A assembleia estadual realizada em BH, dia 24, na qual compareceram cerca de 5.000 trabalhadores em educação deliberou por nova paralisação dia 29/03. A pauta de reivindicação aprovada contempla os eixos de salário, correção das distorções da tabela do subsídio, ipsemg, direitos dos efetivados, eleição de diretores e concurso público. Na sexta a pauta foi protocolada na SEE e a secretária comprometeu-se a abrir negociações.
Aqui em Juiz de Fora a paralisação foi de cerca de 80% da categoria e na assembleia regional foram aprovadas duas propostas: a de moção de apoio aos educadores do Piauí que estão em greve há vários dias enfrentando a truculência do governo que decretou a greve ilegal e, assim como em Minas ano passado, o sindicato foi condenado a pagar multas diárias> Porém nossos colegas piauenses continuam resistindo e mantendo a greve. A segunda proposta aprovada foi a de que a reivindicação do piso salarial deve ser no valor de 1.597,12, como reivindica a CNTE, porém com a luta rumo ao piso do Dieese.
Os presentes na assembléia definiram que não dá pra defender o valor do piso do governo federal, que é bem menor, e que também não podemos retirar do nosso horizonte o valor do piso do Dieese, que históricamente reivindicamos.
A paralisação do dia 29 é importante e necessária, pois com o compromisso de negociação, feita públicamente pela secretária (ver site da SEE), é possível que até lá a direção estadual já tenha informações de propostas do governo que precisarão ser avaliadas e dicididas em assembléia estadual. Pórém, se o governo não cumprir a promessa, a paralisação terá será fundamental para forçar a abertura de negociações. Quanto maior a nossa força, mais avançaremos!
domingo, 27 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
A luta de 2011 começa dia 24
Colegas, dia 24, na próxima 5ª feira teremos a primeira etapa da nossa campanha salarial desse ano. Será um dia de paralisação em todo o estado e será realizada uma assembleia estadual para discutir e aprovar nossa pauta de reivindicação para 2011. Aqui em Juiz de Fora será realizada uma assembleia regional as 17:00 na Escola Normal.
A pauta aprovada será protocolada na SEE e Seplag e o sindicato aguardará por um tempo que o governo convoque a primeira reunião de negociação. É assim que as coisas devem aconcetecer num governo que se diz democrático e aberto ao diálogo. Porém se o governo não negociar vamos ter que pressionar. É assim também que as coisas devem acontecer numa categoria de luta e disposta a ser respeitada.
Os eixos da campanha salarial desse ano são: Piso Salarial Nacional para 24 e 30h já; eleição direta para direção de escolas; concurso público; correção das distorções da tabela do subsídio e melhorias no Ipsemg. Outras questões poderão ser discutidas na assembleia estadual e serem incluidas na pauta.
Todos os nossos momentos de luta são importantes, portanto nessa 5ª as escolas devem estar fechadas. Anastasia não é novo para nós, mas é o primeiro governo em que ele está à frente e, além disso, a secretária de educação é nova. Vamos dar já, logo de início, uma demonstração de força e unidade para que possamos ter condições de avançar nas negociações que virão.
A subsede enviará uma caravana para BH e para quem vai ficar em JF temos a assembleia na escola Normal. Participe, chame seus colegas nas escolas, as lutas e conquistas não acontecem sem o envolvimento ca categoria.
A pauta aprovada será protocolada na SEE e Seplag e o sindicato aguardará por um tempo que o governo convoque a primeira reunião de negociação. É assim que as coisas devem aconcetecer num governo que se diz democrático e aberto ao diálogo. Porém se o governo não negociar vamos ter que pressionar. É assim também que as coisas devem acontecer numa categoria de luta e disposta a ser respeitada.
Os eixos da campanha salarial desse ano são: Piso Salarial Nacional para 24 e 30h já; eleição direta para direção de escolas; concurso público; correção das distorções da tabela do subsídio e melhorias no Ipsemg. Outras questões poderão ser discutidas na assembleia estadual e serem incluidas na pauta.
