Vejam no gráfico, da matéria abaixo, o quanto pode ser aumentado o investimento em educação e outras necessidades básicas se o governo Dilma inverter a prioridade política de seu governo e parar de gastar quase a metade do orçamento com os banqueiros.
Com os cortes, o ministro Guido Mantega não
repassará R$ 4,5 bilhões ao INSS e ainda suspenderá a convocação de servidores
concursados
Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
O anúncio
do corte de R$ 10 bilhões nas “despesas” andou longe de atender as expectativas
do mercado. Esse é o centro da crítica que faz a grande mídia e os economistas
liberais de plantão. No fundo, eles defendem a mesma coisa que o governo:
manter intacto os compromissos com o pagamento (sangria) da dívida pública.
No que
isso dialoga com o clamor das ruas? Em absolutamente nada. Na verdade, se
observado a fundo esse “corte”, mesmo nos itens como passagens, diárias e
locação de veículos, entre outros, quando efetivados (e já vimos isso antes),
de fato só afetará as condições de trabalho de vários servidores, especialmente
os que têm como principal atividade a fiscalização e combate aos diversos
crimes praticados contra o país e contra as pessoas. Assim, mais uma vez, serão
sacrificados setores e demandas dos trabalhadores, como a situação indígena e
ambiental, a sonegação fiscal e mesmo a precária fiscalização contra os altos
índices de acidentes de trabalho.
As ruas
pedem transporte, saúde e educação acessíveis e de qualidade; clamam pelo
direito à moradia, pela inclusão da juventude em melhores condições de trabalho
e vida. Os trabalhadores, diretamente, exigem a redução da jornada de trabalho,
o fim do fator previdenciário, o salário igual entre homens e mulheres em uma
mesma função, a suspensão dos leilões do petróleo e várias outras pautas.
Enquanto as manifestações pedem uma vida melhor, mais garantias e o direito a dignos
serviços públicos, o tal “corte” anunciado vai na contramão de todas essas
exigências e, o que é pior, nenhum telejornal ou grande mídia impressa e
virtual falam nada sobre a essência do problema. Por quê?
É assim
porque estamos diante de um governo que, tal qual os que se dizem “oposição”,
em nada se diferenciam da lógica de manter o nosso país remetendo cerca de 50%
de todo o seu orçamento anual para “honrar compromissos” com a banca
internacional. Esse é o “x” da questão! Só no ano passado, por exemplo, o
governo da presidente Dilma mandou R$ 700 bilhões do orçamento para pagar juros
e serviços da dívida pública. Agora anunciam um “corte” de R$ 10 bilhões,
atacando ainda mais a previdência pública! É uma afronta ao clamor das ruas!
É verdade
que esse tema, o rompimento com os “compromissos” com o pagamento da dívida
pública, não esteve diretamente levantado nos dizeres das faixas e cartazes que
compunham as manifestações. Mas as exigências das ruas só poderão ser atendidas
se o dinheiro do povo brasileiro for investido, em primeiro lugar, nas
necessidades imediatas de nosso próprio povo. Isso implica em parar essa
sangria que “toda a classe política” (como diziam as manifestações) promove, há
anos contra o nosso país. Essas exigências, portanto, estão no oposto do que
fez o PSDB e, agora, faz o PT. Eis o “X” da questão.
Sendo
assim, então, quais reivindicações das ruas poderiam ser atendidas com R$ 700
bilhões por ano? Poderíamos simplesmente ser “panfletário” e dizer: todas! Mas
não seria o melhor caminho, então vamos tentar demonstrar (num pequeno
exercício de aproximação) como, apenas acrescentando esse dinheiro em algumas e
essenciais áreas de investimentos (em base ao orçamento público da União de
2012) teríamos sim condições de ver imediatamente atendidas boa parte das
reivindicações que os trabalhadores e a nossa juventude levam às ruas nesse
momento, Vejamos:
Esse é então um debate real, objetivo e concreto que temos de fazer.
Não podemos ficar reféns, como propõe a grande mídia, de uma discussão
sobre os “cortes” anunciados pelo governo. A discussão é: as ruas exigem
investimento naquilo que são as necessidades básicas do nosso povo e
sabemos que dinheiro pra isso tem! Dessa maneira, o desafio é manter as
ruas ocupadas, realizar ações, paralisações e protestos unindo, cada vez
mais, os trabalhadores e a juventude e seguirmos empunhando as nossas
bandeiras contra os governos de plantão e, nessa luta irmos forjando um
novo país, apoiando e fortalecendo as organizações de massas e do
movimento que, contra os governos que aí estão, comungam dessa batalha.
Na contramão, para governo o “x” da questão é garantir o pagamento da
dívida pública, enquanto as ruas exigem serviços, direitos e um país
mais justo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário