sexta-feira, 27 de abril de 2012

Nesses próximos 5 dias vários diretores (as)da subsede de Juiz de Fora e educadores (as)da base estarão participando como delegados (as) do 1º Congresso da CSP Conlutas. Durante esse período não haverá postagens nesse blog, mas deixamos abaixo notícias de várias lutas que estão sendo encaminhadas pelos trabalhadores daqui e do nosso continente. Além das categoria aqui citadas lembramos que na educação estão em curso várias greves estaduais e municipais em defesa do Piso, da Carreira e de melhores condições de trabalho. É a classe trabalhadora em movimento, sempre!


Chegou a hora do 1º Congresso Nacional da CSP Conlutas

26/04/2012


Delegações de norte a sul do país já começaram organizar as caravanas para vir ao 1º Congresso Nacional da CSP Conlutas que acontece de 27 a 30 de abril em Sumaré, interior de São Paulo.

São bancários, servidores públicos federais, estaduais e municipais, metalúrgicos, operários da construção civil, professores, estudantes, trabalhadores sem teto, trabalhadores rurais, comerciários, professores, metroviários, organizações que lutam contra as opressões – negros, mulheres e homossexuais – e representantes de tantas categorias. Todos foram eleitos delegados em assembleias de base para representar centenas de milhares de trabalhadores brasileiros.

Os temas debatidos no evento serão a crise econômica mundial e as mobilizações dos trabalhadores no mundo; a situação nacional sob o governo de Dilma Rousseff, a organização da Central na base das categorias onde está presente e outros pontos.

A organização de base e os acidentes de trabalho terão pontos especiais durante o Congresso cujo um dos pontos altos será a apresentação das teses e o debate nos grupos de trabalho.

Entre as presenças esperadas estarão a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), Derci Teles, e o representante dos trabalhadores rurais de Brasiléia (AC), Osmarino Amâncio, que já sofreu inúmeros atentados por defender a Amazônia. Considerados sucessores de Chico Mendes, os dois explicarão como se dá a luta no norte do país em defesa da Amazônia na perspectiva de integração das mobilizações rurais e urbanas.

Outra presença aguardada pelos delegados ao congresso da Central é a dos trabalhadores da construção pesada da Comperj, Suape (PE) e Belo Monte, envolvidos nas recentes greves que chamaram a atenção do país, tal o grau de exploração e péssimas condições de trabalho as quais são submetidos.

Já na abertura, a índia Kaiowá-Guarani Dirce Veron, da região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, denunciará aos participantes do evento a violência que vem sofrendo seu povo ao defender o direito as suas terras e a sua cultura.

Também estão programadas atividades culturais e auto-gestionadas em horários alternativos ao funcionamento do plenário.

O evento aguarda cerca de 2 mil pessoas entre delegados, convidados e observadores. O congresso é um momento privilegiado da democracia defendida pela CSP Conlutas desde a sua fundação. Todos os delegados e delegados após debates aprovam os rumos da Central para os dois anos seguintes.



Internacional – Nos dias 2 e 3 de maio acontecerá em São Paulo uma reunião internacional com a representação de entidades de 17 países que estão participando de mobilizações na Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Itália, Portugal, África do Sul, Egito, China, Canadá, Estados Unidos, além de países da América Latina e América do Sul. A delegação internacional participa do congresso da Central.
Fonte: site CSPConlutas
Greve geral de 48 horas agita Bolívia

COB convoca greve por aumento nos salários e acusa Evo Morales de estar se 'direitizando'


Jeferson Choma
da redação do Opinião Socialista



Estudantes de medicia enfrentaram a polícia

• A Bolívia assiste a mais uma importante greve geral nos dias 24 e 25 de abril. Convocado pela Central Obrera Boliviana (COB), milhares de operários cruzaram os braços e realizam marchas e protestos pelo país. Neste dia 24, uma marcha em El Alto reuniu operários mineiros, professores, médicos e trabalhadores da saúde. Os manifestantes caminharam até La Paz. Nas cercanias da Plaza Murillo, onde fica o palácio Presidencial, houve confronto com a polícia, que lançou bombas de gás lacrimogêneo, ao passo que os mineiros responderam com seus tradicionais “dinamitaços”.

No último dia 19, uma assembleia ampliada da COB rejeitou a proposta feita pelo governo que estipulou em 7% (o mesmo índice da inflação de 2011) o aumento dos salários. O governo de Evo Morales também propõe um reajuste de 18% no salário mínimo nacional. Hoje o salário mínimo na Bolívia é de US$ 117 dólares e o salário médio de US$ 546, segundo dados oficiais de 2011. A COB pede que o governo considere a cesta familiar básica, que custa US$ 1.192 mensais, igual a dez salários mínimos, segundo os sindicatos.

Em entrevista ao jornal boliviano La Razón, o presidente da COB não poupou criticas ao governo Morales. Juan Carlos Trujillo, afirmou que o presidente “ está se direitizando”, e que a COB não é nem oposição nem oficialismo ante Morales”, e que contestará as más políticas estatais do Movimiento Al Socialismo (MAS)”, partido de Evo.

O Governo se recusa a propor um novo aumento salarial, pois afirma que em seis anos duplicou o salário. Juan Carlos Trujillo diz que a realidade é bem diferente e que há um aumento galopante da inflação. “ Quanto custava o pão no passado? Nós poderíamos comprar dez pães com um Boliviano. Quanto nós compramos hoje? Dois pães. Com essas estatísticas, o governo diz que houve aumento da massa salarial, mas não houve nenhuma mudança, a crise se aprofunda”, respondeu.

Desde o final do ano passado, o governo Morales se vê deparado com um aumento das lutas populares no país. Em um esforço para evitar aconstrução de uma estrada no meio de um parque indígena (Território Indígena Isiboro Seguro - TIPNIS), populações originárias organizaram uma grande luta contra a obra. A reação do governo, em setembro do ano passado, foi lançar uma violenta repressão contra uma marcha indígena.

No começo de abril, o governo se deparou com uma greve dos médicos que denunciaram a calamidade enfrentada pelos hospitais públicos e a falta de políticas de planejamento para melhorar a infra-estrutura hospitalar. Mais uma vez o governo agiu com truculência. O ministro do Trabalho, Daniel Santalla, declarou “ilegal” o protesto dos médicos, ameaçando demitir todos aqueles que se ausentarem de seus postos de trabalho por mais de seis dias. “É uma greve criminosa”, disse. Enquanto os médicos realizavam uma dramática greve de fome, o governo tentava neutralizar o movimento. Os médicos e profissionais da saúde estão em peso na greve geral de 48 horas convocada pela COB.
Sete mil operários cruzam os braços em Belo Monte

É a terceira greve em seis meses nas obras da hidrelétrica; Consórcio Belo Monte mantém intransigência






Ag Brasil
Operários fazem terceira greve em seis meses

• Uma nova greve paralisou as obras da usina de Belo Monte na manhã desse dia 23 de abril, na região de Altamira (PA). O movimento grevista foi retomado diante da intransigência do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) frente às reivindicações dos operários. Entre as principais exigências estão o aumento do vale-alimentação de R$ 95 para R$ 300, além da redução do intervalo de folga de ‘baixada’ (período em que os operários de fora retornam às suas cidades de origem), de seis para três meses, e uma série de melhorias nas precárias condições de trabalho.

“A obra está 100% parada, as cinco frentes de trabalho estão completamente paralisadas”, atesta Atnágoras Lopes, dirigente da CSP-Conlutas, que está em Altamira acompanhando a greve e prestando solidariedade aos trabalhadores. A contraproposta do consórcio, de aumento no vale para apenas R$ 110 e o aumento de nove para 19 dias o tempo de ‘baixada’ (contando como antecipação de férias), e mantendo o intervalo de seis meses, revoltou ainda mais os operários.

Desta vez, o Sintrapav-PA (Sidicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará), ligado à Força Sindical, está convocando a greve, mas nega-se a mobilizar os trabalhadores, orientando os funcionários a se dispersarem. “Nós estamos chamando a unidade do movimento, convocando uma grande manifestação para amanhã (dia 24), na beira do Cais em Altamira”, afirma Atnágoras.

Intransigência
Até o momento o consórcio não sinalizou com abertura de novas negociações. Já o Governo Federal se limitou a enviar um funcionário da Secretaria Geral da Presidência para acompanhar o movimento, mas não se posicionou sobre a greve.