Todos os nossos momentos de luta são importantes, portanto nessa 5ª as escolas devem estar fechadas. Anastasia não é novo para nós, mas é o primeiro governo em que ele está à frente e, além disso, a secretária de educação é nova. Vamos dar já, logo de início, uma demonstração de força e unidade para que possamos ter condições de avançar nas negociações que virão.
A subsede enviará uma caravana para BH e para quem vai ficar em JF temos a assembleia na escola Normal. Participe, chame seus colegas nas escolas, as lutas e conquistas não acontecem sem o envolvimento ca categoria.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Paralisação dia 24/02
O ano começa com luta!. Na próxima quinta feira, dia 24/02 será dia de paralisação total das atividades em todo o estado. É um importante dia, pois a categoria estará reunida em assembleía em Belo Horizonte para definir a pauta da nossa Campanha Salarial/2011.
Nesse dia todos (as) devemos cruzar os braços. O governador Anastasia precisa entender que a nossa situação está muito ruim; que a lei do subsídio não nos contempla; que queremos o Piso Nacional para 24 e 30h semanais mais as vantagens adquiridas com formação e tempo de serviço; que repudiamos essa avaliação de desempenho que nos castiga e nos desuni.
Aqui em Juiz de Fora será realizada uma assembleia regional as 17h na Escola Normal.
Nesse dia todos (as) devemos cruzar os braços. O governador Anastasia precisa entender que a nossa situação está muito ruim; que a lei do subsídio não nos contempla; que queremos o Piso Nacional para 24 e 30h semanais mais as vantagens adquiridas com formação e tempo de serviço; que repudiamos essa avaliação de desempenho que nos castiga e nos desuni.
Aqui em Juiz de Fora será realizada uma assembleia regional as 17h na Escola Normal.
~Lançado o Núcleo de professores de Filosofia e Sociologia
Na Conferência Regional de Educação foi feito o lançamento de mais um núcleo na Subsede, é o núcleo de professores de Sociologia e Filosofia. Essas duas áreas de conhecimento tem sido muito atacadas pelo governo de Minas que autoriza professores não habilitados a dar aulas dessas disciplinas deixando os habilitados desempregados ou com um número muito pequeno de aulas.
Além disso, o governo já declarou que não pretende abrir vagas de filosofia e sociologia no concurso que estamos reivindicando e que foi acordo da greve do ano passado.
Diante disso, é muito importante a criação desse núcleo que agora depende da participação dos professores para funcionar.
A primeira reunião já está marcada para esse próximo sábado, dia 19/02 as 14h na sala do Sind-Ute no edifício Stela Central, sala 507.
Além disso, o governo já declarou que não pretende abrir vagas de filosofia e sociologia no concurso que estamos reivindicando e que foi acordo da greve do ano passado.
Diante disso, é muito importante a criação desse núcleo que agora depende da participação dos professores para funcionar.
A primeira reunião já está marcada para esse próximo sábado, dia 19/02 as 14h na sala do Sind-Ute no edifício Stela Central, sala 507.
Conferência Regional de Educação
A Conferência Regional de Educação realizada no sábado passado dia 12/02 foi um sucesso. As Subsedes de Barbacena e de Juiz de Fora farão um documento com as discussões e as deliberações tomadas na Conferência e enviarão a categoria. Aguardem!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Matéria do TM desse domingo. Leiam!
Faltam professores na primeira semana de aula
Mariana NicodemusRepórter
O ano letivo da rede estadual de ensino começou, na última quarta-feira, já com graves problemas. Com o atraso na designação de servidores para cargos vagos, realizada dois dias antes do início das aulas, algumas turmas conheceram o recorrente drama da falta de professores logo no primeiro dia de atividades. O Instituto Estadual de Educação (Escola Normal), maior unidade da rede em Juiz de Fora, no Centro, tinha déficit de pelo menos dois professores do ensino fundamental naquele dia, de acordo com a vice-diretora da escola, Fátima Pereira. Levantamento feito pela Tribuna, no final do turno da tarde, identificou, pelo menos, seis turmas do colégio que ficaram sem atividades em um dos horários do dia. A Secretaria de Estado de Educação (SEE) não realiza concursos há cinco anos, e, para suprir a carência de profissionais, docentes estão sendo obrigados a assumir disciplinas para as quais não têm habilitação adequada e bacharéis em faculdades diversas, sem formação pedagógica, são autorizados a atuar como professores.
