Os
educadores e as educadoras de Minas Gerais se reuniram em Assembleia
Estadual, nessa quarta-feira (29/04), no Pátio da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Em mobilização pelo pagamento do
Piso Salarial e reconstrução da carreira, a categoria faz 48 horas de
paralisação. Neste dia 29 de abril, foi para assembleia estadual e no
dia 30 é a greve nacional da educação, convocada pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
Negociação 27 de abril
Na
nona reunião da Comissão de Negociação, com membros do governo de Minas
Gerais, que aconteceu nessa segunda-feira (27/04), na Cidade
Administrativa, em Belo Horizonte, o Sindicato Único dos Trabalhadores
em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), através de sua Comissão de
Negociação, apresentou vários encaminhamentos ao Executivo e relatou o
sentimento da categoria em relação a proposta apresentada pelo governo
em 17 último.
A
coordenadora-geral do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, destacou que os
educadores apreciaram o documento durante o 10º Congresso do Sindicato,
ocorrido entre os dias 18 e 21de abril, e que a proposta não dialoga com
os trabalhadores em vários pontos. “Há um grau de insatisfação no seu
conjunto. Toda vez que o governo propõe uma política remuneratória, ele
penaliza quem está mais tempo na carreira e isso vem acontecendo desde
2004”, disse.
A
proposta não estimula quem é efetivo e não contempla de forma paritária
ativos e aposentados. Quem ingressa hoje na carreira ganha semelhante a
quem já está há 15 anos na escola.
Outra
dificuldade é aceitar a redução do percentual na tabela, a partir da
proposta de supressão das letras T1 e T2. Para cada nível da carreira
cerca de 1% de redução. Exemplos: de P1 para P2, reajuste cai de 10%
para 8,8%; de P2 para P3 – redução de 8,9%, de P3 para P4 (9%). “ Se
formos para o final da carreira teremos reduções ainda maiores”,
argumentou Beatriz, que também destacou a forma negativa como os
trabalhadores receberam a proposta de 5% e 10% de gratificação para
metrado e doutorado, respectivamente.
Nova reunião com o governo no dia 29 de abril
No
período da manhã desta quarta-feira aconteceu nova reunião com o
governo do estado. Em função desta reunião, o Conselho Geral suspendeu
as atividades.
A
reunião foi mediada pela bancada da maioria da Assembleia Legislativa e
aconteceu de 11h até as 13h:30. Participaram o secretário de Governo,
subsecretários do Planejamento e Gestão, de Governo e de Educação.
Também participaram os deputados estaduais Paulo Lamac, Professor
Neivaldo e Rogério Correia.
Novamente, o Sindicato informou que não é possível discutir nenhuma proposta de diminua a carreira e que exclua os aposentados.
Ao final da reunião as novas propostas são:
1) manutenção dos níveis de mestrado e doutorado na carreira;
2) os mesmos abonos e reajustes serão praticados para os aposentados e afastados preliminarmente com paridade;
3) a incorporação de abonos será em percentual, preservando os atuais percentuais de promoção (10%) e de progressão (2,5%);
4) os abonos também serão reajustados enquanto não forem para o vencimento básico;
5) a Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI) terá todos os reajustes que forem praticados;
6) grupo de trabalho para reorganizar a gestão do IPSEMG;
7) anistia de todos os períodos de greve e paralisações desde 2011 e anulação das punições;
À
tarde, a categoria reunida em assembleia decidiu por um calendário de
discussões da proposta em assembleias locais e uma nova assembleia no
dia 14 de maio para decidir sobre as propostas apresentadas.
No dia 08 de maio, haverá uma nova rodada de negociação com o governo.
Os
resultados positivos do processo até aqui são conquistas do esforço
coletivo, alcançados graças a mobilização dos educadores em diversos
momentos, a exemplo das 48 horas de paralisação já realizadas, ao grande
ato no dia 21 de abril e também ao maior congresso já realizado pelo
Sind-UTE/MG. A paridade e a manutenção dos percentuais da carreira assim
como o descongelamento são conquistas importantes de quem fez movimento
até aqui.
Agendas de lutas
30/04 –
Começa neste dia a agenda do 1º de maio, com ato na Faculdade de
Direito da UFMG, contra o PL 4330, da Terceirização sem Limites, às 19
horas.
– Participação da Greve Nacional da Educação, convocada pela CNTE, com
atos em todo o Estado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ato
às 8h:30min, na portaria da Fiat Automóveis, no viaduto que dá acesso a
Betim.