“Não é possível que o Governo Federal se omita em relação ao que está acontecendo aqui”, disse Atnágoras. “É a maior obra do PAC e o dinheiro que está sendo gasto aqui é dinheiro público, o governo precisa se posicionar”, argumentou, exigindo ainda que o governo pressione para fazer valer os termos do acordo do ‘Compromisso Nacional’, assinado em Brasília entre representantes dos trabalhadores e das empreiteiras.

A CSP-Conlutas, que esteve na região no início de abril e acompanhou a revolta dos trabalhadores, está novamente prestando sua solidariedade ativa aos operários. “Estamos acompanhando esse movimento desde o mês passado, lado-a-lado com os trabalhadores de Belo Monte, exigindo não só as reivindicações da pauta mas o cancelamento das dezenas de demissões que houve na última greve, estamos dizendo a eles que o caminho é a luta, fortalecer essa greve”.
Fonte: site CSP Conlutas

  site@pstu.or

Operários em greve do Comperj fazem manifestação no centro do Rio

Os 15 mil operários do maior complexo petroquímico da América Latina estão de braços cruzados desde o dia 9






APN
Manifestação reuniu quase mil operários

• Os trabalhadores das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, em greve há mais de duas semanas, realizaram uma grande manifestação no centro do Rio nesse dia 25 de abril. Eles exigem reajuste salarial, aumento no vale-alimentação, além de melhorias no transporte, alojamento e alimentação. As condições de trabalho nas obras são precárias no atendimento aos 15 mil trabalhadores do local.

Após realizarem uma assembleia no Comperj, os operários se dirigiram à sede da Petrobrás no Rio, a fim de exigir que a estatal intervenha no conflito trabalhista. Foram necessários mais de vinte ônibus para transportar os trabalhadores até a capital carioca.

Embora a construção do complexo seja de responsabilidade da Petrobrás, elas são tocadas por 27 consórcios que reúnem cada um grandes empreiteiras, incluindo gigantes como a Camargo Correa e a Delta Construções, envolvida no escândalo de corrupção com o bicheiro Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) em Brasília.

Após protestarem na sede da estatal, os cerca de mil operários caminharam em passeata rumo à ALERJ, na Praça XV, para pressionar os parlamentares a resolverem a questão. Além das melhorias nas condições de trabalho, os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 12% do piso, atualmente em R$ 860.

Greve no PAC
O Comperj consiste numa gigantesca obra, uma das principais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que compreende a construção de duas refinarias e uma plataforma, programadas para serem entregues em 2014. As empreiteiras, porém, além de se negarem a negociar com os trabalhadores, trata o movimento com repressão, cortando os salários dos grevistas e, segundo denúncias dos trabalhadores, até mesmo mantendo em cárcere privado alguns operários dentro das obras.

A greve que já dura mais de duas semanas se soma às revoltas dos operários na construção da hidrelétrica de Jirau, no estado de Rondônia, e à greve em Belo Monte, no Pará. São obras do PAC, pagas com dinheiro público a grandes empreiteiras, que superexploram os operários e os submetem a condições degradantes.

“Não é possível que o governo federal se mantenha omisso frente a essa situação, essas obras são tocadas com dinheiro público, é obrigação dele intervir nesses conflitos em defesa dos trabalhadores” afirma Atnágoras Lopes, dirigente da CSP-Conlutas, que acompanhou as mobilizações no Comperj e está no Pará prestando solidariedade aos operários
Fonye: site CSP Conlutas
Operários da construção civil de Fortaleza votam greve a partir de 7 de maio

Assembleia reuniu 2 mil trabalhadores na sede do sindicato, filiado à CSP-Conlutas



Fábio José C. de Queiroz
de Fortaleza (CE)



Peões marcham pelas ruas da capital cearense

• Qualquer que seja o juízo que se queira formular, é de se reconhecer que a campanha salarial da construção civil da Região Metropolitana de Fortaleza já se constitui em uma grande vitória da categoria. Depois de cerca de 10 paralisações em distintas áreas da RMF, envolvendo mais de uma centena de canteiros de obra, a força do operariado e a sua organização são fatores que não podem ser desprezados. A cidade despertou em cada um desses dias com um semblante diferente. As ruas apinhadas de trabalhadores com a sua indumentária de trabalho e os seus rostos sofridos davam uma expressão diferente à quinta maior metrópole do país. De fato, os operários da construção civil se tornaram uma referência obrigatória da paisagem urbana.

Essa paisagem, contudo, não existe sem o trabalho de mais de 60 mil “peões” que formam o plantel daqueles que produzem a atual fotografia da capital cearense e do seu entorno. O setor cresceu dez vezes mais que a média dos demais ramos da indústria do Ceará. Nem isso levou a que a patronal se dispusesse a apresentar uma proposta minimante decente na mesa de negociação. Enquanto Dilma e a mídia não cansam de falar de crescimento do ramo da construção, os patrões estão oferecendo algo como 6,5% de reajuste (enquanto as empresas chegaram a ter 30% de aumento de seus lucros) e abandonaram as conversações alegando a “violência” protagonizada pelos trabalhadores.

O que não deixa dúvida é que o crescimento econômico não promove uma melhor distribuição dos ganhos. Pelo contrário, os empresários querem abocanhar mais do que vinham arrancando nas conjunturas anteriores. Essa é a lógica do capitalismo. Quanto mais a economia cresce, menos a riqueza é distribuída. Aumenta a pobreza dos pobres, mas também o luxo dos poucos milionários que se beneficiam da exploração dos trabalhadores. Isso, sim, é que é violência.

Para o aumento do PIB, e em particular do setor da construção civil, têm sido fundamentais as jornadas de trabalho sem prazo de conclusão, a limitação dos reajustes de salário e a criminalização das lutas. Nunca se trabalhou tanto e isso tem levado a um aumento dos acidentes de trabalho. Nos últimos doze meses, quase 30 trabalhadores da construção morreram na RMF. Por outro lado, os patrões aumentam o que “dão por fora” e tentam segurar o salário de carteira. Ora, o que é dado na carteira corresponde a uma jornada de trabalho determinada; o que “é dado por fora” equivale a uma carga de trabalho que não respeita o horário da noite, o sábado, o domingo e o feriado. Isso tem aniquilado a vida dos operários. Isso, sim, é também violência.



Como se isso fosse pouco, para não mudar essa realidade, os patrões e o Estado tentam criminalizar as lutas da classe trabalhadora. Hoje, mais do que nunca, ir para greve significa também enfrentar um aparato jurídico e militar que se organiza em função da necessidade de derrotar a organização dos trabalhadores. Por isso, quando param cerca de 10 regiões diferentes da grande Fortaleza e mobilizam mais de 15 mil operários, os dirigentes do sindicato da construção civil – entidade filiada à CSP-Conlutas – sabem que, não estão apenas parando ¼ de toda categoria, mas estão se preparando para uma guerra de classe de escala superior. Cada dia de paralisação é um dia de treinamento.

Nessa direção, a assembleia desse dia 25 de abril é histórica, não só porque reuniu 2 mil peões dispostos a levar em frente essa campanha salarial; mas que ao votar greve geral por tempo indeterminado (a partir de 7 de maio) sabia que se estava votando uma tática que pode vir a ajudar a definir o futuro das campanhas salariais que vêm a seguir (confecção feminina, rodoviários etc.). A vitória dos trabalhadores da construção civil tende a potencializar a das categorias que virão na sequencia dos próximos meses, enfrentando problemas semelhantes em relação a salário, jornada de trabalho e repressão estatal e patronal.

Mais do que isso: o operariado saiu convicto de que para conseguir 17% de reajuste salarial, R$ 80 de cesta básica, “dia do peão”, plano de saúde e jornada de trabalho de segunda a sexta (de verdade e não apenas no papel) e demais reivindicações, terão que dobrar a aliança entre patrões e governos que querem manter o crescimento à custa de maiores sacrifícios para classe trabalhadora.

