Reunidos em assembleia geral, os profissionais da rede municipal de educação de Salvador decidiram realizar uma paralisação de advertência, nesta quarta e quinta-feira (20 e 21), em função das condições da Rede, como estrutura precarizada de diversas escolas, falta de professor e coordenador pedagógico, não funcionamento dos CMEIs por falta de pagamento dos terceirizados, devolução de professores e críticas ao Programa Alfa e Beto. A categoria aprovou também uma extensa agenda de luta e decidiu continuar em estado de mobilização.
A assembleia, realizada no Ginásio dos Bancários, deu prosseguimento a uma movimentada agenda de mobilização em defesa da qualidade da educação no município, pela garantia de funcionamento pleno do ano letivo 2013, e para organizar ações no sentido de pressionar a atual gestão em resolver os graves problemas existentes na rede, antes de implementar novas estratégias, como a ampliação da carga horária dos alunos e a implantação do Programa Alfa e Beto, no Ensino Fundamental I.
Os professores reafirmaram a luta histórica da categoria pela educação de qualidade, que inclui o respeito ao tempo pedagógico do aluno, o respeito à jornada de trabalho e a reserva da jornada para atividade complementar. “Para implementar estas novas medidas precisa primeiro arrumar a casa, bem como respeitar a jornada de trabalho dos profissionais”, enfatizou a diretora Elza Melo.
Os professores estarão nas unidades durante a paralisação para discutir o programa "Alfa e Beto", as condições de infraestrutura das escolas e a ampliação da jornada de trabalho em 30 minutos por turno, explicou a diretora de Assuntos Jurídicos da APLB, Marilene Betros. “O conteúdo proposto no Alfa e Beto traz algumas questões de cunho racista e vivemos em uma cidade com a maioria da população negra. Não podemos ensinar conceitos pré-concebidos, ou seja, preconceitos. Além disso, não concordamos com a metodologia de alfabelização. Precisamos discutir se, em pleno século 21, este é o melhor método”, afirmou.
Agenda aprovada:
Dias 20 e 21/02(quarta e quinta) – Paralisação de advertência, em função das condições da Rede, como falta de professor, coordenador pedagógico, não funcinamento dos CMEIs por falta de pagamento dos terceirizados, devolução de professores e críticas ao Programa Alfa e Beto. Atividades destes dias: estudo e reflexão sobre o Programa Alfa e Beto, com envio das contribuições da categoria para a APLB-Sindicato, até quarta, dia 27/02; Posteriormente, a APLB-Sindicato irá elaborar documento, com a análise crítica da categoria sobre o Programa Alfa e Beto, o qual será encaminhado à Prefeitura, ao Conselho Municipal de Educação e ao Ministério Público.
Dia 20/02 (hoje)- à tarde – a direção da APLB participa de reunião com o gestor do programa Alfa e Beto, João Batista Oliveira,na SMED, e outra com a CAGE para dar seguimento às negociações;
Dia 21/02 (quinta) – às 09h – Sessão Especial, na Câmara dos Vereadores, para tratar da situação da Educação no município de Salvador, com ênfase na convocação dos concursados;
Dia 22/02 (sexta) – Retorno com alunos – AULA DE CIDADANIA – discutindo a qualidade da educação;
Dia 26/02 (terça) – às 14h -Reunião com coordenadores pedagógicos, no auditório da APLB, para discussão do Programa Alfa e Beto;
Dia 27/02 (quarta) – às 09h – Reunião de Representantes de Escola, no auditório da APLB;
14/03 (quinta) – às 09 h – Assembleia geral, no Ginásio dos Bancários – para avaliar o movimento;
Dia 19/03 (terça) – Eleição de Representantes nas escolas que ainda não têm representante. A APLB orientará o processo, divulgando através de material impresso;
Dias 23,24 e 25/04 (terça, quarta e quinta) – Greve Nacional da Educação Pública, por piso, carreira, jornada e profissionalização dos funcionários da Educação.
Fonte: APLB Sindicato
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