Pimentel está aplicando a mesma política de governos anteriores. O PSDB foi derrotado em Minas porque os trabalhadores em educação lutaram bravamente contra Aécio e Anastasia. Não aceitaremos retrocesso. Todos à paralisação dia 31/03.
A
reunião de negociação com o Governo não avançou em propostas
relacionadas ao Piso Salarial e à Carreira para os trabalhadores em
educação de Minas Gerais. Com as respostas que estavam pendentes desde a
reunião anterior, foi possível entender melhor o que o governo
apresentou nessa terça-feira, dia 24/03.
Entenda as propostas do governo:
1) Proposta salarial de abono de R$160,00
Com a proposta de abono, o governo não cumprirá o compromisso de pagar o Piso Salarial Profissional Nacional. Entenda porque:
- valor do Piso Salarial Profissional Nacional (nível médio de escolaridade) em 2015: R$1.917,01
- valor do Subsídio para nível médio de escolaridade em 2015: R$1.237,00
Transformando
os valores do subsídio em vencimento básico (proposta do governo), a
diferença entre o que é pago pelo governo e o Piso Salarial será de 55%.
Com
a extinção dos níveis T1 (nível médio) e T2 (licenciatura curta),
proposta pelo governo, a carreira do Professor de Educação Básica
começaria com o nível de licenciatura plena. Portanto, começa com dois
níveis acima da escolaridade do Piso Salarial. Então não está correta a
afirmação do governo de que avançaria 35% para se chegar ao valor do
Piso Salarial porque ele pega como referência a licenciatura plena e não
o nível médio, conforme determinado pela Lei Federal 11.738/08.
Entre o nível médio e a licenciatura curta há uma diferença de 5,8%;
entre a licenciatura curta e a licenciatura plena há uma diferença de
10,4% na carreira. Informações que o governo omite ao fazer a sua
proposta.
Outro
problema da proposta é a exclusão dos aposentados que seriam
contemplados apenas nas incorporações das 4 parcelas de R$ 40,00, mas
não receberiam o abono.
O
governo afirma que a sua lógica é construir uma proposta de pagamento
do Piso Salarial ao longo de 4 anos, mas não apresentou nenhuma proposta
para além do abono de R$160,00.
2) Propostas sobre a carreira
O
governo mantém o congelamento da promoção estabelecido na Lei estadual
19.837/11. De acordo com as atuais regras, somente a partir de 2016, os
profissionais da educação voltam a ter direito a escolaridade adicional.
Isso se cumprirem os requisitos de 5 anos no mesmo nível com 5
avaliações de desempenho positivas, excluindo deste tempo o estágio
probatório. Embora o Sindicato
tenha apresentado a necessidade de mudar estas regras e atualizar a
escolaridade dos atuais servidores, o governo pretende mantê-las
inalteradas. De acordo com a proposta do governo não haverá escolaridade
adicional em 2015. Para a carreira do professor de educação básica, a
proposta do governo é organizá-la em 4 níveis. Acompanhe pela tabela:
Regra atual
|
Proposta do governo
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Nível TI – Ensino Médio
|
Extinção.
O professor seria posicionado no nível PEB I, considerando a sua
remuneração (não considera o tempo de serviço). Se em 2016 tiver direito
à escolaridade adicional, permanecerá no nível PEB I, mudando para a
letra que iria no nível T2.
|
Nível T2 – Licenciatura curta
|
Extinção.
O professor seria posicionado no nível PEB I, considerando a sua
remuneração (não considera o tempo de serviço). Se em 2016 tiver direito
à escolaridade, seria posicionado na letra do mesmo nível, considerando
o tempo de serviço. Nova escolaridade apenas após 5 anos neste nível.
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Nível I – Licenciatura plena
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Seria o início da carreira
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Nível II – Pós-graduação
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Permanece como nível
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Nível III- Certificação
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Permanece como nível
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Nível IV – Mestrado
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Será substituído por certificação
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Nível V – Doutorado
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Extinção.
Quem tiver direito a nova escolaridade, ou seja, tenha ficado 5 anos no
nível de mestrado e tenha obtido 5 avaliações de desempenho positivas,
em 2016 iria para o nível da Certificação II, na letra correspondente à
remuneração do atual nível de doutorado.
|
Ainda
de acordo com o governo, quem apresentar formação em mestrado e
doutorado receberia uma gratificação de 5% e 10% respectivamente do
vencimento básico. O governo considera que mestrado e doutorado não
seriam níveis de escolaridade prioritários para quem atua na educação
básica. Não ficou claro ainda se a proposta de extinção destes níveis
também afetaria as demais carreiras da educação.
É
importante refletir que a certificação como política de carreira
condiciona a sua aplicação a posterior regulamentação do governo do
Estado e, portanto, a um controle sobre a oportunidade de ascensão a
estes níveis. Vale lembrar que a certificação está na tabela do
Professor de Educação Básica, proposta em 2010, e nunca foi
regulamentada.
