ETA POVO QUE NÃO PARA DE LUTAR!
Rio de Janeiro
Indignados, operários do Comperj retomam greve em protesto pelo não cumprimento de acordo
22/02/2012
Acordo anunciado pelo Sindicato e aprovado na assembleia é negado pelas empresas construtoras e operários continuam em Greve!
Os mais de 18 mil operários se indignaram, pararam as atividades e se concentraram na entrada do complexo, desde a última quarta-feira (20). O clima de apreensão, revolta, dúvidas e incertezas tomaram conta de todos esses dias.
O motivo para os trabalhadores não retornarem ao trabalho é o fato de que, após a assembléia que aprovou o acordo, representantes das empresas informarem, dentro da obra, que não concordavam com vários dos itens aprovados pelos trabalhadores a começar pelos índices de reajuste que para os empresários não teria sido de 10% e sim de apenas 9%.
Os patrões também anunciaram que não pagariam o extra de R$ 360,00 (valor equivalente a mais uma cesta básica) nesse mês de março. Também dizem que não garantem o pagamento da PLR até esta sexta-feira 22, como foi anunciado e aprovado na assembleia, entre inúmeros outros entraves e confusões.
Diante do clima de tensão, os trabalhadores tinham a expectativa de que o sindicato que os “representa”, que é filiado a CUT, faria uma assembleia geral, mas isso não ocorreu. Na quinta-feira (21), apenas uma nota foi distribuída informando que estaria marcada uma nova reunião com os empresários. Sem assembléia e sem nenhum informe detalhado dessa reunião, hoje (22) o Sindicato distribuiu um informativo com as propostas que foram assinadas em negociação. Já neste informativo os trabalhadores já perceberam que a data do pagamento da PLR não condiz com o que foi aprovado na assembléia e ainda se surpreenderam ao ver um “compromisso” de que não pode mais haver greve até o final do ano.
As dúvidas e incertezas aumentaram a indignação e assim os operários continuaram de braços cruzados, já por três dias consecutivos. Eles exigem o imediato cumprimento das conquistas da greve que são: vale-alimentação de R$ 360, cesta natalina de R$ 180 e pagamento diário de 30 minutos de horas “in itinere” (que os patrões resolveram chamar de assiduidade), um reajuste de 10%, para trabalhadores que recebem até cinco mil reais e 7% para os que recebem acima de cinco mil reais e o pagamento da PLR.
Dentro da obra, hoje, intensificou-se a disposição da categoria de exigir dos representantes dos consórcios que dessem garantia do cumprimento das cláusulas aprovadas na assembleia mas nada aconteceu. Ganhou ainda mais força a generalização da paralisação de todo o complexo e ganha muita força a reivindicação de que se realize uma nova assembléia da categoria urgentemente.
“Se mudaram o acordo assinado, o canteiro tem de seguir parado!”, foi o que o dirigente da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, respondeu quando indagado por alguns trabalhadores do Comperj que fizeram contato com a Central. Com a intenção de se reforçar a unidade em defesa dos trabalhadores dessa obra, o dirigente da CSP-Conlutas, escreveu para a CONTICOM (Confederação à qual o sindicato da categoria é filiado) colocando-se a disposição para contribuir com a luta até que se concretizem as vitórias da greve.
“Estamos desde o início dessa batalha apoiando a luta dos companheiros do COMPERJ. Agora, mais do que nunca, devemos unificar todas as organizações e ativistas em defesa das conquistas da greve, contra a intransigência da patronal. Nessa batalha temos de denunciar a cumplicidade do Governo Federal e exigir que intervenha para que o acordo seja cumprido”, frisou o dirigente.
Como se ver hoje, ao receber o informativo do Sindicato, os operários entraram na obra, mas, pelo grau de incerteza, mantiveram a greve e querem uma assembléia geral urgente.
“De nossa parte seguiremos vigilantes, lado a lado das lutas dos operários do Comperj e em defesa da unidade da categoria”, finalizou Atnágoras.
Chega de enrolação!
Se não cumpre o que foi conquistado:
É obra e peão parado!
Fonte:CSPConlutas
Nenhum comentário:
Postar um comentário