Não foi um ato festivo, não teve sorteios de prêmios financiados pelas empresas que exploram os trabalhadores e não teve representantes governistas ou candidatos. É um ato de denúncias contra a exploração da classe trabalhadora e da política econômica dos governos em todo o mundo que beneficia os empresários e patrões e dá migalhas a quem trabalha. É assim que deve ser o 1º de maio da classe trabalhadora.
A CSP-Conlutas ajudou a promover e participou de 1º de Maio
classistas e de luta em todo o país. Atos que não tiveram patrocínio de
empresas nem sorteios de carros ou casas, mas sim a presença de
lutadores que se reúnem nessa data para resgatar as bandeiras dos
trabalhadores, diferentes dos feitos por outras centrais como a CUT e
Força Sindical.
Assim como a bandeira do internacionalismo, que desta vez foi
resgatada por meio da distribuição de um manifesto aprovado no Encontro
Internacional do Sindicalismo Alternativo, que aconteceu no final de
março último em Paris, França. Um manifesto aprovado por representantes
de 61 organizações de 32 países, para distribuição simultânea neste dia
de luta da classe trabalhadora mundial.
São Paulo – Os trabalhadores paulistas marcaram
presença no ato, realizado na Praça da Sé, em São Paulo,
tradicionalmente conhecido por ser independente dos patrões e do
governo. A manifestação contou com a presença de 2 mil pessoas.
O ato político foi organizado pelo Fórum das Pastorais Operárias e as
centrais sindicais CSP-Conlutas e Intersindical. Contou com a
participação dos movimentos populares e sociais como o MTST (Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto), o MTL (Movimento Terra Trabalho e
Liberdade), entidades sindicais como o Sindicato dos Metroviários de São
Paulo, o Sindesef-SP, entre outras, e as entidades estudantis Anel
(Assembleia Nacional de Estudantes Livre) e Esquerda da UNE.
Logo após a missa realizada na Igreja da Sé, por volta das 10h30,
grupos teatrais entre os quais o Rubra – Núcleo de Ação Cênica, Partido
Teatral e o CAS (Coletivo de Artistas Socialistas) se apresentaram e
trouxeram a reflexão sobre a exploração e opressão contra o trabalhador.
A abertura ficou sob responsabilidade do Fórum das Pastorais Operárias, destacando o caráter de luta daquele ato.
Representando o Resistência Urbana e o MUST (Movimento Urbano dos Sem
Teto) Waldir Martins, o Marrom, saudou a todos e destacou a luta, que
continua até hoje, dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos.
“Tentaram nos derrubar, mas não conseguiram, a luta por moradia
continua. Enquanto não garantirem as moradias para o povo do Pinheirinho
a gente não vai parar”, disse.
Em seguida, a representante da Anel Arieli Tavares, em nome dos
estudantes, destacou que o ato na Sé não compactuava com a lógica de
conciliação com a burguesia e o compromisso da Anel é construir a
CSP-Conlutas como alternativa de luta. “Estivemos na Marcha em Brasília
no dia 24 de abril, fizemos um protesto contra o Feliciano. Mostramos
naquele ato que esse racista, machista e homofóbico, não nos
representa”, ressaltou. Arieli finalizou sua fala convidando a todos a
participarem do Congresso da Anel que acontece em junho.
A atividade prosseguiu com falas dos representantes do movimento sindical.
O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino
Prazeres, informou a todos que sua categoria estava em campanha
salarial. “Esse ano está prevista uma greve no final de maio contra a
intransigência do metrô e precariedade do transporte, contra o aumento
das passagens entre outros, contamos com o apoio de todos”, frisou.
Altino denunciou as privatizações em curso não só em São Paulo, mas
também em todo país, nos setores estratégicos como portos e aeroportos.
“Vamos organizar as lutas combater esses ataques. Estamos no ato certo,
da classe trabalhadora, o 1º de Maio de luta está vivo como nunca”,
completou.
