Bolívia, quer retirar 40% da aposentadoria dos trabalhadores. As reformas da previdência que que já foram realizadas no nosso país em 1998 por FHC e em 2002 por Lula, estão acontendo em vários países do mundo e fazem parte de medidas de contenção de gastos dos governos em função da crise econômica mundial. Enquanto retira direitos dos trabalhadores privados e públicos, os governos aumentam as medidas de proteção aos banqueiros e empresários através de aumentos de juros, isenções fiscais e empréstimos de dinheiro público (como no BNDES) a fundo perdido
Os trabalhadores bolivianos estão em greve geral desde o
dia 5 de maio. Já são mais de 15 dias. Eles reivindicam o pagamento
integral da aposentadoria e não 60% como quer implantar o governo de Evo
Moralez por meio da lei de pensão n º 065.
Na última sexta-feira (17), uma reunião ampliada de líderes da
Central Operária Boliviana (COB), a maior organização sindical do país,
determinou uma radicalização da greve com o fechamento de estradas. A
decisão ocorreu após nova negativa do governo às reivindicações dos
trabalhadores. Foram feitos cerca de 35 bloqueios de estradas e pontos
de interrupção em toda a Bolívia, segundo informou o próprio governo
nacional à imprensa
“O ampliado da COB decidiu (na madrugada desta sexta-feira)
radicalizar a luta de ação, massificar e fortalecer a greve”, informou o
líder Juan Carlos Trujillo à agência de notícias AFP. As maiores
iniciativas ocorreram em La Paz, sede do governo boliviano.
O governo de pagar uma aposentadoria de 4.000 bolivianos (US$ 578) e a
COB exige uma aposentadoria de 8.000 bolivianos (US$ 1.149).
Lá e aqui – Os planos aplicados pelo governo de Evo Morales
não são diferentes de planos defendidos em países da América do Sul como
Brasil, Argentina e Venezuela. São governos que por mais que digam o
contrário, atuam a serviço dos grandes bancos, do agronegócio
transnacional e dos empresários. Aos trabalhadores cabe arrocho salarial
e retirada de direitos.
Também não são governos diferentes dos europeus que buscam soluções
para a crise econômica do capital retirando direitos, salários e
empregos da classe trabalhadora.
No Brasil os ataques à aposentadoria já são implementados desde FHC,
quando aplicou o tempo de contribuição sobre o tempo de serviço.
Em 2003, o governo Lula chegou a comprar parlamentares corruptos para
aprovar a reforma da previdência que prejudicou os servidores públicos.
Foi o chamado escândalo do mensalão – os servidores estão em campanha
pela anulação da reforma. Também aprovou o fator previdenciário, que
acabou com a integralidade da aposentadoria.
E, o governo Dilma tem sim planos de novos ataques. Entre eles, a
proposta de substituir o fator previdenciário pela fórmula 85/95 que
amplia o tempo para a aposentaria e, pasme, já tem engavetada a fórmula
95/105, em que para se aposentar a soma do tempo de serviço e idade para
as mulheres deve atingir 95 anos e para os homens 105.
Todo apoio à greve – Diante de tais ataques dos
respectivos governos, é fundamental o nosso apoio à greve geral dos
trabalhadores bolivianos. Um apoio que deve estender-se
internacionalmente e ser fortalecido pela entidades filiadas da
CSP-Conlutas.
A nossa Central já enviou um moção de solidariedade aos trabalhadores bolivianos. Leia:
A todos os trabalhadores bolivianos MOBILIZADOS
Nosso apoio aos trabalhadores bolivianos que lutam por uma aposentadoria justa!
A Central Popular e Sindical – Conlutas (CSP-Conlutas), central
brasileira que mantém a independência política absoluta do governo de
Dilma Rousseff e prioriza a ação direta dos trabalhadores, declara seu
apoio e solidariedade à justa luta da classe trabalhadora boliviana por
uma aposentadoria, cuja pensão seja igual a 100% dos salários com base
nos últimos 12 dos holerites.
Essa luta pretende mudar a atual lei n º 065 de pensão, que mantém
conteúdo neoliberal com regime de capitalização individual, em que os
trabalhadores se aposentam com apenas 60% de sua renda.
Entendemos que o governo de Evo Morales atua como o governo da
Venezuela, da Argentina, do Brasil: duros com os trabalhadores e
subservientes ao agronegócio transnacional e aos empresários.
Por isso, entendemos a importância e a necessidade de os
trabalhadores bolivianos levarem essa luta em frente. É hora de fazer
valer a solidariedade internacional para fortalecer nossas
reivindicações em cada país e internacionalmente.
Então, enviamos para todos os trabalhadores bolivianos, nossos irmãos
de classe, a nossa mais profunda solidariedade e apoio na mobilização
com a realização de bloqueios de estradas. Doze dias atrás, vocês eram
vítima de uma campanha nacional desencadeada pelo governo, empregadores e
da mídia aliada ao governo, com o objetivo de desacreditar a justiça
das reivindicações de vocês.
O governo tenta colocar a população contra a essa luta usando falsos
argumentos de que os mineiros têm salários altos e que a mobilização é
um alegado golpe de Estado para derrubá-lo. Nós, da CSP-Conlutas,
cerramos fileiras com os mineiros, professores, trabalhadores e pessoas
em geral, que estão na luta por uma aposentadoria justa. Estamos à
disposição para realizar uma pressão internacional por meio de
organizações da classe trabalhadora exigindo que o governo Evo Morales
atenda imediatamente a reivindicação dos trabalhadores bolivianos feita
pela Central Operária Boliviana.
Dirceu Travesso
Secretário Nacional Executiva
CSP Conlutas – Brasil
São Paulo, 20 de maio de 2013
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