quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sob forte repressão, greve de petroleiros entra no 7º dia com produção em queda

Essa greve tem importância estratégica para o país, pois uma das suas principais reivindicações é a suspensão da privatização do petróleo. Todo apoio a essa luta!


Tentativas de travar a luta com interditos proibitórios, acionamento das Polícias Militares para intimidar os trabalhadores e prender dirigentes sindicais, práticas antissindicais contra os sindicatos, manobras jurídicas de todo o tipo para impedir que a categoria exerça o direito de greve.
 
É com este pano de fundo que a greve nacional de petroleiros entra em seu sétimo dia nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e no terceiro dia nas bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
 
A mobilização, que luta pela preservação de direitos históricos atacados na proposta de ACT da empresa e pelo cancelamento da venda de ativos, que aprofunda a privatização da Petrobrás, está sendo capaz de afetar a produção das unidades e de obrigar a própria companhia a admitir esta realidade – os números oficiais citam queda de produção de 273 mil barris de petróleo (13% da produção diária no Brasil).
 
No entanto, segue a intransigência dos gestores da empresa, que se negam a negociar as reivindicações da categoria com os mais variados pretextos. Por isso, a luta continua!



Confira abaixo o quadro de mobilizações nas bases da FNP e da FUP
 
No Litoral Paulista, a manhã do sétimo dia de greve começou com um ato na porta do Edisa Valongo, que contou com a participação de trabalhadores da RPBC e Mexilhão, e teve como objetivo conscientizar os trabalhadores sobre a real situação da empresa e sobre os desdobramentos do Acordo Coletivo. Diante disso, muitos petroleiros do prédio resolveram aderir ao movimento que se coloca contra a venda de ativos a a retirada de direitos.
 
No Terminal da Alemoa, em Santos, a adesão do pessoal do ADM e turno é total. No Terminal de Pilões, em Cubatão, foi feito atraso até às 9h para os operadores e os trabalhadores do ADM continuam mobilizados com 100% do efetivo em greve. Na RPBC e UTE-EZR, em Cubatão, a adesão segue forte com 100% do turno com os braços cruzados e praticamente 70% do ADM também se incorporando à greve, com os ônibus chegando praticamente vazios.
 
Na UTGCA, em Caraguatatuba, os trabalhadores em greve se revezam, mantendo a escala (12 horas) que fariam se estivessem trabalhando. A adesão é de 100% da operação, 100% da manutenção do nível médio (exceto supervisores), e 30% do administrativo.
 
Em São Sebastião, no Tebar, a greve já reflete na produção. Apenas 30% da operação do terminal está funcionando. O impacto é também no bombeio e descarga dos navios, que normalmente funciona com operação simultânea em quatro navios, mas com a greve o trabalho é feito apenas uma embarcação por vez.
 
Ainda em São Sebastião, assim como debatido na assembleia na terça-feira (3), os petroleiros em greve ocuparam todas as entradas do terminal, para conversar com os que ainda não aderiram à greve a se juntarem na luta. Dentre os trabalhadores que ainda relutam, supervisores, que pararam para ouvir os argumentos dos petroleiros e prometeram refletir sobre aderir ao movimento.
 
Com os debates realizados ontem, em assembleia, os trabalhadores de Mexilhão e Merluza discutem uma ação unitária para garantir que a mobilização nas plataformas sejam intensificadas. Dirigentes do Sindipetro-LP estiveram ontem e hoje no Aeroporto de Itanhaém para discutir com os trabalhadores as estratégias. Até agora, seguem sendo autorizadas apenas tarefas fundamentais para segurança e habitabilidade de Merluza. Em Mexilhão, que está em parada de manutenção, os trabalhadores irão entregar a operação para contingência. O voo que sairia hoje de manhã está atrasado, aguardando a contingência subir para desembarcar o pessoal que está em greve.
 
Na Revap, em São José dos Campos, os cortes de rendição prosseguem. Com isso, segue firme a greve! Hoje, quarta-feira, houve corte de rendição às 7h e parte do ADM aderiu à greve. A gerência da unidade acirra o assédio moral, persegue trabalhadores e tenta desmobilizar a categoria com informes internos sobre a situação financeira da empresa.
 