A vice-diretora do Instituto Estadual de Educação, onde uma classe do 7º ano (antiga sexta série) teve apenas uma matéria durante toda a tarde, e os alunos passaram o dia pelos corredores da escola, confirma que o "problema pontual" ocorreu devido à proximidade entre a designação de professores substitutos, realizada na segunda-feira, e o início das aulas, na quarta-feira. Como a lista de selecionados precisa ser aprovada pela SEE antes que o professor seja oficialmente contratado, a burocracia impediu que os profissionais começassem as atividades junto com o ano letivo. Segundo Fátima, a situação não se repetiu na quinta-feira, quando os contratos já estavam assinados.
Porém, o problema não se restringe ao início do ano e a uma escola. Uma professora de inglês que atua como substituta em diversas unidades da rede afirma que é comum encontrar turmas de ensino médio que estão há mais de dois meses sem aulas e, quando é contratada, não há tempo hábil para recuperar a matéria e ministrar todo o conteúdo previsto para o ano.
A diretora da subsede de Juiz de Fora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Victória de Fátima Melo, explica que a situação ocorre porque existe um período mínimo de licença para que o docente possa ser rendido. "Um professor regente de turma do ensino fundamental, por exemplo, só é substituído depois de 15 dias licenciado. Antes disso, não há substituição, e essas crianças ficam sem aulas caso não haja outro profissional na escola que possa assumir as turmas. Para professores que atuam nas bibliotecas, esse prazo chega a dois meses." Passado esse período, a escola envia solicitação à Superintendência Regional de Ensino (SRE), que encaminha o pedido à secretaria. O edital para designação só pode ser aberto após a autorização do Estado, o que, de acordo com ela, costuma levar mais de uma semana.
Segundo a diretora da SRE em exercício, Maura Couto Gaio, a responsabilidade de manter o quadro de professores completo é da direção da escola, já que as designações são processadas de acordo com dados informados por cada unidade. "No momento em que a direção detecta que o cargo está vago, entra com processo para que seja preenchido. A autorização é imediata, e o edital pode ser aberto, convocando para seleção 24 horas depois." A lista de vagas disponíveis é atualizada diariamente e postada no site www.educacao.mg.gov.br/webjzf. Na última chamada, foram oferecidas 124 vagas (ver quadro), sendo o cargo de professor da educação básica regente de turma do ensino fundamental o com mais oportunidades - 15
Docentes despreparados assumem disciplinasEm uma tentativa de equilibrar o quadro de pessoal das escolas sem que seja necessária a nomeação de concursados, professores sem a formação adequada estão sendo obrigados a lecionar disciplinas para as quais não foram preparados. Embora a legislação permita a manobra - que não impede a falta de docentes nas escolas - , há casos de profissionais formados em geografia e história, por exemplo, dando aulas de filosofia e sociologia, apesar de terem tido contato com os assuntos apenas durante a faculdade, em cursos introdutórios, e não terem experiência na área. Em outras matérias, como matemática, física e química, os professores, escassos no mercado, são substituídos por engenheiros, bioquímicos e bacharéis em faculdades diversas, sem formação pedagógica.
A resolução 1.773, de dezembro de 2010, da Secretaria de Estado de Educação (SEE), determina que "a atribuição de aulas entre os professores deve ser feita no limite da carga horária obrigatória de cada cargo". Quando não há turmas disponíveis para que o mínimo de 18 aulas por semana seja cumprido, o profissional é remanejado para matérias para as quais não está habilitado. O problema é mais frequente entre os docentes efetivados pela Lei 100, de 2007, que correm o risco de serem desligados da SEE caso percam parte nas turmas para as quais foram contratados e não sejam realocados em um mês. "Esses professores se veem obrigados a aceitar as aulas para não perder o emprego", afirma a diretora do Sind-UTE, Victória de Fátima Melo.