Os operários da construção civil que paralisaram em quinze dias 25% de todo seu plantel, que elegeram 42 delegados ao congresso da CSP-Conlutas, agora, tal como em Belo Monte, levantam os seus braços e gritam as suas palavras de ordem rumo a um novo tsunami que promete engolir Fortaleza a partir de 7 de maio.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Relações promíscuas entre governos e empreiteiras nunca pode dar boa coisa e, é claro, quem paga as contas desse "casamento" são os trabalhadores

 

Delta obteve aumento de preço em 60% dos contratos firmados com Dnit


Alvo de CPI, construtora conseguiu aditivos que elevaram custo original de obras em R$ 400 milhões; TCU já avaliou que mais de 40% de acréscimos é exagero

Fábio Fabrini /BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Suspeita de montar uma rede de influência tanto em governos estaduais como na União, a Delta Construções obteve aditivos que alteraram o valor de suas obras em quase 60% dos contratos firmados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos órgãos que concentram os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De um total de 265 empreendimentos tocados pela empreiteira a serviço da autarquia responsável pelas rodovias federais, 154 sofreram mudanças no valor originalmente previsto, custando mais caro na maioria dos casos e aumentando o valor das obras em cerca de R$ 400 milhões.
Compilados pelo Estado com base em balanço do Dnit sobre os contratos com a Delta, os dados se referem às obras de manutenção, adequação, duplicação e implantação de estradas, concluídas ou ainda em andamento. Da relação, constam intervenções iniciadas de 1996 a 2012. Maior construtora do PAC, com suas atividades concentradas principalmente no setor rodoviário, a empresa conseguiu contratos de R$ 4,3 bilhões de lá para cá, dos quais R$ 3 bilhões já foram pagos pela União.
O protagonismo da Delta no carro-chefe do programa de infraestrutura da presidente Dilma Rousseff e a existência, segundo a Polícia Federal, de um "deltaduto" que se aproveitou do circuito financeiro de empresas de fachada do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, colocaram a empresa como alvo da CPI a ser instalada na quarta-feira.
Instrumentos previstos para ajustar o preço dos serviços à realidade encontrada em campo, os aditivos contratuais acrescentaram R$ 395,5 milhões aos valores originais – aumento de 9,1%. A Lei de Licitações determina limite de 25%, exceto nos casos de conservação ou prestação contínua, cujos acréscimos podem ser maiores. Técnicos do Dnit sustentam que o porcentual referente à Delta está dentro do padrão de obras rodoviárias citado na literatura técnica, que prevê margem de erro de até 15% no preço de intervenções iniciadas a partir de projetos básicos.
A autarquia também não considera alto o porcentual de obras da Delta com acréscimos (60%), argumentando que imprecisões de projeto são do dia a dia da engenharia e impactam os preços. Ao analisar a questão, no entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou excessiva fatia menor (40%) e concluiu que os aditivos viraram uma figura "institucionalizada" na autarquia.
Vacina. Os acréscimos contratuais foram uma das fontes da crise que, no ano passado, derrubou a cúpula do Ministério dos Transportes. Dirigentes do Dnit foram acusados de cobrar propina para permitir os aditivos, favorecendo empreiteiras. A proliferação de contratos suspeitos e de grampos da PF mostrando que agentes a serviço da Delta, como o próprio Cachoeira, operaram para obter negócios públicos no governo federal e nos Estados levou a Controladoria-Geral da União (CGU) a começar um processo para transformar a empresa em inidônea, como revelou ontem o Estado. O movimento reativo da CGU busca vacinar o governo federal do desgaste da CPI, afastando a Delta dos contratos federais.
Segundo auditoria aprovada em 2010, de 926 contratos do Dnit vigentes em 2009, 43% sofreram aditivos de valor e 39% tiveram alterações para aumentar o prazo de entrega das obras – o que também impacta o preço, por causa da necessidade de correção periódica para atualizar o custo de materiais e serviços empregados na obra.
Uma das razões, aponta o tribunal, é o tempo excessivo transcorrido entre o momento em que a obra é projetada e quando, finalmente, sai do papel. Na hora em que os tratores entram em ação, o esboço feito para o empreendimento já está obsoleto. Somam-se a isso os estudos mal feitos, que acabam impactando o valor no momento da execução. "Da amostra analisada, 100% dos contratos foram aditivados por falhas ou desatualização do projeto", diz o relatório do TCU.
‘Mergulhos’. No caso da Delta, um dos motivos para a quantidade de aditivos, citado por fontes da autarquia, é a estratégia de atuação em licitações. A empresa é conhecida por "mergulhar" preços para vencer as concorrências – isto é, oferecer valores abaixo do que se considera viável –, cobrando acréscimos depois para reequilibrar o contrato.
Um estudo realizado pelo Dnit em 2010 – sob a gestão do ex-diretor-geral Luiz Antônio Pagot – mostrou que a empreiteira, em média, oferecia desconto de 16% sobre o valor apresentado pelo órgão federal nas disputas, o que correspondia ao dobro das concorrentes.
A Delta domina principalmente a manutenção rodoviária no Dnit, tendo obtido, segundo o balanço da autarquia, R$ 3,4 bilhões em contratos nessa área, ou 80% do total que pactuou. Os pagamentos alcançaram R$ 2,6 bilhões – 85% do total.
A nova cúpula do Dnit, que assumiu após a "faxina" promovida pela presidente Dilma Rousseff em 2011, diz que mudanças na estrutura vão melhorar a precisão das obras e reduzir a necessidade de acréscimos contratuais. Uma das medidas é a obrigação de se licitar obras apenas a partir de projetos executivos, considerados mais exatos que os básicos, usados como referência anteriormente. Além disso, a autarquia informa que a compra de softwares para a elaboração de projetos e a capacitação de pessoal, já em curso, vai melhorar a performance e evitar distorções de preço.

