
Organizamos esse movimento para denunciar à população o que está acontecendo aqui", diz o aluno Arthur James, 15.
Assim como ele, dezenas de outros adolescentes vestiram a opção escura do uniforme e roupas pretas, cercando a instituição de ensino, localizada na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Braz Bernardino, no Centro, com uma grande faixa negra. Entre as frases de efeito utilizadas: "Delfim Moreira em luta(o)".
Ocorrências
Na última segunda-feira, a professora de ciências Daniela Renhe levou um tombo durante a aula por conta das falhas que existem no piso de madeira da escola. "Quando um professor cai na sala, espera que os alunos riam. Mas meu tombo foi tão feio, e eles estavam tão preocupados com a situação da escola, que ninguém fez qualquer piada. Por sorte, apenas torci o pé quando o assoalho afundou, e não houve nada grave." Dias antes, o estudante Cristian Oliveira, 15, ficou com uma perna agarrada, depois que um pedaço do piso cedeu abrindo um buraco que permite visualizar o andar inferior. "Estava passando normalmente e, de repente, caiu uma parte do chão, e meu pé entrou. Precisei de ajuda de alguns amigos para conseguir sair."
Diante dessas ocorrências, agravadas pelo fato de, pelo menos, quatro salas já estarem interditadas, de haver portas e janelas quebradas, paredes com infiltração, fiação exposta, teto deteriorado e goteiras em muitos recintos, a comunidade escolar cobra providências rápidas para que os cerca de dois mil alunos da Delfim Moreira saiam da situação de risco.
"Esta manifestação é pelo descaso do Governo estadual com a educação. Nesta escola houve demora na contratação de professores, como ocorreu em outras instituições, a estrutura é precária e, por causa do problema, está havendo realocação de turmas em espaços inadequados. Além disso, os representantes do sindicato foram impedidos de entrar na instituição hoje", denuncia o professor da rede e diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) Julio Sezar Lang Doria.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEE), a Superintendência Regional de Ensino tem ciência da gravidade da situação e, por isso, foi autorizada a alugar um prédio que comporte a transferência temporária das atividades da escola. As instituições estão em busca de um imóvel na região central, que ainda não foi encontrado. A pasta ressalta que um projeto de reforma e restauro do prédio - erguido na década de 1860 e tombado pelo Município - já está sendo elaborado.
Falta de carteiras
Já na Escola Estadual Duarte de Abreu, no Vitorino Braga, Zona Sudeste, estudantes registraram ocorrência na Polícia Militar para denunciar a falta de carteiras. Conforme alunos e familiares, não havia mobiliário suficiente para que todos se sentassem na manhã desta quarta-feira (13). "Chegamos na sala e não tinha carteira para todo mundo. Depois que reclamamos, mandaram a gente sentar no chão ou voltar para casa.
Ficamos revoltados e resolvemos denunciar", diz uma aluna de 17 anos. Conforme os estudantes, a falta de carteiras já ocorreu outras vezes neste ano letivo.
A informação da Secretaria de Estado da Educação é de que uma equipe da SRE vai apurar junto à escola o problema para adotar as medidas necessárias. Já a direção do colégio informou que há falta de cerca de 20 carteiras, que devem ser disponibilizadas aos alunos ainda nesta semana.
Fonte: Tribuna de Minas Por Fernanda Sanglard
A Secretária de Educação estará em Juiz de Fora na próxima segunda, dia 18, para participar de um evento no CES/JF. É uma excelente oportunidade para manifestar.
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