Nas base de Alagoas/Sergipe, todas as áreas de produção estão paradas. Na Fafen, a produção está nas mãos dos operadores do turno e da equipe de contingência, desde o último dia 31 de outubro. A gerência queria substituir nove trabalhadores desse grupo, mas apenas sete saíram hoje. Ontem, também aconteceu uma assembleia onde os petroleiros dessa unidade rejeitaram a proposta da empresa em render parte do efetivo que está trabalhando desde sábado e ficar em turno de 16 horas. Os trabalhadores definiram que só aceitam a rendição se a empresa retirar toda a equipe de contingência. No Campo Terrestre de Carmópolis a greve continua com adesão total do ADM e Turno. Na manhã de hoje, a base de Riachuelo (RO) também parou, só o turno continuou em operação. Nas estações de Saquinho, Desparafinação, Jordão e Siriri a paralisação continua.
 
Na Sede de Aracaju a paralisação prossegue. Muitos trabalhadores das áreas operacionais estão indo até a sede apoiar e ajudar na greve. No Tecarmo, houve 95% de adesão do turno e ADM. Em Alagoas, na estação de Pilar o movimento grevista continua e os trabalhadores da estação de Furado aderiram à greve. Ontem, em Pilar, a parada foi de 100% do turno, pois não houve rendição. A empresa tentou apoio nos operadores de folga e não teve sucesso. No fim da tarde, sem perspectiva de rendição e com o turno que não foi rendido, e já com 20 horas de jornada, tiveram que parar as maquina. Nas plataformas, em Aracaju, os trabalhadores embarcaram, mas não estão emitindo PT.

No Rio de Janeiro, foi feito trancaço na Transpetro Sede, no centro do Rio, próximo à Candelária. Às 9h, em assembleia na frente do edifício, os trabalhadores decidiram retomar as atividades, mas mantendo o estado de mobilização. No TABG, a greve está forte. Houve um acordo com a gerência proposto pelo Sindipetro-RJ e os trabalhadores assumiram o controle e acompanhamento das atividades. O Centro Nacional de Controle (CNCO )da Transpetro Sede cortou rendição, mas manteve efetivo mínimo e por enquanto não tem parada de produção. Mesmo assim, a empresa está substituindo trabalhadores grevistas por pessoas sem certificação para operação, o que coloca em risco os equipamentos da companhia e a sociedade de uma forma geral. Os trabalhadores da Petrobrás, em Angra, estão com os braços cruzados. Nas termoelétricas Barbosa Lima Sobrinho e Baixada Fluminense, os petroleiros estão em estado de greve e podem paralisar o trabalho a qualquer momento.

Na base do Sindipetro-PA/AM/MA/AP os trabalhadores do ADM e turno do Terminal São Luis (MA) aderiram em 100% ao movimento grevista. No Terminal da Transpetro Belém (PA), a adesão do turno está em 95%. No começo da noite de ontem, os trabalhadores da Província Petrolífera de Urucu (AM) entregaram o processo para a equipe de contingência (composta por engenheiros e supervisores) e deixaram a unidade. E hoje, os diretores do Sindipetro estiveram no aeroporto para convencer os trabalhadores sobre a importância da greve e muitos acabaram não embarcando. No prédio da Petrobrás Norte, foi realizado um trancaço com adesão maciça. E foi deliberado em assembleia, na porta do prédio, a continuidade da greve por unanimidade.

Bases da FUP
Na Bacia de Campos, segundo o Sindipetro-NF, adesões confirmadas nesta manhã da sonda P-16 e da plataforma PCP-2 fazem aumentar para 47 o número de unidades marítimas em greve na Bacia de Campos, além do Terminal de Cabiúnas, em Macaé. Das 47 unidades, 31 estão com as atividades completamente paralisadas (28 plataformas e três Unidades de Manutenção e Serviço), outras sete estão com produção restrita e nove tiveram a operação assumida por equipes de contingência da Petrobrás.

As informações atualizadas das demais bases ainda não foram divulgadas pela FUP. Assim que houver a divulgação do quadro dos 12 sindipetros da outra federação, atualizaremos nossa matéria. Confira aqui o quadro nacional de greve da última terça-feira (3).
Fonte: site CSPConlutas

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