Insegurança Prestando serviços ao Estado há seis anos, em uma escola na Zona Norte, um professor de geografia, que preferiu não ser identificado, assumirá horários de filosofia e sociologia este ano para garantir o vínculo. "Existem, no colégio, professores habilitados para essas cadeiras que perderam as turmas para mim. Como constam disciplinas de introdução à filosofia e à sociologia no meu histórico, fui autorizado a trabalhar na área, mas nunca dei aula dessas matérias e terei que aprendê-las para ensinar aos alunos, que são os mais prejudicados", reclama.
Outra docente, formada em história, ministra as aulas de filosofia de uma escola no Centro desde o ano passado. "Dou aulas de história há 20 anos e, de repente, me vi obrigada a trabalhar com outra coisa. Não domino o conteúdo, então aviso aos alunos que vou aprender com eles, mas entro insegura na classe", afirma, acrescentado que, no colégio onde trabalha, as aulas de artes são lecionadas pela professora de inglês. No ano passado, apenas 20 das 49 escolas estaduais da cidade contabilizavam 79 professores certificados a atuar em área diferente da de sua competência, de acordo com levantamento da SRE.
Problema em física, química e matemáticaPara a diretora da Superintendência Regional de Ensino (SRE) em exercício, Maura Couto Gaio, a organização do quadro de pessoal das escolas acontece de acordo com a resolução 1.773, que inclui, como último recurso para a ocupação do cargo, a possibilidade de profissional autorizado assumir disciplinas para as quais não é formalmente habilitado. "É claro que a gente espera que, quanto mais especializada for a formação do professor, melhores sejam as aulas. Mas, enquanto profissional, compete ao docente se preparar e reunir condições para atuar em outra área. O servidor tem que seguir a resolução do Estado, embasada e sem qualquer intenção de prejudicar o aluno", afirma.
Ela admite que profissionais sem formação pedagógica atuam como professores, principalmente em matemática, física e química. "Os cursos de licenciatura dessas matérias formam poucas pessoas, e o mercado fica sem profissionais. A escola, às vezes, abre edital para essas vagas mais de uma vez e não aparece ninguém. A gente supre com o professor autorizado, que é aquela pessoa que fez ciências biológicas ou bioquímica, por exemplo, e, pelo histórico acadêmico, pode lecionar química."
A assistente técnica educacional da SRE, Sílvia Deotti, explica que o Certificado de Autorização Precária (CAP), com validade de um ano, é concedido para que profissionais não especializados possam concorrer às vagas de designação, ou seja, àquelas que não foram preenchidas por concursados, efetivados pela Lei 100 ou vinculados à SEE. Se pela análise do histórico de um engenheiro, por exemplo, é verificado que disciplinas relativas à física foram cursadas, ele é autorizado a lecionar a matéria, de acordo com critérios da resolução 1.724, de novembro de 2010. Segundo Sílvia, as disciplinas com maior carência de professores são matemática, química e física, mas a maioria dos pedidos de CAP é para filosofia e sociologia.
"Em uma cidade com inúmeros cursos de licenciatura, é inadmissível que isso aconteça com a frequência que estamos vendo. Essa situação absurda ocorre não por falta de professores habilitados, mas por uma política da SEE, que não realiza concursos há cinco anos", destaca a diretora do Sind-UTE, Victória de Fátima Melo.
'Professor não pode virar joguete'"As políticas sociais e de contratação colocam o professor como um operário, que pode atuar em qualquer frente, e não é bem assim", comenta a professora da Faculdade de Educação da UFJF, Maria da Assunção Calderano, pesquisadora da área de formação de professores e trabalho docente. Ela afirma que pesquisa realizada no ano passado em várias cidades mineiras apontou que um dos fatores determinantes para o mau desempenho de escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a descontinuidade do exercício pedagógico. "O professor só consegue fazer bom trabalho quando conhece a cultura daquela escola e pode participar e contribuir com aquela sociedade", afirma sobre a constante substituição de educadores nas redes públicas. "Esse problema precisa ser observado com atenção para que o professor não vire joguete e tenha condições de oferecer aos alunos uma formação continuada."
Para Assunção, o estudante também é prejudicado quando é orientado por um profissional que não está apto a lecionar um determinado conteúdo com qualidade. Porém, a professora acredita que a formação docente precisa ser interdisciplinar, indo "além do conhecimento específico de cada área". "O especialista, de qualquer setor, que é apenas especializado, em alguma medida deixa de entender um problema por completo. Existem elementos necessários e importantes para que a pessoa dialogue com outras áreas, se não fica à deriva", destaca. "Isso revela tanto um problema de formação docente, já que o curso não preparou o professor para compreender e atuar em outras situações, e de formação básica, porque o aluno desse professor não vai ter aula de qualidade."
Quanto à falta de preparação de bacharéis que atuam como professores, a pesquisadora lamenta que, muitas vezes, o conteúdo especializado prevaleça sobre os aspectos pedagógicos. "Há pessoas que sabem muito bem matemática, mas não sabem ensinar. E também existe gente que tem facilidade para lidar com o ambiente de sala de aula, mas enrola o conteúdo. O problema está nesse conflito, quando as pessoas acham que essas áreas não podem dialogar." Ela acredita que profissionais com dificuldades de conseguir emprego em seu setor "baixam as expectativas", indo para a educação e se tornando professores pela prática. "Entendo que a educação não consiga atender a demanda, mas é preciso que haja qualificação adequada."
Mariana NicodemusRepórter
O ano letivo da rede estadual de ensino começou, na última quarta-feira, já com graves problemas. Com o atraso na designação de servidores para cargos vagos, realizada dois dias antes do início das aulas, algumas turmas conheceram o recorrente drama da falta de professores logo no primeiro dia de atividades. O Instituto Estadual de Educação (Escola Normal), maior unidade da rede em Juiz de Fora, no Centro, tinha déficit de pelo menos dois professores do ensino fundamental naquele dia, de acordo com a vice-diretora da escola, Fátima Pereira. Levantamento feito pela Tribuna, no final do turno da tarde, identificou, pelo menos, seis turmas do colégio que ficaram sem atividades em um dos horários do dia. A Secretaria de Estado de Educação (SEE) não realiza concursos há cinco anos, e, para suprir a carência de profissionais, docentes estão sendo obrigados a assumir disciplinas para as quais não têm habilitação adequada e bacharéis em faculdades diversas, sem formação pedagógica, são autorizados a atuar como professores.
A vice-diretora do Instituto Estadual de Educação, onde uma classe do 7º ano (antiga sexta série) teve apenas uma matéria durante toda a tarde, e os alunos passaram o dia pelos corredores da escola, confirma que o "problema pontual" ocorreu devido à proximidade entre a designação de professores substitutos, realizada na segunda-feira, e o início das aulas, na quarta-feira. Como a lista de selecionados precisa ser aprovada pela SEE antes que o professor seja oficialmente contratado, a burocracia impediu que os profissionais começassem as atividades junto com o ano letivo. Segundo Fátima, a situação não se repetiu na quinta-feira, quando os contratos já estavam assinados.
Porém, o problema não se restringe ao início do ano e a uma escola. Uma professora de inglês que atua como substituta em diversas unidades da rede afirma que é comum encontrar turmas de ensino médio que estão há mais de dois meses sem aulas e, quando é contratada, não há tempo hábil para recuperar a matéria e ministrar todo o conteúdo previsto para o ano.
A diretora da subsede de Juiz de Fora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Victória de Fátima Melo, explica que a situação ocorre porque existe um período mínimo de licença para que o docente possa ser rendido. "Um professor regente de turma do ensino fundamental, por exemplo, só é substituído depois de 15 dias licenciado. Antes disso, não há substituição, e essas crianças ficam sem aulas caso não haja outro profissional na escola que possa assumir as turmas. Para professores que atuam nas bibliotecas, esse prazo chega a dois meses." Passado esse período, a escola envia solicitação à Superintendência Regional de Ensino (SRE), que encaminha o pedido à secretaria. O edital para designação só pode ser aberto após a autorização do Estado, o que, de acordo com ela, costuma levar mais de uma semana.