O 'garotão' que levou a Delta à esfera nacional


Jeito de garotão, simpatia de carioca e leve sotaque que denuncia o nascimento em Pernambuco. O empresário Fernando Cavendish mistura comportamento informal nos contatos pessoais com agressividade peculiar nos negócios. O estilo do dono da Delta Construções, brindado com muitas das obras do governo do Rio e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), confunde-se com a ascensão da empresa que, de modesta visibilidade em Pernambuco, em 15 anos galgou posto de destaque no País.
O bom relacionamento com sucessivos governos fluminenses - Anthony Garotinho (1999-2002), Rosinha Garotinho (2003-2006) e Sérgio Cabral Filho (a partir de 2007) - foi importante na trajetória, agora sob investigação da Polícia Federal e da CPI do Cachoeira.
Até os anos 1990, porém, a Delta e Cavendish viveram trajetórias distintas. A empresa foi fundada em Recife, em 1961, por seu pai, Inaldo Soares. O jovem Cavendish vivia no Rio, onde, de 1986 a 1990, estudou engenharia civil nas Faculdades Integradas (hoje Universidade) Veiga de Almeida. Festeiro e boa-pinta, aproveitou a juventude na noite carioca, mas, após formado, assumiu, aos 27 anos, o Conselho de Administração da Delta, em 1.º de dezembro de 1990. Em 1995, transferiu a matriz para o Rio - sempre que pode, demonstra a paixão pelo Estado. 'Gosto de praia', diz o empresário, que esbanja informalidade e sorrisos. Ele completará 49 anos em 17 de junho.
Garotinho. Uma cartada de Cavendish decisiva para turbinar a Delta foi a aproximação, no fim dos anos 1990, de Garotinho, então uma novidade. Em parceria com outra empreiteira, a Oriente Construção Civil, a Delta ganhou a concessão da estrada RJ-116, de Itaboraí a Macuco, no interior. Foi o Edital 001/99 do Departamento de Estradas de Rodagem do governo que começava. A via tem quatro postos de pedágio a preços que atualmente vão de R$ 3,90 a R$ 15,60, dependendo do tamanho do veículo, e é explorada desde então pelas duas empreiteiras.
A aproximação Cavendish-gestão Garotinho logo no início do governo ajudou o dono da Delta na disputa com empreiteiras maiores, que passaram a ver com reservas a impetuosidade do jovem. Por vezes, o empreiteiro fixou preços supostamente abaixo do mercado, irritando concorrentes. Mais adiante, a empresa tocou obras grandes da Prefeitura do Rio sob o comando de Cesar Maia (DEM), adversário de Garotinho. 'Os concorrentes reclamavam que a Delta entrava com preços inviáveis. Mas a empresa sempre entregou as obras a tempo e com o preço contratado', diz Maia.
Durante a gestão de Maia, de 2002 a 2008, o município contratou, em valores não corrigidos, R$ 331.059.602,42 em obras e serviços da Delta. Hoje, porém, Cavendish já não é mais visto, entre as grandes empreiteiras, como forasteiro. E no governo do sucessor de Maia, Eduardo Paes (PMDB), em valores não corrigidos, fechou contratos de R$ 325.534.422,51.
A primeira eleição de Cabral para governador, em 2006, ocorreu com apoio de Garotinho e de sua mulher e sucessora Rosinha. Cabral foi reeleito em 2010, mas rompido com o casal desde 2007. O fato não afetou a posição da Delta, que ganhou no peemedebista um aliado que facilitou seu acesso ao governo federal. A proximidade com o vice-governador (e ex-secretário de Rosinha), Luiz Fernando Pezão, também foi um fator que ajudou a cacifá-la. Com o crescimento do PAC, a empresa expandiu-se nacionalmente. De 2007 até hoje, as obras contratadas com a Delta pelo Estado do Rio somaram R$ 1,49 bilhão. Entre os trabalhos de maior visibilidade, estão a nova pista do Aeroporto de Cabo Frio e a reurbanização do Complexo do Alemão. Sobre a reforma do Maracanã, que a Delta em consórcio com a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, a empresa decidiu anteontem que deixará a obra após deixar de fazer dois repasses financeiros ao consórcio - já como consequência das denúncias de envolvimento com Cachoeira.
Festas e amizade. O lado extrovertido do empresário ficou evidente em 12 de novembro de 2009, em seu casamento com Jordana Kfuri, o segundo de sua vida. A festa foi na casa do empresário em Itaipava, em Petrópolis. Cerca de 700 convidados assistiram a uma celebração nos jardins, com uma passarela protegida por toldos transparentes e iluminada por velas e decorada com castiçais de prata, 'gotas' de cristal e rosas brancas.
O casamento, que gerou filhas gêmeas, foi tragicamente encerrado em 17 de junho de 2011, quando Jordana e mais seis pessoas morreram em acidente de helicóptero na Bahia, a caminho da festa de aniversário de Cavendish. Cabral já tinha chegado, mas, como o empresário, não embarcou no aparelho, que estava lotado. A amizade entre o dono da Delta e Cabral começara por intermédio da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, e Gabriela Carvalho, primeira esposa do empreiteiro.
Aliados de Cabral confirmam que a ligação de ambos é forte. São parecidos: simpáticos, extrovertidos, carismáticos, vaidosos, metidos a galanteadores, bonachões. Mais do que os negócios entre a Delta e o Estado, a relação de amizade se baseia em empatia, descrevem. Um aliado do governador diz que eles se encontram para 'beber e falar besteira'. A revelação de que a Delta estaria fazendo negócios com o Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, porém, teria incomodado Cabral.
Outro interlocutor do governador conta que o peemedebista tem se lamentado e dito que Cavendish teria passado dos limites. O mesmo amigo de Cabral, contudo, afirma que a postura pode ser uma tentativa do político de se afastar do empreiteiro 'para tentar não se queimar'.
Na quinta-feira, porém, Pezão disse que os contratos com a Delta 'obedeceram a todos os editais' e afirmou que a empresa é 'agressiva, por isso tem mais contratos'. O governador e o empresário têm casas de veraneio no mesmo condomínio em Mangaratiba, no sul fluminense. Até o acidente de helicóptero no litoral baiano, tornando pública a proximidade dos dois, eles costumavam passar fins de semana juntos com suas famílias. Cavendish, Cabral e suas mulheres já tinham dividido o jatinho Legacy emprestado por Eike Batista para pelo menos mais uma viagem: uma semana em Nassau, capital das Bahamas.
O Ministério Público Estadual investigou a relação do governador com os empresários e considerou não haver irregularidades: o procurador-geral de Justiça do Rio, Claudio Lopes, arquivou o procedimento.
No Rio, as boas relações de Cavendish não se limitam ao governador. Ele também é amigo de deputados federais, como Eduardo Cunha e Washington Reis, ambos do PMDB, e tem bom trânsito no Tribunal de Justiça, do qual recebeu R$ 154 milhões por obras. Além disso, a Delta
Fonte: Estadão

Olhem aí Aécinho envolvido nas cascatas do Cachoeira

 

Aécio diz que 'não recaía questionamento' sobre seu colega


 


O senador Aécio Neves (PSDB-MG), por meio de sua assessoria, confirmou ontem que indicou Mônica Beatriz Silva Vieira para um cargo no governo de Minas atendendo a um pedido do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), então líder do DEM no Senado e 'sobre o qual, à época, não recaía qualquer tipo de questionamento'.
Aécio afirmou que 'desconhecia o parentesco e a origem do pedido'. Segundo sua assessoria, a solicitação foi encaminhada para avaliação da Secretaria de Governo de Minas Gerais, a quem cabia a análise.
O governo mineiro informou que a prima de Carlinhos Cachoeira foi nomeada para um cargo DAD 4, com salário de R$ 2.310,00. Em um diálogo interceptado pela PF em 26 de maio do ano passado - um dia após a publicação da nomeação no Diário Oficial do Estado - Cachoeira pergunta a Mônica se 'o salário lá é bom'. Ela diz não saber. 'Eu tentei pesquisar, mas não sai. Esses cargos comissionados não sai o salário.' Cachoeira responde: 'Aqui (em Goiás) no mínimo um cargo desses aí é uns 10 mil reais.' A prima conta que trabalhava na diretoria de qualificação profissional da Prefeitura de Uberaba. 'Até briguei, falei 'se for menos eu tô perdida.''
Ao Estado, Mônica alegou que foi indicada para o cargo por sua 'competência'. 'Pode ter certeza disso. Eu sou funcionária de carreira há 25 anos, coordenei vários órgãos e o meu convite veio por competência', disse a diretora.
Para o governo mineiro, o currículo da servidora preenchia a qualificação para o cargo e ela possuía experiência profissional como coordenadora dos programas federais.
O secretário Danilo de Castro disse que a nomeação de Mônica foi em 'comum acordo' com o deputado federal Marcos Montes (PSD-MG, ex-DEM). 'Agora, pedido eu não lembro de quem. Todas as nomeações do interior partem daqui, da Secretaria de Governo. Esses cargos regionais têm indicações políticas. ' Montes foi procurado ontem no seu escritório em Uberaba, mas não respondeu às ligações. O advogado

Com ajuda de Demóstenes, Cachoeira 'nomeou' prima no governo de Minas


    Fonte: Estadão

  •  

Escutas telefônicas da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) intercedeu diretamente junto a seu colega, Aécio Neves (PSDB-MG), e arrumou emprego comissionado no governo de Minas para uma prima do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mônica Beatriz Silva Vieira, a prima de Cachoeira, assumiu em 25 de maio de 2011 o cargo de diretora regional da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) em Uberaba.
Do pedido de Cachoeira a Demóstenes até a nomeação de Mônica bastaram apenas 12 dias e 7 telefonemas. Aécio confirma o empenho para atender à solicitação de Demóstenes, mas alega desconhecer interesse de Cachoeira na indicação (leia texto nesta página).
São citados nos grampos o deputado federal Marcos Montes (PSD), ex-prefeito de Uberaba, e Danilo de Castro, articulador político de Aécio em seu Estado e secretário de Governo da gestão Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas.
A PF monitorou Cachoeira, a prima dele e Demóstenes na Operação Monte Carlo, que desmantelou esquema de contravenção, fez ruir a aura de paladino do senador goiano e expôs métodos supostamente ilícitos da Delta Construções para atingir a supremacia em sua área.
Professor e doutor. Aécio não caiu no grampo porque não é alvo da investigação. Mas ele é mencionado por Demóstenes e Cachoeira. Nos diálogos, o contraventor chama Demóstenes de 'doutor' e o senador lhe confere o título de 'professor'.
O grampo que mostra a ascensão profissional da prima de Cachoeira está sob guarda do Supremo Tribunal Federal (STF), nos autos que tratam exclusivamente do conluio de Demóstenes com o contraventor.
Em 13 de maio de 2011, Aécio é citado. Cachoeira pede a Demóstenes para 'não esquecer' o pedido. 'É importantíssimo pra mim. Você consegue pôr ela lá com o Aécio... em Uberaba, pô, a mãe dela morreu. É irmã da minha mãe.' Demóstenes: 'Tranquilo. Deixa eu só ligar pro rapaz lá. Deixa eu ligar pra ele.'
A PF avalia que o caso pode caracterizar tráfico de influência.
'Seguem ligações telefônicas, divididas por investigado, em ordem cronológica, que contêm indícios de possível cometimento de infração penal por parte de seus interlocutores ou pessoas referidas.'
Na síntese que faz da ligação de Cachoeira a Mônica, a 26 de maio - o contato durou 3 minutos e 47 segundos -, a PF assinala: 'Falam sobre a nomeação de Mônica para a Sedese/MG, conseguida por Cachoeira junto ao senador Aécio Neves por intermédio do senador Demóstenes Torres e de Danilo de Castro.'
 
