sábado, 12 de dezembro de 2015

POSIÇÃO DA DIREÇÃO DA SUBSEDE/JF SOBRE A ELEIÇÃO PARA DIREÇÃO DE ESCOLA


Na próxima 3ª feira, dia 15/12 os trabalhadores em educação de Minas terão uma importantíssima tarefa que é a de eleger as direções nas escolas em que trabalham.
Nosso local de trabalho é o primeiro espaço de organização da nossa categoria. É nele que sentimos  o primeiro e mais forte impacto das politicas implementadas pelos governos. É nele que dividimos, diariamente, com nossos colegas os problemas que temos na educação. E é nele que podemos debater mais profundamente os ataques que sofremos e iniciar a resistência necessária a esses ataques.
A eleição foi uma  conquista da categoria que o PSDB tentou destruir
Até início dos anos 90 os  cargos de direção de escola eram utilizados como uma troca de favores entre políticos municipais e estaduais que indicavam seus cabos eleitorais. Muitas das vezes o (a) diretor (a) indicado (a) nunca havia trabalhado na escola e sua lealdade ao político que o (a) indicou e ao governo de plantão era o que balizava suas ações.
Nos últimos anos os governos do PSDB em Minas tentaram destruir essa conquista com medidas de cooptação das direções através de convencimento ideológico, e se, diante de direções mais politizadas e conscientes de seu papel coletivo na escola isso não funcionasse, da coação através de mecanismos como avaliação de desempenho e de presença ostensiva nas escolas do serviço de inspeção que, muitas vezes era o verdadeiro dirigente.
Com essas medidas, a função da direção que é de  coordenar um projeto coletivo no qual as decisões devem ser tomadas democraticamente,  foi esvaziada  e diminuída a um mero guardião das politicas do governo para a educação . O resultado disso todos sabemos: a categoria sendo atacada brutalmente em seus direitos,  implementação de projetos educacionais estranhos à escola e aos educadores, a educação reduzida a números estatísticos  e de disputa  de ranqueamento e o aumento sem precedentes do assédio moral sobre as direções e os trabalhadores que teve como uma das mais graves consequências um altíssimo índice de adoecimento entre os educadores.
Governo federal do PT  também tenta destruir essa conquista.
A nível federal a política para a educação não é diferente. Recentemente o ministro Mercadante  declarou numa entrevista que  “ se o Brasil formasse médicos como professores, os pacientes morreriam”   (Folha de São Paulo, 28/11/2015), jogando assim  nas costas dos educadores todos os problemas vivenciados na educação.  Nessa mesma entrevista, defendeu  as avaliações e a certificação nacional para direção de escolas. Mercadante estava falando em nome do PNE de Dilma que prevê a certificação nacional (meta 19-estratégia 19.8)   colocando em risco a eleição democrática pela comunidade escolar.
Essas declarações do ministro demonstram que o governo federal considera que os problemas que temos  se originam  na escola  em decorrência da má formação dos professores e da má gestão das direções escolares  se eximindo assim da responsabilidade por um projeto nacional de  educação,  pelo baixo investimento na educação pública, pela desvalorização dos educadores  e pelos problemas sociais que a desigualdade  econômica produz e que desaguam dentro das escolas.
A direção que queremos deve se pautar por uma gestão democrática
Enfrentamos muitos  desafios na educação e temos nesse momento diante de nós um dos mais importantes. Consideramos que a direção da escola é um importantíssimo fator para que as escolas sejam um bom  ambiente de trabalho.  Os problemas externos à escola são imensos, e  muitos não estão sob nosso controle, porém  no interior da escola  uma direção democrática na qual  trabalhadores sejam ouvidos,  que todas as decisões sejam tomadas coletivamente, em que não haja hierarquia e a direção seja considerada como uma coordenação de um projeto decidido pela maioria,  podem minimizar as dificuldades dessa realidade e tornar a escola um espaço  menos opressivo e mais interessante para trabalhadores e alunos.
A direção da Subsede/JF orienta o conjunto da nossa categoria a escolher no dia 15 a chapa para direção que se comprometa com essa concepção de direção escolar. Que se proponha a ser a coordenação de um projeto coletivo e não o “patrão, o chefe”  ou representante do governo ou da SRE, pois quem elege é a comunidade e é à comunidade que a direção deve respeito.  Que se ampare no coletivo da comunidade escolar para enfrentar os ataques que o governo venha a fazer, quer seja em relação aos direitos dos trabalhadores, quer seja em relação à autonomia pedagógica da escola. Que seja uma direção de luta, que defenda a educação pública e  os direitos dos trabalhadores em educação.
Nas escolas em que forem chapa única orientamos a exigir posicionamento da chapa em relação  aos princípios acima colocados.

ü  EM DEFESA DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICO  PARA A CLASSE TRABALHADORA!
ü  QUEM SABE DA EDUCAÇÃO É QUEM NELA TRABALHA!
ü  SÓ A LUTA MUDA A VIDA!








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