100% das escolas do Paraná estão paradas. Os trabalhadores em educação estão à frente dessa luta e dão exemplo de coragem e resistência. Viva a luta do educadores!
Nesta quinta-feira (12), a ocupação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) completa três dias. A polícia foi enviada ao local ao menos duas vezes para cumprir ordem de reintegração, mas houve o recuo da Tropa de Choque em ambas as tentativas. A ocupação é massiva e conta com intensa participação dos servidores, que demonstram disposição e resistência. Os servidores públicos acampados no local lutam para impedir que seja votado o pacotaço de medidas de arrocho contra os direitos trabalhistas esse segmento.
Os manifestantes realizam piquetes em frente à Alep e impedem a entrada dos parlamentares para que não sejam votadas as medidas.
Os parlamentares tentaram realizar a reunião para discussão das medidas na praça de alimentação da Alep. Querem instaurar uma Comissão Geral que permite que os deputados votem em um projeto de lei, em um único dia, sem que a proposta passe por comissões específicas, ou seja, sem que seja devidamente debatida. Contudo, os deputados estaduais da oposição entraram, na tarde de ontem, na Justiça com pedido de suspensão da tramitação dos dois projetos de lei com o argumento de que a votação dos projetos em Comissão Geral é ilegal, já que o debate é uma prerrogativa garantida pela Constituição. Novamente, hoje, os deputados tentarão aprovar as medidas.
A ocupação é composta massivamente por trabalhadores da Educação do Estado, que estão em greve há quatro dias, com 100% de adesão da categoria. Tem ainda o apoio de outros segmentos do funcionalismo como servidores da saúde, que também estão em greve, docentes das universidades estaduais, agentes penitenciários, estudantes e diversos outros movimentos.
O governador do Paraná de Beto Richa (PSDB) quer implementar medidas que mexem com a previdência, com a carreira do funcionalismo, e frontalmente com a autonomia das universidades, entre outros ataques. Esses projetos põem fim ao quinquênio (adicional por tempo de serviço), às progressões e o plano de desenvolvimento das carreiras dos docentes, com cursos periódicos. Outras medidas também rechaçadas pelos servidores são o fim do auxílio-transporte em períodos de férias e afastamento, e a fusão dos dois planos da ParanáPrevidência. Esse último item considerado um dos mais polêmicos, visto que num futuro próximo os servidores correm o risco de não receberem suas aposentadorias.
A CSP-Conlutas, a Assembleia Nacional de Estudantes Livre, o Movimento Mulheres em Luta, entre outras entidades ligadas à Central estão juntas a esses trabalhadores e apoiam essa iniciativa.
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