Lançamento da 13ª Semana em Defesa da Educação Pública
 
Assembleia em Tiradentes


Aconteceu nesse sábado (21/04) em Tiradentes o lançamento da 13ª Semana Nacional em Defesa da Educação Pública realizada pela CNTE. A Subsede de Juiz de Fora participou com uma caravana de 32 educadores (as).
O presidente da CNTE esteve presente no lançamento e foi questionado por educadores do MEL (Movimento Educação em Luta) sobre a não realização de uma greve geral no ano passado, que impulsionaria e fortaleceria as mais de 20 greves que aconteceram simultaneamente em todo o país. O MEL questionou também a não realização de uma marcha a Brasilia, centro do poder político do país e palco de um dos mais graves ataques que a lei do piso está sofrendo nesse momento que é a pressão de governadores e prefeitos para mudança do método de reajuste do piso do valor aluno do Fundebe (22,22% em 2012) para o IPCA (6%).
Após o lançamento da semana da educação foi realizada a reunião do conselho geral onde a direção estadual do sindute, finalmente, propôs uma campanha de denúncia do governo Anastasia através de outdoors espalhados por todo o estado. A direção propôs também um calendário de atividades que culminará com uma nova assembleia dia 19/05 em Diamantina.
Os (as) educadores (as) presentes avaliaram que, após a intensa e extensa greve do ano passado, o momento é de reaglutinação das forças e de reorganização da categoria afim de nos prepararmos para uma nova ofensiva contra o governo de Minas. Nesse período as direções das subsedes devem convocar a categoria para intensificar as denúncias da situação da educação no estado através de atividades junto à comunidade escolar e a toda a sociedade, fazendo panfletagens em eventos culturais, políticos, sociais, religiosos entre outros.
A subsede de Juiz de fora já está visitando as escolas da cidade e da região discutindo com os (as) trabalhadores (as) a necessidade da participação nas atividades e nas reuniões dos núcleos e do conselho de representantes de escolas e preparará ações para cumprir as decisões da assembleia.

domingo, 22 de abril de 2012

Denúncia: trabalhadores seguem morrendo pelas péssimas condições de trabalho e pelas mãos da polícia

               

Morre morador do Pinheirinho espancado pela polícia durante despejo

20/04/2012


ex-morador do Pinheirinho, Ivo Teles dos Santos

Morreu no dia 10 de abril em Ilhéus (BA) o ex-morador do Pinheirinho, Ivo Teles dos Santos, de 70 anos, brutalmente espancado durante o despejo realizado pela Polícia Militar na ocupação de São José dos Campos (SP), no dia 22 de janeiro.

A agressão a Ivo, que era aposentado e morava sozinho em um barraco, foi testemunhada por vários moradores. A própria vítima chegou a denunciar o fato a um jornal local. “Eles vieram com muita violência para tirar a gente de casa. Eu reagi e eles partiram para cima. Caí no chão e os três policiais continuaram a bater com o cacetete em mim, olha só como estou agora? Não consigo nem andar”declarou Ivo ao jornal Bom Dia São José.

Algumas horas depois da agressão, o aposentado sumiu e foi dado como desaparecido. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo chegou a emitir nota afirmando que ‘Santos está bem e já deu até entrevistas depois da desocupação”.

Descobriu-mais tarde que, no mesmo dia da desocupação, Ivo Teles foi hospitalizado. Após dias negando qualquer informação sobre o real estado do paciente, a UTI do Hospital Municipal divulgou um sucinto relatório afirmando que a razão da internação teria sido um “AVC”. Nada sobre os hematomas das agressões.

Ivo Teles permaneceu internado até o dia 22 de março. No dia 28, viajou a Ilheus, na Bahia, sua cidade natal, onde permaneceu sob os cuidados da filha. “A filha do senhor Ivo nos informou que lá em Ilheus ele já não falava, nem andava, e tinha dois grandes ferimentos na cabeça” , informa o advogado dos moradores, Toninho Ferreira. “No atestado de óbito consta apenas falência múltipla dos órgãos, mas não temos dúvida de que a real causa de sua morte foi o espancamento que ele sofreu da polícia“”, afirma.

Segundo o advogado, essa foi a segunda morte causada diretamente pela ação da PM durante a desocupação. “No dia do despejo, Antonio Dutra foi atropelado por um carro que fugia do gás lacrimogêneo e os tiros de borracha disparados pela polícia”, explica.

Situação caótica

Apesar de todas as promessas realizadas pelo governo, tanto municipal quanto estadual ou Federal, os moradores do Pinheirinho continuam sobrevivendo em condições precárias. Dependendo do parco aluguel social da prefeitura, as famílias são obrigadas a se juntarem para conseguir pagar o aluguel de uma casa, e vivem amontoadas. O caso de uma família que vive em uma Brasília velha foi destaque recente na imprensa.

O movimento em defesa da moradia, porém, não terminou. Nesse dia 20 ocorre uma manifestação pública, às 9h em frente ao terreno do Pinheirinho. Às 11h, as famílias se deslocam para a prefeitura, para exigir o cumprimento das promessas, moradia e a desapropriação do terreno do especulador Naji Nahas.

Fonte: Site do PSTU
Congonhas (MG)

Dois trabalhadores mortos, CSN suja as mãos de sangue!

20/04/2012

Recebemos o informe de mais dois trabalhadores mortos, vítimas de acidente de trabalho, nesta sexta-feira (20) na mineiradora CSN, em Congonhas (MG). A CSP-Conlutas se solidariza com as famílias das vítimas. Na semana que antecede o dia em memória ás vítimas de acidentes de trabalho, devemos reafirmar o nosso repúdio e exigir: “Basta de mortes e acidentes nos locais de trabalho”.

Dois trabalhadores mortos, CSN suja as mãos de sangue!

Morreram nesta sexta-feira (20) Marcos Apolinário e Leandro Ferreira, que foram vítimas de acidente fatal de trabalho na mina Casa de Pedra da CSN em Congonhas. A camionete, na qual estavam os trabalhadores, foi atingida por um caminhão Fora de Estrada.

A morte desses companheiros é mais uma trágica comprovação das condições degradantes de trabalho às quais estão submetidos os trabalhadores da CSN.

Essa triste notícia, que comove a todos, não é um raio em céu azul. Basta relembrar os três operários mortos na Mina Casa de Pedra da CSN, em 2009.

Os números de acidentes de trabalho, muitas vezes fatais, crescem na velocidade da lucratividade e da produção da CSN.
A sede insaciável de lucros da empresa está matando de forma violenta homens e mulheres trabalhadoras, pais e mães de famílias, seres humanos que perdem a vida tragicamente no “mundo do trabalho” onde a única coisa que vale é a produção e as metas. Organizado pela ganância desmedida, o processo de trabalho se parece cada vez mais com um filme anunciado de mutilações, acidentes e mortes.

O sindicato Metabase Inconfidentes se solidariza com as famílias, parentes e amigos dos companheiros falecidos. Tomaremos todas as providências cabíveis para a investigação e punição dos responsáveis. Levaremos às últimas conseqüências a apuração dos fatos. Em nossa opinião, a CSN deve ser investigada, responsabilizada e punida pelas mortes. Na próxima reunião de negociação da Campanha Salarial, esse tema será o primeiro ponto da pauta!
Habitualmente as empresas têm como prática responsabilizar o próprio trabalhador pelo acidente. Esse método nefasto tem como objetivo culpabilizar a própria vítima, invertendo os papéis reais. Por isso, exigimos uma investigação transparente do acidente, com participação do sindicato. Defendemos que a CSN indenize as famílias. Exigimos também a revisão dos procedimentos de segurança na empresa e maior investimento em segurança preventiva. Além disso, defendemos uma Cipa atuante e independente da empresa.

O sindicato faz um chamado a todos trabalhadores (as): vamos nos mobilizar contra mais essa tragédia de responsabilidade da CSN. Vamos defender nossas vidas e demonstrar nossa indignação pela perda de queridos companheiros. O Metabase também convida a todos a participarem do velório e enterro.

Fonte: Metabase Inconfidentes-MG

Mais notícias de luta. A classe trabalhadora não para de lutar

Ocupação Novo Pinheirinho-DF exige moradia para famílias Sem Teto

 
NOVA OCUPAÇÃO DO MTST EM BRASÍLIA – 21/4

Ceilândia - O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) iniciou neste sábado (21) , a Ocupação Novo Pinheirinho–DF. Na cidade de Ceilândia, na QNQ/QNR próxima ao Centro de Ensino Fundamental (CEF) 27. Este importante momento de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Distrito Federal ocorre em virtude da insuficiência da política habitacional do Governo do Distrito Federal (GDF) que prevê a construção de cerca de 100 mil casas até dezembro de 2014 enquanto o déficit admitido pelo próprio governo ultrapassa, hoje, 340 mil.