A professora municipal Maria de Lourdes, também representante da
CSP-Conlutas, disse que nesta sexta-feira (3) os professores da rede
municipal de ensino farão assembleia. Com isso, a categoria pode votar a
greve e se juntar a luta os educadores da rede estadual, em greve há 10
dias. O membro da Oposição da Apeoesp João Zafalão disse que ambos os
segmentos lutam pela mesma pauta, melhores salários e condições de
trabalho. “Vamos lutar juntos por nossos direitos”, disse.
O dirigente da CSP-Conlutas e também representante do Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha,
destacou caráter internacionalista do ato. “A Central organizou um
encontro na França onde foi definido que nesse dia de luta, nós,
juntamente com organizações de 32 países faríamos a distribuição de um
manifesto unitário para o 1º de Maio em apoio à luta dos trabalhadores”,
disse. Mancha denunciou a política econômica do governo federal. “No
dia 24 de abril levamos mais de 20 mil pessoas a Brasília e demos a
resposta que não aceitamos mais ataques, queremos um basta nas
privatizações, somos contra a reforma da previdência o fator
previdenciário e o ACE”, salientou.
Os manifestantes entoaram em seguida as palavras de ordem: “eu vim aqui, fazer o que, barrar o ACE e meu direito defender”.
O dirigente da Central informou ainda que em maio terá o leilão do petróleo e que a os trabalhadores devem unificar as lutas.
A ultima parte do ato foi destinada aos partidos políticos.
Representando o PSTU, Antonio Donizete Pereira, o Toninho, destacou a
independência do ato. “Aqui não tem distribuição de cupons para
concorrer a prêmios, aqui tem trabalhadores de luta que mantém a
tradição da classe operária”.
O deputado Carlos Gianaazi (PSOL) disse que a Praça da Sé local
histórico que foi palco de diversas manifestações era ideal para se
comemorar o 1° de Maio.
Ao final da manifestação, os trabalhadores, de punhos fechados,
cantaram a internacional socialista, mostrando mais uma vez que na Praça
da Sé foi realizado um ato de luta, classista, independente e
internacionalista.
Porto Alegre (RS) - Neste
1º de Maio, em frente ao Monumento ao Expedicionário no parque
Farroupilha, ocorreu um ato do sindicalismo combativo, neste dia do
trabalhador, com a presença de mais de 1000 pessoas.
Diferentemente de outros eventos organizados por entidades sindicais
que pretensamente dizem defender a classe operária, mas que atuam mais
na defesa dos governos, o Ato internacional classista independente de governos e patrões
reuniu um grande número de pessoas que foram ao parque lembrar que a
data não é festiva e sim um momento de reflexão e embate contra as
arbitrariedades que estão sendo cometidas por patrões da iniciativa
privada e pelos governos federal, estadual e municipal contra seus
servidores e a classe trabalhadora em geral.
O evento contou com a presença de diversos sindicatos e organizações
políticas, os quais convergiram na necessidade de construir a unidade
dos lutadores na defesa dos direitos dos trabalhadores.
O ato teve um caráter internacional, pois contou com a participação
de dirigentes sindicais ligados à educação vindos do Uruguai. Pablo
Macedo, representante da FENAPES CSEU PIT-CNT, citou o universalismo da
causa:
- A luta pela educação de qualidade com valorização dos professores é única em toda a América Latina.
A fala dos oradores seguiu no ensejo de que o 1º de Maio seja um
momento de lembrança pelos que já tombaram, bem como a hora de reunir
forças e continuar nesta senda de trabalho e batalha pela melhoria das
condições de trabalho.
Valendo-se para tal os exemplos dados em todo o mundo, sejam nas
greves e manifestações contra as demissões em massa feitas na Europa ou
mesmo nas lutas e greves aqui no Brasil. Muitos trabalhadores e
trabalhadoras atenderam ao chamado da CSP-CONLUTAS, da CUT PODE MAIS e
diversas outras organizações para este ato de luta em Porto Alegre,
muitos vindos do interior do estado.
O Ato internacional classista independente de governos e patrões
foi finalizado com o viés de resistência sendo fortemente lembrado, uma
vez os governos conseguiram cooptar, através de cargos e repasse de
verbas, quem deveria representar e caminhar junto com os trabalhadores
do país.
Fonte: site CSPConlutas
Nenhum comentário:
Postar um comentário