Na próxima 3ª feira, dia 15/12 os trabalhadores em educação
de Minas terão uma importantíssima tarefa que é a de eleger as direções nas
escolas em que trabalham.
Nosso local de trabalho é o primeiro espaço de organização da
nossa categoria. É nele que sentimos o
primeiro e mais forte impacto das politicas implementadas pelos governos. É
nele que dividimos, diariamente, com nossos colegas os problemas que temos na
educação. E é nele que podemos debater mais profundamente os ataques que
sofremos e iniciar a resistência necessária a esses ataques.
A eleição foi uma conquista da categoria que o PSDB tentou
destruir
Até início dos anos 90 os cargos de direção de escola eram utilizados
como uma troca de favores entre políticos municipais e estaduais que indicavam
seus cabos eleitorais. Muitas das vezes o (a) diretor (a) indicado (a) nunca
havia trabalhado na escola e sua lealdade ao político que o (a) indicou e ao
governo de plantão era o que balizava suas ações.
Nos últimos anos os governos do PSDB em Minas tentaram
destruir essa conquista com medidas de cooptação das direções através de
convencimento ideológico, e se, diante de direções mais politizadas e
conscientes de seu papel coletivo na escola isso não funcionasse, da coação
através de mecanismos como avaliação de desempenho e de presença ostensiva nas
escolas do serviço de inspeção que, muitas vezes era o verdadeiro dirigente.
Com essas medidas, a função da direção que é de coordenar um projeto coletivo no qual as decisões
devem ser tomadas democraticamente, foi
esvaziada e diminuída a um mero guardião
das politicas do governo para a educação . O resultado disso todos sabemos: a
categoria sendo atacada brutalmente em seus direitos, implementação de projetos educacionais
estranhos à escola e aos educadores, a educação reduzida a números
estatísticos e de disputa de ranqueamento e o aumento sem precedentes
do assédio moral sobre as direções e os trabalhadores que teve como uma das
mais graves consequências um altíssimo índice de adoecimento entre os
educadores.
Governo federal do
PT também tenta destruir essa conquista.
A nível federal a política para a educação não é diferente.
Recentemente o ministro Mercadante
declarou numa entrevista que “ se
o Brasil formasse médicos como professores, os pacientes morreriam” (Folha
de São Paulo, 28/11/2015), jogando assim nas costas dos educadores todos os problemas
vivenciados na educação. Nessa mesma
entrevista, defendeu as avaliações e a
certificação nacional para direção de escolas. Mercadante estava falando em nome
do PNE de Dilma que prevê a certificação nacional (meta 19-estratégia 19.8) colocando
em risco a eleição democrática pela comunidade escolar.
Essas declarações do ministro demonstram que o governo
federal considera que os problemas que temos
se originam na escola em decorrência da má formação dos professores
e da má gestão das direções escolares se
eximindo assim da responsabilidade por um projeto nacional de educação, pelo baixo investimento na educação pública,
pela desvalorização dos educadores e
pelos problemas sociais que a desigualdade
econômica produz e que desaguam dentro das escolas.
A direção que queremos
deve se pautar por uma gestão democrática
Enfrentamos muitos
desafios na educação e temos nesse momento diante de nós um dos mais
importantes. Consideramos que a direção da escola é um importantíssimo fator
para que as escolas sejam um bom
ambiente de trabalho. Os
problemas externos à escola são imensos, e muitos não estão sob nosso controle, porém no interior da escola uma direção democrática na qual trabalhadores sejam ouvidos, que todas as decisões sejam tomadas
coletivamente, em que não haja hierarquia e a direção seja considerada como uma
coordenação de um projeto decidido pela maioria, podem minimizar as dificuldades dessa
realidade e tornar a escola um espaço menos
opressivo e mais interessante para trabalhadores e alunos.
A direção da Subsede/JF orienta o conjunto da nossa categoria
a escolher no dia 15 a chapa para direção que se comprometa com essa concepção
de direção escolar. Que se proponha a ser a coordenação de um projeto coletivo
e não o “patrão, o chefe” ou
representante do governo ou da SRE, pois quem elege é a comunidade e é à
comunidade que a direção deve respeito.
Que se ampare no coletivo da comunidade escolar para enfrentar os
ataques que o governo venha a fazer, quer seja em relação aos direitos dos
trabalhadores, quer seja em relação à autonomia pedagógica da escola. Que seja
uma direção de luta, que defenda a educação pública e os direitos dos trabalhadores em educação.
Nas escolas em que forem chapa única orientamos a exigir posicionamento
da chapa em relação aos princípios acima
colocados.
ü EM DEFESA DE UM PROJETO DE
EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICO PARA A CLASSE
TRABALHADORA!
ü QUEM SABE DA EDUCAÇÃO É
QUEM NELA TRABALHA!
ü SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
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