Mais de 300 famílias cansaram de esperar por casas que nunca vêm, ou de acreditar em promessas que não se realizam. Muitas dessas famílias já realizaram ocupações com o MTST em 2010 e 2011, momentos em que ficou explícito que o GDF desrespeita a luta dos trabalhadores e não deseja atender a demanda real de moradia de pessoas de baixa renda.

O MTST não aceita a falta de negociação nem promessas vazias de inclusão em programas de governo sem qualquer especificação ou diretriz mais clara. O movimento tem certeza de que esta terra pode ser destinada às nossas casas. Sabemos que o GDF despeja famílias, via de regra, sem ordem judicial, o que é inaceitável e não pode ocorrer nesta e em nenhuma outra ocupação visando moradia.

Essa ocupação reivindica a construção imediata de casas para todos os Sem Teto do DF sendo atendidos pelos programas governamentais disponíveis, como o Minha Casa Minha Vida e o Morar Bem. É hora do governo inverter suas prioridades e atender aos mais pobres, não reprimir a organização dos trabalhadores e garantir um dos mais básicos direitos que é o da Moradia.

A Ocupação Novo Pinheirinho–DF ocorre no dia do aniversário de Brasília como um presente à cidade: os trabalhadores organizados, conquistando seus direitos através da luta. E também como homenagem à história dos trabalhadores do DF que sempre lutaram por moradia, como na Vila Planalto; aos Incansáveis Moradores da Ceilândia que foram despejados e resistem bravamente, construindo a maior de nossas cidades; e – em especial – aos moradores do Pinheirinho, ocupação histórica que foi brutalmente massacrada em São José dos Campos, em janeiro deste ano.


Reivindicações:

Construção de moradia para todas as famílias ocupadas no Novo Pinheirinho.
Construção da moradia definitiva do Acampamento Nova Planaltina.
Garantir uma política pública no programa Morar Bem para famílias de 0 a 3 salários mínimos.
Fim dos despejos ilegais do Distrito Federal.
Fim da criminalização de todos os Movimentos Sociais.

Fonte: site CSP Conlutas
A Classe trabalhadora se agita!




Apenas dois dias sem postagens e nesse pequeníssimo período muitas lutas aconteceram, iniciaram ou foram definidas, vejam abaixo algumas delas

Mais 3 mil trabalhadores da construção de Fortaleza (CE) tomam as ruas na 8ª passeata


Operários realizam passeata em mais um dia de mobilização (crédito: site A Voz do Peão)

Em data base, os operários da Construção Civil de Fortaleza (CE), após várias negociações, seguem enfrentando a intransigência dos empresários do setor. Esses trabalhadores respondem nas ruas com paralisações seguidas de passeatas de mobilizações. Três mil operários da Construção Civil da região da Messejana fizeram parte da 8ª passeata pela Campanha Salarial 2012 da categoria, realizada na manhã desta quinta-feira (19), às 10 horas. Desta vez, o “tsunami de peões” paralisou os canteiros de obra das empresas Diagonal/Rossi, ÉPOCA, MRV e CRD, durante três horas.

“Estes trabalhadores são heróis, pois estão mesmo com a chuva, realizando nossa linda passeata que visa derrotar a patronal nessa queda de braço com o sindicato”, afirmou Nestor Bezerra, Coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana da Fortaleza (STICCRMF).

No dia, 17, esses trabalhadores também realizaram uma passeata pelo bairro Parangaba. Cerca de 1000 operários fecharam a entrada do terminal do bairro na Avenida Dedé Brasil ao lado da construção do shopping da construtora Marquise. Para controlar o trânsito, havia quatro agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).

Na quinta-feira passada foi a vez dos operários de Papicu e Cocó paralisarem durante duas horas na suas atividades em defesa da Campanha Salarial 2012. Após a manifestação, foi realizada uma assembleia no cruzamento da Avenida Engenheiro Santa Junior com Avenida Padre Antônio Tomás.

Os trabalhadores exigem o retorno do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (SINDUSCON/CE) as negociações da campanha salarial, além de 17% de reajuste, R$ 80,00 para a cesta básica, plano de saúde, dia da categoria e representação dos trabalhadores por canteiro de obra.
Fonte: site CSP Conlutas

Operários da hidrelétrica de Belo Monte preparam greve para esta segunda (23)


Desde a última greve, realizada de 29 de março a 1° de abril, um longo processo de intransigência contra os operários das obras da hidrelétrica de Belo Monte foi patrocinado pelo CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte) com o envolvimento do SINTRAPAV-PA (Sindicato dos Trabalhadores Nas Industrias da Construção Pesada do Estado do Pará).

Os trabalhadores receberam com revolta o panfleto distribuído por este sindicato. Depois de todo esse processo o CCBM tem a cara de pau de oferecer “apenas R$ 15,00 a mais no valor do Vale-alimentação e ainda manteve a “baixada” a cada 180 dias trabalhados”, considerado um absurdo, pelos trabalhadores. Com essa provocação, o clima de retomada da greve ganhou força nos canteiros.

“É um absurdo o grau de arrogância desse consórcio, já são dezenas de demitidos por conta da greve”, salientou o membro da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes que está em Belo Monte dando apoio aos trabalhadores. “Fizemos as denuncias de demissão, perseguição e agressão contra esses operários junto ao Governo e ao Ministério público, mas até agora nada de concreto se fez para reverter essa barbaridade que inclui até prisões de operários”, denunciou.

Segundo o dirigente o SINTRAPAV contribuiu para que as coisas chegassem a esse patamar. “Durante todo esse tempo esse Sindicato se deixou enrolar pelo CCBM. Além disso, foi intransigente ao ter expulsado e abandonado parte dos lideres do movimento e da comissão de base que foram perseguidos e demitidos pelo CCBM”, avaliou.

Lopes finaliza seu relato reiterando o total apoio da Central aos operários de Belo Monte. “Nós, da CSP-Conlutas, continuaremos em Belo Monte defendendo os trabalhadores e apostando na mais ampla unidade pra vencer a intransigência do Consórcio e a omissão dos governantes”.

Fonte: site CSP Conlutas

Servidores Federais farão paralisação nacional em todo o serviço público no dia 25 de abril

O movimento paredista é uma resposta, e advertência, ao governo pelo descaso em relação à pauta de reivindicações da categoria e o protesto contra as privatizações no setor público federal



Paulo Barela, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas

Ag Brasil
Protesto dos servidores em Brasília, dia 28 de março

• O governo Lula aprovou no ano passado a privatização dos Hospitais Universitários, criando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e, neste ano, o governo de Dilma Rousseff também conseguiu aprovar a privatização da previdência do servidor público, acabando com a integralidade e criando o FUNPRESP, que nada mais é do que um fundo complementar de previdência privado, ao qual o servidor vai ter que recorrer para complementar seu salário após a aposentadoria.

Não bastassem esses ataques, desde 2008 não há recomposição nos salários, e mesmos os acordos firmados com algumas categorias no ano passado, ainda não foram aprovados no Congresso Nacional. Ou seja, com os governos petistas é assim: chumbo grosso para cima dos servidores federais; congelamento dos salários, privatização na saúde e previdência e retirada de direitos!

Não há paciência que resista a tamanhos ataques e a dos servidores federais se esgotou. Após várias reuniões com os representantes da Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, sem que nenhuma das reivindicações tenha sido atendida, os servidores federais decidiram paralisar suas atividades em todo o Brasil nesse dia 25 de abril, em protesto contra a política do governo Dilma-PT para o setor público. A decisão, tomada pelo Fórum Nacional, que reúne 28 entidades dos servidores federais mais as centrais sindicais, CSP-CONLUTAS, CTB e CUT, é uma sinalização para o governo de que a categoria não está para brincadeira e vai no sentido de ampliar o processo de mobilização para construir a greve geral por tempo indeterminado no serviço publico federal, ainda neste semestre.