Segundo a diretora da SRE em exercício, Maura Couto Gaio, a responsabilidade de manter o quadro de professores completo é da direção da escola, já que as designações são processadas de acordo com dados informados por cada unidade. "No momento em que a direção detecta que o cargo está vago, entra com processo para que seja preenchido. A autorização é imediata, e o edital pode ser aberto, convocando para seleção 24 horas depois." A lista de vagas disponíveis é atualizada diariamente e postada no site www.educacao.mg.gov.br/webjzf. Na última chamada, foram oferecidas 124 vagas (ver quadro), sendo o cargo de professor da educação básica regente de turma do ensino fundamental o com mais oportunidades - 15
Docentes despreparados assumem disciplinasEm uma tentativa de equilibrar o quadro de pessoal das escolas sem que seja necessária a nomeação de concursados, professores sem a formação adequada estão sendo obrigados a lecionar disciplinas para as quais não foram preparados. Embora a legislação permita a manobra - que não impede a falta de docentes nas escolas - , há casos de profissionais formados em geografia e história, por exemplo, dando aulas de filosofia e sociologia, apesar de terem tido contato com os assuntos apenas durante a faculdade, em cursos introdutórios, e não terem experiência na área. Em outras matérias, como matemática, física e química, os professores, escassos no mercado, são substituídos por engenheiros, bioquímicos e bacharéis em faculdades diversas, sem formação pedagógica.
A resolução 1.773, de dezembro de 2010, da Secretaria de Estado de Educação (SEE), determina que "a atribuição de aulas entre os professores deve ser feita no limite da carga horária obrigatória de cada cargo". Quando não há turmas disponíveis para que o mínimo de 18 aulas por semana seja cumprido, o profissional é remanejado para matérias para as quais não está habilitado. O problema é mais frequente entre os docentes efetivados pela Lei 100, de 2007, que correm o risco de serem desligados da SEE caso percam parte nas turmas para as quais foram contratados e não sejam realocados em um mês. "Esses professores se veem obrigados a aceitar as aulas para não perder o emprego", afirma a diretora do Sind-UTE, Victória de Fátima Melo.
Insegurança Prestando serviços ao Estado há seis anos, em uma escola na Zona Norte, um professor de geografia, que preferiu não ser identificado, assumirá horários de filosofia e sociologia este ano para garantir o vínculo. "Existem, no colégio, professores habilitados para essas cadeiras que perderam as turmas para mim. Como constam disciplinas de introdução à filosofia e à sociologia no meu histórico, fui autorizado a trabalhar na área, mas nunca dei aula dessas matérias e terei que aprendê-las para ensinar aos alunos, que são os mais prejudicados", reclama.
Outra docente, formada em história, ministra as aulas de filosofia de uma escola no Centro desde o ano passado. "Dou aulas de história há 20 anos e, de repente, me vi obrigada a trabalhar com outra coisa. Não domino o conteúdo, então aviso aos alunos que vou aprender com eles, mas entro insegura na classe", afirma, acrescentado que, no colégio onde trabalha, as aulas de artes são lecionadas pela professora de inglês. No ano passado, apenas 20 das 49 escolas estaduais da cidade contabilizavam 79 professores certificados a atuar em área diferente da de sua competência, de acordo com levantamento da SRE.
Problema em física, química e matemáticaPara a diretora da Superintendência Regional de Ensino (SRE) em exercício, Maura Couto Gaio, a organização do quadro de pessoal das escolas acontece de acordo com a resolução 1.773, que inclui, como último recurso para a ocupação do cargo, a possibilidade de profissional autorizado assumir disciplinas para as quais não é formalmente habilitado. "É claro que a gente espera que, quanto mais especializada for a formação do professor, melhores sejam as aulas. Mas, enquanto profissional, compete ao docente se preparar e reunir condições para atuar em outra área. O servidor tem que seguir a resolução do Estado, embasada e sem qualquer intenção de prejudicar o aluno", afirma.
