Além da falta de professor, goteiras, mobiliário quebrado e banheiros sem condições de uso fazem parte da rotina
Na Escola Estadual Delfim Moreira (Grupo Central), a queixa é referente às salas que estão interditadas e à falta de reforma no prédio, erguido na década de 1860 e tombado pelo Município. Segundo os alunos, há paredes mofadas, espaços com infiltrações e problemas no telhado, o que impediria o uso de algumas salas. A comunidade escolar ainda reclama de áreas comuns da escola e dos banheiros, que também estariam em condições precárias. Alguns estudantes, que pediram para não ser identificados, chegaram a enviar fotos à Tribuna, para mostrar os problemas.
"Estamos tendo aula em uma sala improvisada, que, na verdade, é o auditório. Prometeram reformar as salas que estão fechadas, mas, até hoje, não vimos nada. E não há a menor condição de ter aula no auditório, porque, além de terem improvisado um quadro pequeno, é muito quente, o ventilador não funciona direito, e, se o professor abre a porta para ventilar, vem muito barulho de fora", diz um estudante, 17 anos, que cursa o segundo ano do ensino médio. Outro aluno da mesma série, 15, queixa-se da situação: "Já ligamos para a Superintendência (Regional de Ensino-SRE), mas nada foi resolvido. Ficamos de férias por mais de dois meses, e já era para terem feito as obras."
Outra escola que integra a lista de reclamações é a Estadual Presidente Costa e Silva (Polivalente de Benfica). Lá é possível observar portas, janelas, carteiras, mesas e quadros quebrados, além de banheiros sem condição de uso - com torneiras e pias quebradas. Um aluno de 13 anos também reclama da necessidade de trocar de sala constantemente por conta das goteiras depois que o telhado começou a ser reformado. "Recentemente, a biblioteca ficou cheia de água após um dia de chuva", conta.
A diretora do Polivalente, Lucymar Santiago, explica que a escola passa por reforma geral, que solucionará todos os problemas apontados. A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEE) confirma a informação e acrescenta que a reforma está orçada em R$ 1 milhão e foi aprovada no fim do ano passado. A pasta ainda informa que os trabalhos não foram iniciados durante as férias por causa dos trâmites necessários e porque a ordem de início foi dada em fevereiro deste ano. Sobre a biblioteca, a assessoria diz que, realmente entrou água no espaço devido à reforma do telhado, mas esclarece que todos os livros foram protegidos, não havendo registros de danos.
As condições do prédio da Delfim Moreira são de conhecimento da Superintendência, que, no final do ano passado, solicitou à SEE a reforma do imóvel. Por se tratar de prédio tombado, esta intervenção demanda projeto especial de restauração, que não comprometa as características originais. Conforme a assessoria da SEE, o projeto está em fase de elaboração, mas não há previsão de quando será concluído. Para evitar mais prejuízos aos estudantes, a SRE avalia a possibilidade de locação de um imóvel no Centro, para onde eles poderão ser remanejados, até que as obras sejam finalizadas. Embora não haja confirmação de que essa estratégia será adotada, a instituição está em busca do novo local. Ainda conforme a pasta, após encontrar o prédio, podem ser necessárias adequações da estrutura antes que a transferência ocorra.
Mais protestos por melhorias
Além das manifestações realizadas na semana passada pela comunidade do Instituto Estadual de Educação (Escola Normal), outros colégios têm se mobilizado para organizar atos semelhantes em prol de melhorias.Na manhã desta segunda-feira (11), alunos da Escola Estadual Francisco Bernardino fizeram passeata para denunciar a falta de professores na instituição e demonstrar preocupação com a lotação das classes. Eles saíram do Manoel Honório, na Zona Leste, e foram até a Câmara Municipal, no Centro da cidade. Estudantes da Escola Estadual Delfim Moreira (Grupo Central) prometem fazer o mesmo durante esta semana.
No caso do Instituto Estadual de Educação (Escola Normal), a queixa é referente à falta de investimentos em melhorias e à tentativa de encher as turmas. Segundo eles, por ser um prédio antigo (inaugurado em 1930 e também tombado pela Prefeitura), algumas salas são pequenas e não suportariam a quantidade de alunos. A situação veio à tona há uma semana, quando docentes e discentes fizeram protestos contra a possibilidade de junção de classes. Professores dizem que, apesar de haver limite legal - que estipula o número máximo de 35 estudantes para o ensino fundamental e de 40 para o médio - lotar as salas com essa quantidade de pessoas sem analisar a infraestrutura da instituição pode ser um equívoco, como destaca o docente Júlio Cezar Lang Doria, que também é um dos diretores da subsede local do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE).
Fonte: Tribuna de Minas
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