A CSP-CONLUTAS é uma das entidades mais atuantes no fórum dos servidores federais e não só apoia a luta dos servidores federais como coloca todo o esforço de suas entidades filiadas para construção dessa paralisação nacional. É preciso mostrar para o governo Dilma-PT que sua política econômica, voltada para os interesses dos grandes empresários, banqueiros e latifundiários, encontra forte resistência da classe trabalhadora. Tem sido assim nas grandes obras do PAC e da Copa do Mundo, onde os operários da construção civil lutam contra as péssimas condições de trabalho e os baixos salários e se expressa também na resistência e luta dos servidores federais contra a retirada de seus direitos e os cortes no orçamento da União, que prejudicam a prestação de serviço de saúde e educação para a população carente de nosso país.
Operários da construção pesada na Bahia cruzam os braços

Greve atinge 30 mil operários, de quase 300 obras em todo estado





• Os operários da construção civil da Bahia realizaram, no dia 12 de abril, uma assembleia massiva no canteiro de obra do Estádio de futebol da Fonte Nova. Diante da intransigência da patronal, que se recusa atender as reivindicações dos trabalhadores, os operários decidiram entrar em greve geral. As principais obras de infraestrutura da Bahia estão paralisadas, entre elas a Arena Fonte Nova, a Via Expressa, a Via Bahia, o Polo Naval, as obras da Ferrovia Leste-Oeste, Metrô etc. São 30 mil operários, de quase 300 obras em todo estado da Bahia, que se encontra em greve.
As principais reivindicações dos trabalhadores da construção pesada da Bahia são: reajuste de 13%, 40 horas semanais, com trabalho de segunda a sexta-feira, saúde e Segurança do Trabalho, Plano de Saúde para empregados e dependentes, cesta básica de R$: 250,00, PLR, Ajuste da tabela salarial de funções e OLT- Organização nos Locais de Trabalho.
As grandes empreiteiras baianas seguem desrespeitando o Compromisso Nacional Para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção, um acordo anunciado no dia 1° de março de 2012, e que impõe alguns limites à super exploração dos trabalhadores da construção civil. Mesmo depois desse acordo, que ainda não foi colocado em prática na maioria das obras do país, a situação dos operários segue a mesma.
Só no ano de 2012, cerca de 150 mil operários da construção pesada cruzaram os braços exigindo melhores salários e condições de trabalho dignas. Nos estádios de futebol, que estão sendo preparados para a Copa, já somam 20 greves desde fevereiro de 2011. Nos primeiros quatro meses de 2012 foram cinco paralisações em distintos estádios do país. Em cada uma dessas obras os operários da construção estão lutando pelas mesmas coisas.

A disposição é de intensificar as lutas
Desde o dia 12 de abril, os trabalhadores vêm realizando assembleias e mobilizações no centro de Salvador. A disposição da categoria é seguir a luta até o atendimento das reivindicações.
Para ampliar as lutas e pressionar ainda mais a patronal é preciso que o SIMTEPAV, filiado à Força Sindical, busque unidade com os distintos setores sociais, principalmente com aqueles que nesse momento estão em greve, como os professores do estado.
Os operários da construção civil em todo o país estão mostrando o caminho para mudar a dura realidade nas grandes obras do PAC e da Copa do Mundo. Frente a isso devemos exigir imediatamente do Governo Dilma e das empreiteiras:



  • Efetivação desse acordo nacional em todas as obras;
  • Aumento geral dos Salários
  • Um piso nacional e o mesmo salário, no país inteiro, para os profissionais;
  • Cesta básica com valor igual em todo país;
  • Folga (baixada) de 5 dias a cada 60 dias trabalhados, com passagens aéreas pagas pelas empresas;
  • Plano de saúde com cobertura nacional para todos os nossos familiares;
  • Eleição de representantes sindicais de base em cada obra, com direito a estabilidade no emprego;
  • Saúde, Segurança, Condições de Trabalho, alojamento, transporte e refeição de qualidade;
  • Nenhuma demissão
    Fonte: site do PSTU Bahia
  • quarta-feira, 18 de abril de 2012

    Governo Anastasia/Gazolla ataca o Sind-ute

    O governo de Minas abriu, em seu site, guerra aberta contra o sind-ute e utiliza, mais uma vez, dinheiro público para distribuir mentiras ou meias verdades, desta vez, por meio de rede social.
    Há alguns meses  atrás a SEE  tentou, em seu site, colocar a parte da categoria que foi  efetivada pela lei 100 contra o sindicato através de um texto maldoso no qual colocava nas entrelinhas  o governo - esse que não paga o piso, que suspende férias prêmio e  licenças para formação, que cria turmas multiseriadas, que manda fechar turmas, que cria o módulo II etc.etc.etc. -  como o  grande pai protetor desses (as) educadores (as) e o sindicato como algoz.
    Na penúltma semana o site informou que a SEE lançou na ALEMG - aquela cujos deputados votaram no final do ano passado a lei que nos retira direito de biênio, quinquênio, que diminui o percentual de mudança de nível e grau etc.etc.etc. - o Forum da Educação Pública, com grande alarde, de forma cínica,  como se fosse a guardiã da qualidade da educação em nosso estado e ainda achou-se no direito de irritar-se com a presença de educadores que foram lá protestar e não permitiram que a representante do governo falasse as baboseiras  que já não suportamos mais ouvir.
    Por fim, nessa semana a SEE na continuidade dessa política rasteira de difamar a entidade representativa dos educadores mineiros, e no afã de legitimar-se nessa campanha colocou no site duas pérolas: a primeira foi a gravação de uma entrevista com o professor da UFMG Rudá Ricci,  na qual ele elogia a política de turmas multiseriadas, diz que os professores são mal preparados, que não há relação entre professor bem pago e bom rendimento dos alunos, que no japão a educação é ótima e tem 50 alunos por sala, que o sindicato só pensa em melhorar salário sem preocupação pedagógica etcetcetc. Enfim, o professor universitário, que na entrevista, além de auto elogiar-se elencando seus títulos e faz questão de dizer que já foi condecorado pelo governo de Minas, é utilizado pelo governo para referendar seu projeto de destruição da escola pública.
    A segunda pérola é um documento que está no site intitulado: "que fique bem claro", no qual a SEE "esclarece" acusações feitas pelo sindute num dossiê sobre a situação da educação no estado.
    Nesse documento, que é extenso, o governo Anastasia/Gazolla dá respostas genéricas sobre as condições das escolas, limite de alunos por sala de aula, professores sendo obrigados a dar aulas sem formação específica, pagamento do piso salarial, 1/3 da jornada, a proibição dos educadores merendarem nas escola, suspensão das férias prêmio, pagamento de reposição de greve etc. O texto é superficial nas respostas a essas questões, mas no ataque ao sindicato e no elogio ao governo  é profundo.
    Nós, trabalhadores em educação de Minas, temos entre nós divergências em relação a direção estadual do nosso sindicato. Há grupos que  defendem a direção incondicionalmente, outros a apoiam críticamente, outros a rejeitam  e outros, como nós da subsede de Juiz de Fora fazem oposição organizada e permanente, e isto é legítimo dentro da democracia que deve existir num movimento de trabalhadores. No entanto, não podemos permitir que o governo de Minas que é o nosso grande inimigo, que tem há anos uma política deliberada de destruição da escola pública e agora, de destruição também da nossa organização, para poder nos oprimir e nos explorar ainda mais, continue com essa campanha de difamação pública de nossa entidade.
    A direção estadual precisa preparar imediatamente uma resposta a esse ataque em todos os meios de comunicação, junto aos movimentos sociais e à outras entidades sindicais. As centrais sindicais que apoiaram a nossa greve devem fazer junto às suas bases, em seus jornais, sites, blogs etc denúncia dessa campanha do governo. É preciso a unidade e a reação da classe trabalhadora para calarmos essa campanha difamatória contra nossa entidade.

    segunda-feira, 16 de abril de 2012

    MST invade sede do ministério do Desenvolvimento Agrário


    BRASÍLIA - O prédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Brasília foi invadido no início da manhã desta segunda-feira por um grupo de militantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). De acordo com os manifestantes, cerca de 1,5 mil pessoas protestam contra a diminuição de investimentos em desapropriações de terras no país por parte do governo federal. Segundo a Polícia Militar, o número de invasores não passa de 300.
    De acordo com informações publicadas no site da organização, a mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, conhecida como "Abril Vermelho". Na terça-feira, estão programadas atividades de vigília em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e um ato público na Câmara para relembrar a morte de 21 sem-terra em Eldorado dos Carajás, há 16 anos.
    Entre as principais reivindicações dos trabalhadores, estão a elaboração de um plano emergencial para o assentamento das mais de 186 mil famílias acampadas e a criação de um programa de desenvolvimento dos assentamentos, com investimentos públicos em habitação rural, educação e saúde, além de crédito agrícola.
    - O primeiro ano do governo Dilma foi o pior para a criação de assentamentos dos últimos 16 anos. Agora em abril, o Ministério do Planejamento cortou mais de 60% do orçamento do Incra, o que deve inviabilizar os programas de assistência técnica e educação. Não podemos admitir que a burocracia do governo corte as verbas relacionadas à melhoria da produtividade e à educação, compromissos sempre tão reforçados nos discursos da presidenta Dilma - afirma Alexandre Conceição, da Direção Nacional do MST.