Ela admite que profissionais sem formação pedagógica atuam como professores, principalmente em matemática, física e química. "Os cursos de licenciatura dessas matérias formam poucas pessoas, e o mercado fica sem profissionais. A escola, às vezes, abre edital para essas vagas mais de uma vez e não aparece ninguém. A gente supre com o professor autorizado, que é aquela pessoa que fez ciências biológicas ou bioquímica, por exemplo, e, pelo histórico acadêmico, pode lecionar química."
A assistente técnica educacional da SRE, Sílvia Deotti, explica que o Certificado de Autorização Precária (CAP), com validade de um ano, é concedido para que profissionais não especializados possam concorrer às vagas de designação, ou seja, àquelas que não foram preenchidas por concursados, efetivados pela Lei 100 ou vinculados à SEE. Se pela análise do histórico de um engenheiro, por exemplo, é verificado que disciplinas relativas à física foram cursadas, ele é autorizado a lecionar a matéria, de acordo com critérios da resolução 1.724, de novembro de 2010. Segundo Sílvia, as disciplinas com maior carência de professores são matemática, química e física, mas a maioria dos pedidos de CAP é para filosofia e sociologia.
"Em uma cidade com inúmeros cursos de licenciatura, é inadmissível que isso aconteça com a frequência que estamos vendo. Essa situação absurda ocorre não por falta de professores habilitados, mas por uma política da SEE, que não realiza concursos há cinco anos", destaca a diretora do Sind-UTE, Victória de Fátima Melo.
'Professor não pode virar joguete'"As políticas sociais e de contratação colocam o professor como um operário, que pode atuar em qualquer frente, e não é bem assim", comenta a professora da Faculdade de Educação da UFJF, Maria da Assunção Calderano, pesquisadora da área de formação de professores e trabalho docente. Ela afirma que pesquisa realizada no ano passado em várias cidades mineiras apontou que um dos fatores determinantes para o mau desempenho de escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é a descontinuidade do exercício pedagógico. "O professor só consegue fazer bom trabalho quando conhece a cultura daquela escola e pode participar e contribuir com aquela sociedade", afirma sobre a constante substituição de educadores nas redes públicas. "Esse problema precisa ser observado com atenção para que o professor não vire joguete e tenha condições de oferecer aos alunos uma formação continuada."
Para Assunção, o estudante também é prejudicado quando é orientado por um profissional que não está apto a lecionar um determinado conteúdo com qualidade. Porém, a professora acredita que a formação docente precisa ser interdisciplinar, indo "além do conhecimento específico de cada área". "O especialista, de qualquer setor, que é apenas especializado, em alguma medida deixa de entender um problema por completo. Existem elementos necessários e importantes para que a pessoa dialogue com outras áreas, se não fica à deriva", destaca. "Isso revela tanto um problema de formação docente, já que o curso não preparou o professor para compreender e atuar em outras situações, e de formação básica, porque o aluno desse professor não vai ter aula de qualidade."
Quanto à falta de preparação de bacharéis que atuam como professores, a pesquisadora lamenta que, muitas vezes, o conteúdo especializado prevaleça sobre os aspectos pedagógicos. "Há pessoas que sabem muito bem matemática, mas não sabem ensinar. E também existe gente que tem facilidade para lidar com o ambiente de sala de aula, mas enrola o conteúdo. O problema está nesse conflito, quando as pessoas acham que essas áreas não podem dialogar." Ela acredita que profissionais com dificuldades de conseguir emprego em seu setor "baixam as expectativas", indo para a educação e se tornando professores pela prática. "Entendo que a educação não consiga atender a demanda, mas é preciso que haja qualificação adequada."
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Subsídio
Como o governo de Minas quase nunca elabora leis bem claras, precisamos sempre de um certo tempo para analisá-las, e é o que está acontecendo com esse tal de subsídio. Agora que já temos acesso ao contracheque com a nova forma de pagamento e o novo enquadramento é que estamos conseguindo ter mais clareza e o que vemos, na grande maioria das vezes não é bom e está causando indignação na categoria.