1º/05 –
Missa do Trabalhador na Praça da Cemig, em Contagem, 8 horas. Em
seguida, às 10h, concentração na Praça Afonso Arinos (ato político do 1º
de maio). Logo após, os educadores participam do 6º Encontro dos
Movimentos Sociais, também na Assembleia Legislativa, no período de 01 a
03 de maio.
09/05 – Reunião com representantes das Superintendências Regionais de Ensino (SREs).
14/05 – Assembleia Estadual, com paralisação de atividades e indicativo de greve- Pátio da ALMG, em Belo Horizonte.
Moções aprovadas
-
Moção de apoio às greves dos trabalhadores em educação das redes
municipais: Betim, Esmeraldas, Santa Luzia, Contagem e Juiz de Fora.
-
Moção em apoio aos educadores em greve em vários estados do país:
Pernambuco, Pará, Paraíba, Santa Catarina, São Paulo e Paraná e de
repúdio aos governadores Geraldo Alkmin e do Paraná, onde o governo de
Beto Richa (PSDB) promoveu um verdadeiro massacre contra os
trabalhadores em educação. Mais de 100 educadores ficaram feridos após a
Polícia Militar/Batalhão de Choque entrar atacar os educadores.
-
Moção de repúdio à promotoria de justiça de Uberlândia por interferir e
impedir a eleição para direção das escolas municipais daquela cidade.
-
Moção de solidariedade ao líder do MST, João Pedro Stédile, duramente
atacado pela grande mídia e por deputados do Bloco Conservador na ALMG
por ter recebido a Medalha da Inconfidência, no último dia 21 de abril.
- Moção de repúdio aos deputados estaduais que fizeram o loteamento doa cargos das SREs impedindo o processo de democratização.
Acompanhe
as propostas do Governo do Estado até a reunião da Comissão de
negociação realizada, no dia 29 de abril, com os avanços conquistados
pela categoria e problemas existentes
I - CARREIRA DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO BÁSICA - PEB
· Professor/a que atualmente está no nível TI (NÍVEL MÉDIO)
Alterações propostas:
1)
Será posicionado no nível de licenciatura plena. Quando? Em maio de
2015. Problema: o governo quer considerar apenas a atual remuneração
para posicionamento no grau (letra). O que o Sindicato defende: que o
professor seja posicionado no novo nível e no mesmo grau que já
adquiriu, preservando o seu tempo de serviço.
2)
Nova promoção por escolaridade. Quando: em setembro de 2015.
Problema: o governo quer fazer a mudança de letra correspondente ao
tempo de serviço como se fosse promoção por escolaridade. O que o
Sindicato defende: que haja a mudança de nível para PEBII se o professor
tiver diploma de pós-graduação.
3) Outra promoção por escolaridade. Quando: a partir de 2016.
· Professor/a que atualmente está no nível TII (nível licenciatura curta)
Alterações propostas:
1. Será posicionado no nível de licenciatura plena. Quando? Em maio de
2015. Será posicionado no novo nível e na mesma letra que já adquiriu,
preservando o seu tempo de serviço.
2) Nova promoção por escolaridade. Quando: em setembro de 2015
3) Outra promoção por escolaridade. Quando? A partir de 2016.
· Professor/a que atualmente esteja no nível PEBI (licenciatura plena):
Alterações propostas:
1) Se tiver pós-graduação, será posicionado no nível PEBII. Quando? Em setembro de 2015.
2)
Nova promoção por escolaridade. Quando? A partir de janeiro de 2016. A
promoção por escolaridade para certificação será automática até que a
SEE promova a sua regulamentação.
· Professor que atualmente esteja no nível PEB II (pós-graduação)
Alterações propostas:
1) Será posicionado no nível PEBIII. Quando? Em setembro de 2015. A primeira certificação será automática.
2) Nova promoção por escolaridade. Quando? A partir de janeiro de 2016.
· Professor que atualmente esteja no nível PEB IV (mestrado)
Alterações propostas:
1) Se tiver doutorado, terá promoção por escolaridade. Quando? Em setembro de 2015.
Este nível permanecerá na carreira.
· Professor que atualmente esteja no nível PEB V (doutorado)
é o último nível da carreira.
·
Avanços gerais:
1. Considerar o estágio probatório como interstício para a promoção por escolaridade.
2. Considerar
a licença à gestante e a licença médica resultante de acidente de
trabalho como efetivo exercício para fins de avaliação de desempenho
para a promoção por escolaridade.
II
- CARREIRA DO ESPECIALISTA DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ANALISTA
EDUCACIONAL/INSPEÇÃO, AUXILIAR DE SERVIÇOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
ASSISTENTE TÉCNICO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ANALISTA EDUCACIONAL, ANALISTA DA
EDUCAÇÃO BÁSICA, ASSISTENTE DE EDUCAÇÃO, ASSISTENTE TÉCNICO EDUCACIONAL
· Promoção por escolaridade adicional em setembro de 2015 e outra a partir de 2016.