3) Extinção do subsídio
A
extinção do subsídio é uma reivindicação da categoria que o governo
afirma que atenderá. De acordo com a proposta do governo, as atuais
tabelas do subsídio se transformariam em vencimento básico. No entanto,
as vantagens e direitos existentes até 2010, de acordo com a proposta do
governo, não retornam. Nenhum benefício anteriormente existente
retornaria, alguns dos quais continuam sendo pagos para outros setores
do funcionalismo, como por exemplo o adicional de desempenho. O governo
afirma ter “disposição” de construir novas vantagens, baseadas em
“outras premissas”, mas não explicitou quais seriam. Registrou apenas a
sua disposição de construí-las.
Sobre
as questões de reajuste para o diretor de escola e regulamentação do
Piso Salarial em lei estadual, nenhuma informação foi acrescentada pelo
governo.
Tivemos retornos de outras demandas:
- reunião para discutir a situação dos servidores da Lei Complementar 100/07 será realizada na sexta-feira, dia 27/03;
- nova reunião sobre salário e carreira será realizada no dia 30/03;
-
a alimentação escolar será também disponibilizada para os profissionais
da educação em exercício na escola, a partir de abril deste ano.
Vale
lembrar que, conforme compromisso assumido pelo governo, 1.500 novas
nomeações devem ser publicadas até 31 de março. O compromisso é de
15.000 novas nomeações em 2015.
Postura lamentável
Diante
da crítica que o Sindicato fez em relação à postura do governo de, a
exemplo da gestão anterior, utilizar como referência para o Piso
Salarial a licenciatura plena e não o nível médio, como determinado pela
Lei Federal 11.738/08, os representantes do governo agiram de má-fé ao
afirmarem que o Sind-UTE/MG nunca havia apresentado tal proposta e que,
portanto, isso mudaria todo o cenário. Ainda, colocaram em debate, como
forma de ameaça, a questão da proporcionalidade como uma questão que não
queriam discutir, mas diante do “novo cenário”, teriam que considerar.
Ainda, demostraram um desconhecimento da Lei Federal 11.738/08,
inaceitável para a negociação.
É
preciso recordar que, no dia 18 de maio de 2014, durante a 13ª plenária
estatutária da CUT Minas, Fernando Pimentel assumiu compromisso com a
“aplicação da Lei 11.738/08 do Piso Salarial Profissional Nacional para
os profissionais do magistério da rede estadual”. No dia 31 de agosto do
mesmo ano, durante a VII Conferência Estadual de Educação, ele assinou o
compromisso para “aplicação da Lei Federal 11.738/08 do Piso Salarial
Profissional Nacional como vencimento básico” e “reestruturação da
carreira dos trabalhadores em educação, de modo a valorizar tempo de
serviço e formação”.
Esta
é a nossa referência para a negociação com o governo do Estado. As
reivindicações sobre salário e carreira foram apresentadas ao governo
durante duas reuniões de negociação, realizadas nos dias 27 de janeiro e
05 de fevereiro. Inclusive consta do relatório da reunião realizada no
dia 05/02, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Gestão, entre
várias demandas apresentadas pelo Sindicato, a reivindicação “pagamento
do Piso como vencimento básico inicial de R$1.917,78 para o professor de
nível médio, com carga horária de 24 horas”. A Secretaria de
Planejamento e Gestão (Seplag) também fez simulação de tabelas, que
foram apresentadas na reunião realizada no dia 12 de fevereiro,
considerando o Piso Salarial R$1.917,78 como inicial de carreira para o
nível médio de escolaridade (nível TI). A mesma proposta já havia sido
apresentada na primeira reunião realizada no dia 27 de janeiro.
Lamentável
a postura dos representantes do governo que, diante da ausência de
argumentos para o bom debate e de propostas concretas, tentaram
desqualificar o Sindicato.
Participaram da reunião pelo Governo do Estado: o
Secretário-Adjunto da Secretaria de Estado do Planejamento e Gestão
(Seplag), Wieland Silberschneider, Secretário-Adjunto da Fazenda, Bruno
Leal, Secretário-Adjunto da Educação, Antônio Carlos Pereira,
Subsecretário de Gestão de Recursos Humanos, Antônio David de Sousa
Júnior. Representando o Sind-UTE/MG, a Coordenadora-geral, Beatriz
Cerqueira e as diretoras estaduais Marilda de Abreu Araújo, Lecioni
Pereira e Feliciana Saldanha, acompanhadas de profissionais do
Departamento Jurídico do Sindicato e Dieese. Registramos ainda a presença de diretores da Associação de Diretores de Escolas Oficiais de Minas Gerais (Adeomg).
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