Há muitas distorções em relação ao tempo de serviço e a formação. O governo, na verdade, não fez um reposicionamento, apenas um enquadramento a partir de dois eixos: o nível de formação e a remuneração bruta em 31/12/2010. Dessa forma, muitos servidores que já possuem pós graduação e aguardavam mudança de nível, tiveram apenas incorporados o adicional de formação que ganhavam, mas a mudança de nível não aconteceu (temos caso de professor que já tem mestrado e está enquadrado no nível I).
Na questão do salário, o tempo de serviço não contempla o nosso plano de carreira, pois a grande parte da categoria ficou em grau abaixo do que deveria e mesmo os que alcançaram o grau máximo que é letra P, estão sendo penalizados com uma complementação salarial (VPNI) que causará um congelamento no salário até que e VPNI esteja zerada.
Há ainda a situação dos ASBs (serviços Gerais) pois o governo apresentou uma tabela com salários bem superiores aos que possuem ensino médio completo, porém só recebem esse valor os que saõ efetivos e os efetivados e designados (que são a grande maioria nesse segmento)continuam com o nível I, mesmo tendo a formação de nível médio.
Para os cargos comissionados (direção de escola, secretário etc) o governo não liberou o novo enquadramento. Segundo informações da SRE, os servidores nessa situação continuarão recebendo como na carreira antiga e deverão aguardar novas orientações. Avaliamos que o governo percebeu que, diante disso, muitos (as) diretores (as) iriam deixar a direção e voltar ao seu cargo regular, uma vez que os salários contidos na tabela estão muito rebaixados e iriam provocar uma diminuição salarial.
Certamente ainda existem muitas situações a serem clareadas e estamos esperando a regulamentação das 30 horas e da certificação. A opção a qual os efetivos têm direito será até o dia 07/05/2010 e até lá o sindicato ampliará a análise e entrará em contato com à categoria.
Há muitas distorções em relação ao tempo de serviço e a formação. O governo, na verdade, não fez um reposicionamento, apenas um enquadramento a partir de dois eixos: o nível de formação e a remuneração bruta em 31/12/2010. Dessa forma, muitos servidores que já possuem pós graduação e aguardavam mudança de nível, tiveram apenas incorporados o adicional de formação que ganhavam, mas a mudança de nível não aconteceu (temos caso de professor que já tem mestrado e está enquadrado no nível I).
Na questão do salário, o tempo de serviço não contempla o nosso plano de carreira, pois a grande parte da categoria ficou em grau abaixo do que deveria e mesmo os que alcançaram o grau máximo que é letra P, estão sendo penalizados com uma complementação salarial (VPNI) que causará um congelamento no salário até que e VPNI esteja zerada.
Há ainda a situação dos ASBs (serviços Gerais) pois o governo apresentou uma tabela com salários bem superiores aos que possuem ensino médio completo, porém só recebem esse valor os que saõ efetivos e os efetivados e designados (que são a grande maioria nesse segmento)continuam com o nível I, mesmo tendo a formação de nível médio.
Para os cargos comissionados (direção de escola, secretário etc) o governo não liberou o novo enquadramento. Segundo informações da SRE, os servidores nessa situação continuarão recebendo como na carreira antiga e deverão aguardar novas orientações. Avaliamos que o governo percebeu que, diante disso, muitos (as) diretores (as) iriam deixar a direção e voltar ao seu cargo regular, uma vez que os salários contidos na tabela estão muito rebaixados e iriam provocar uma diminuição salarial.
Certamente ainda existem muitas situações a serem clareadas e estamos esperando a regulamentação das 30 horas e da certificação. A opção a qual os efetivos têm direito será até o dia 07/05/2010 e até lá o sindicato ampliará a análise e entrará em contato com à categoria.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Conferência Regional da Educação (PNE)
Local: Instituto Estadual de Educação - Juiz de Fora
Dia 12/02 (Sábado) 9h às 18h
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