· Garantia
de negociação das distorções de carreira e remuneração de todas as
carreiras da educação, incluindo os servidores das Superintendências
Regionais de Ensino.
III - PISO SALARIAL PARA OS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO (PEB, EEB, ANE/INSPEÇÃO)
Avanços conquistados:
1) Reconhecimento o valor do Piso Salarial para a jornada existente na carreira do professor, ou seja, para 24 horas.
2) Garantia dos reajustes previstos na Lei Federal 11.738/08, em janeiro de 2016, janeiro de 2017 e janeiro de 2018.
3) Fim do subsídio como forma de remuneração. Os atuais valores de salário serão transformados em vencimento básico.
3. o governo praticará os mesmos reajustes à Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI).
4.
Os percentuais anunciados – 13,06%, 8,21% e 7,72% - serão aplicados na
carreira, preservando os atuais percentuais de promoção e de progressão.
De acordo com a proposta do governo o professor recebe os abonos que
serão pagos nas seguintes datas:
junho de 2015: R$190,00
julho de 2016: R$135,00
agosto de 2017: R$137,48
Enquanto
os abonos não forem incorporados como percentual, também serão
reajustados com os mesmos índices do Piso Salarial anualmente. A
incorporação dos dois primeiros abonos acontece em 2017 e de terceiro
abono em julho de 2018.
Problemas:
1. O governo trabalha a referência do valor do Piso salarial para licenciatura plena e não para o nível médio.
2. Nenhuma
vantagem existente antes do subsídio retornaria. O governo propõe a
criação de um Adicional de Valorização da Educação Básica a ser pago a
partir de 2017.
IV - APOSENTADOS E AFASTADOS PRELIMINARMENTE (COM DIREITO A PARIDADE)
Avanços conquistados:
1)
Garantia dos reajustes para os profissionais do magistério previstos na
Lei 11.738/08, em janeiro de 2016, janeiro de 2017 e janeiro de 2018.
2)Todos
os/as afastados/as preliminarmente e aposentados/as que cumpriram os
requisitos para a mudança de nível quando estavam em atividade terão a
promoção em setembro de 2015.
3) Haverá o reposicionamento dos professores aposentados TI e TII no nível PEBI.
1. Os/as aposentados/as receberão os valores do abono e reajustes da mesma forma que os demais trabalhadores.
V
- PROPOSTA SALARIAL PARA OS CARGOS DE AUXILIAR DE SERVIÇOS DA EDUCAÇÃO
BÁSICA, ASSISTENTE TÉCNICO DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ANALISTA EDUCACIONAL,
ANALISTA DA EDUCAÇÃO BÁSICA, ASSISTENTE DE EDUCAÇÃO, ASSISTENTE TÉCNICO
EDUCACIONAL
· Será aplicada a mesma proposta de abono, proporcionalmente nos anos de 2015, 2016 e 2017.
Problema:
1. Não estão garantidos os reajustes anuais do Piso Salarial (janeiro de 2016, 2017 e 2018).
VI - OUTROS AVANÇOS CONQUISTADOS NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
- Nomeações: garantia de 15.000 nomeações por ano e 60.000 durante a atual gestão.
-
Eleição para direção de escola: garantia de eleição para direção de
escola em 2015 com edital elaborado conjuntamente com a categoria.
- Publicações de aposentadorias: média de 1.200 publicações por mês acabando com o passivo de publicações até 2018.
- Disponibilização das vagas aparentes para mudança de lotação e nomeações.
-
Convocação dos servidores da Lei Complementar 100/07 que estão de
licença médica e ajustamento funcional para perícia com avaliação para
possível aposentadoria.
-
Convocação dos servidores da Lei Complementar 100/07 que saíram do
ajustamento funcional sem perícia para avaliação da perícia par possível
aposentadoria.
- garantia de negociação para correção das distorções nas carreiras e remuneração da educação.
Problemas:
- Não houve negociação do conjunto da pauta de reivindicações protocolada em 02/02/15.
- Não há encaminhamento para os servidores da Lei Complementar 100/07 que adquiriram o direito de aposentadoria após 01/04/2015.
-
O quadro de escola 2015 sofreu poucas alterações em comparação a 2014,
estrangulando ainda mais os trabalhadores em educação no cotidiano da
escola.
-
Não houve democratização em todas as Superintendências Regionais de
Ensino, havendo a prática de loteamento dos cargos na maioria das SREs.
Fotos: Lidyane Ponciano
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