Justiça fica totalmente do lado do governo, declara a greve abusiva e dá multa de quinhentos mil reais por dia ao sindicato.
O direito à greve está na constituição, porém a justiça burguesa caça esse direito dos trabalhadores a todo momento. A resposta para esse autoritarismo é uma só: a continuidade da greve. Derrubar nas ruas o autoritarismo do governo, dos patrões e de sua justiça vendida.
Todo apoio à greve dos metroviários! Viva a classe trabalhadora!
Uma assembleia que parecia estar dividida, mostrou unidade e garra e votou por ampla maioria pela continuidade da greve nesta segunda-feira
O clima não era tranquilo no Sindicato dos Metroviários após o julgamento no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Percebia-se um ar de preocupação em cada trabalhador em entrava no Sindicato. Que decisão tomariam diante da decisão da Justiça sobre a greve?
Aos poucos, os grupos de conversa aumentavam. Os operadores de trens decidiram fazer uma reunião antes do início da assembleia.
Filmadoras, câmeras fotográficas, a presença da imprensa era ostensiva. Todos estavam de olho na decisão dos metroviários de São Paulo, em greve há quatro dias.
Representações de outas categorias, como profissionais da educação, petroleiros de Sergipe/Alagoas, metalúrgicos de SJCampos, operários da construção civil, movimentos populares e da juventude também estavam lá. A CSP-Conlutas estava presente manifestando seu apoio à mobilização.
Apesar de uma certa apreensão, os metroviários mostravam-se indignados com a decisão do TRT, totalmente a favor a empresa. A greve foi declarada abusiva e Sindicato seria obrigado a pagar uma multa de R$ 500 mil por dia, caso a paralisação continuasse. O tribunal também reafirmou a proposta apresentada 8,7% pela direção do Metrô. Ou seja, retrocedeu da própria proposta judicial estipulada na reunião de conciliação, de 9,5%.
A assembleia começa. Seriam apresentadas duas propostas. Uma pela continuidade da greve. A outra contra. Cada posição teria quatro defesas.
O Sindicato defendeu a continuidade da greve. Começaram os aplausos. O presidente da entidade, Altino Prazeres, parabenizou cada setor da categoria pela unidade e coragem naquela mobilização. “Cada um de nós sabe que esses foram lindos dias de luta”, disse.
Altino lembrou que no final da década de 1970 início dos anos 80 a repressão à greve dos metalúrgicos do ABC não os fez esmorecer. “Houve demissões, prisões, intervenção do Sindicato, mas os metalúrgicos não se curvaram e ali começava o fim da ditadura”, resgatou.
Ao mencionar esse e outros exemplos de lutas da história, como a greve dos garis do Rio de Janeiro, que recebeu o apoio da sociedade da mesma forma como vem recebendo a dos metroviários pela população de São Paulo, o dirigente defendeu pela continuidade da paralisação. “A nossa proposta é continuar a greve”, foi contundente.
Aplausos, cartazes pela greve e gritos começam a tomar conta da quadra do Sindicato. Após essa defesa uma rodada de intervenções se deu na assembleia.
O ex-dirigente do Sindicato Vagner Fajardo defendeu pela suspensão do movimento. Alegou que era necessário pensar na medida mais adequada. “É mais estratégico recuarmos agora e negociarmos os itens negociáveis”, ressaltou.
Não se via o mesmo entusiasmo para as defesas contrária à paralisação. Sem tantas palmas e vaias ecoavam na quadra.
No decorrer das defesas o entusiasmo pela continuidade da greve era crescente. Palavras de ordem como “Não tem arrego” começavam a surgir no plenário.
Ao fim das intervenções, a categorias estava pronto para decidir. Altino pediu que levantassem apenas um braço para facilitar a visualização da votação. Quem era a favor da greve?
Naquele momento braços levantados tomaram novamente a quadra do Sindicato, como já vinha acontecendo há quatro dias. Cerca de 75% dos que estavam ali defendiam a greve. Após a votação dos contrários e abstenções, uma onda de unidade se repetia e tomava conta da assembleia. Os cartazes de greve eram levantados mais uma vez. Palavras de ordem, abraços e a organização dos piquetes.
Os metroviários saiam decididos a enfrentar o descaso da empresa com suas reivindicações, a truculência da polícia, o favorecimento da justiça aos poderosos e a intransigência do governo Geraldo Alckmin.
E assim, São Paulo continua com o Metrô parado nesta segunda-feira…
E se Alckmin não quer escutar. Dilma, escuta, na Copa vai ter luta! Os metroviários de São Paulo estão dispostos a lutar até o fim por suas reivindicações.
Fonte: site CSPConlutas
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