    MST faz mais cinco ocupações de terra em PE

    vimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupou mais cinco propriedades em Pernambuco, totalizando seis áreas invadidas na atual Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária - o Abril Vermelho.
    De acordo com a coordenação regional, além da fazenda Serra Grande, no município de Gravatá, no agreste, ocorrida no sábado (14), as ocupações ocorreram, até a madrugada desta segunda, em fazendas do sertão e do agreste - Garrote Bravo, em Ibimirim, Fruit Vita, em Petrolina, Cedro, em Ipubi e Amargoso, em Bom Conselho, e Condado, em São Bento do Uma.

    O movimento alega que as áreas são improdutivas. De acordo com um dos seus dirigentes, Florisvaldo Alves, dos 1,3 mil hectares da fazenda Fruit Vita, a fazenda ocupa apenas 200 hectares para produção de manga irrigada para exportação.

    Abril Vermelho. MST realiza várias ações para pressionar o governo Dilma a fazer reforma agrária.

    Se as terrras improdutivas dos grandes latifúndios e as terras ocupadas pelo agronegócio, que gera pouco emprego e polui muito por causa do uso indiscriminado dos agrotóxicos, forem divididas entre trabalhadores do campo que não tem onde plantar e da cidade que não tem onde morar, estarão resolvidos boa parte dos problemas sociais que assolam as grandes cidades do nosso país.
    A violência urbana causada pelo desemprego ou subemprego, pela fome, pela falta de espaço público para vivências culturais e de lazer, pela precariedade da oferta de educação e  saúde, pelos baixos salários que não supre as necessidades básicas do trabalhador etc. sofrerão uma grande diminuição se as populações das regiões campesinas tiverem condições de ter uma vida digna plantando e comercializando a sua produção para o sustento da sua família e para o suprimento de alimentos nas cidades. Para isso é necessário vontade política da presidente Dilma de enfrentar as oligarquias rurais, os grandes proprietários, os especuladores de terras e fazer a reforma agrária.
    Enquanto isso não ocorre os trabalhadores rurais sem terra pressionam o governo.

    domingo, 15 de abril de 2012

    A copa do mundo de 2014 será no Brasil, mas para poucos brasileiros. A mídia sensacionalista, vendida e ufanista tenta fazer a população acreditar que a copa em nosso país será bom para os brasileiros.Vejam nas tres matérias abaixo um pouco da realidade que já vivem os trabalhadores. Imaginem quando chegar 2014.

    “Fui tratado como cachorro”, diz ex-funcionário da Arena Amazônia

    Por Andrea Dip




    Após denúncia ao Ministério Público, trabalhadores da Arena Amazônia fazem paralisação e são demitidos. A Pública falou com dois ex-funcionários da obra. Ambos falam em descaso e assédio.
    mecânico V. (que não quer se identificar por temer represálias), 43 anos, trabalhou durante um ano e um mês nas obras da Arena Amazônia em Manaus. Hoje, move um processo contra a empresa Andrade Gutierrez por danos morais. Ele entrou em contato com a Pública após a publicação da entrevista com o procurador do Ministério Público do Trabalho, Jorsinei Dourado, a respeito da denúncia de 500 trabalhadores da Arena sobre maus tratos sofridos no emprego.
    V. diz que hoje toma remédios controlados para depressão e ansiedade, além de ter ficado com danos irreversíveis na coluna devido a uma lesão que sofreu na obra por carregar muito peso: “Mandaram quatro mecânicos embora e eu tive de fazer o trabalho deles sozinho” conta. Ele também diz que quebrou o dedo em um acidente de trabalho e, além de não ter sido socorrido, descobriu que não tinha convênio médico – apesar do valor correspondente ao benefício ter sido descontado do salário durante todos o período em que trabalhou lá: “Quando fui questionar a chefia sobre isso, fui demitido” lembra V., que hoje faz entregas com sua pick up para sobreviver.
    “Não tenho curso superior, mas sei como o ser humano deve ser tratado e lá eu fui tratado como cachorro”
    O advogado de V., Aron Pereira Whibbe, diz que seu escritório cuida de cerca de 15 ações movidas contra a Andrade Gutierrez por trabalhadores de obras da Copa em Manaus: “Danos morais, acúmulo de função, não pagamento do plus salarial e desvio de função, são os motivos principais” descreve. “No caso de V. nós estamos pedindo a reintegração, já que ele foi demitido após sofrer um acidente no trabalho e isso é proibido por lei; o pagamento destes salários que ele deixou de receber e danos morais”. Whibbe diz que a Andrade Gutierrez não costuma se manifestar ou discutir acordos: “Ela sempre recorre e leva até a última instância. Ao menos é isso que fez até agora”.
    No dia 22 de março, cerca de 150 funcionários da Arena entraram em greve reivindicando ajustes salariais, o pagamento correto de horas extras e o fim do assédio por parte dos patrões. Aos jornais locais, os trabalhadores reafirmaram sofrer humilhações e ameaças constantes de demissão. A investigação por parte do MPT-AM, que dá continuação à advertência emitida em fevereiro, segue em sigilo.
    Nesta quarta- feira (28) a Andrade Gutierrez se reuniu pela segunda vez com o Ministério do Trabalho e Emprego do Amazonas (a primeira foi no dia da paralisação, quando a empresa teria acordado dentre outras coisas a não demitir os funcionários) e, segundo o superintendente do Trabalho e Emprego do Amazonas, Dernilson Chagas, concordou em reajustar os salários e benefícios dos trabalhadores.
    O Fórum Popular da Copa de 2014 em Manaus, que estava presente na última reunião, afirmou que cerca de 200 funcionários grevistas foram demitidos por conta do ato. E que mesmo com a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho, a construtora alegou que não seria possível readimiti-los por questões técnicas. A Pública conversou com um destes trabalhadores, o marceneiro Levy (que preferiu não dar o sobrenome). Ele confirmou as demissões: “Eles desceram, pegaram os nossos crachás e tivemos que ir embora. Nos trataram como capachos. Foram muitos pais de família demitidos e eles tinham prometido que não iriam demitir” disse por telefone.
    O superintendente Dernilson falou em 48 demissões, todas por justa causa: “A empresa diz que acabaram as atividades destes trabalhadores na empresa”.
    Leia a entrevista com V:
    Quanto tempo o senhor trabalhou nas obras da Arena Amazônia?
    Durante um ano e um mês. Hoje eu tomo 3 remédios controlados por causa da situação que passei lá: para a cabeça, para a coluna e para ansiedade. Também faço fisioterapia porque tive danos na lombar por carregar muito peso.
    Mas por que carregava tanto peso?
    Porque mandaram quatro mecânicos embora e eu fazia o trabalho deles. Trabalhava com caminhões, era pesado: de segunda a sábado das sete e meia da manhã às cinco da tarde, com pausa para o almoço às 10 da manhã. Mas este não foi o único acidente. Eu também quebrei o dedo na obra e não só não fui atendido como eles não fizeram a CAT (comunicado de acidente de trabalho). Tive de procurar um hospital público porque descobri que não tinha convênio médico, apesar de ter direito. Não me deram nenhum dia de folga.
    Se o senhor tinha direito ao plano de saúde, porque não pôde ser atendido em um hospital do convênio?
    Pois é, fui questionar a assistente social e ela mesma me disse que eu poderia processar a empresa, porque eu tinha esse direito. Aí fui perguntar para o meu chefe e ele disse que tinham esquecido de me dar o contrato do plano para assinar! Quando disse que procuraria meus direitos eles me demitiram. Nem poderiam me demitir, porque quando a gente sofre acidente no trabalho, ganha uma licença e fica seguro no emprego por um ano. Mas eles não respeitam nada. Tenho tudo documentado, tudo isso provado. O diretor chegou a me chamar para pedir desculpas e perguntar se eu tinha denunciado a empresa para o Ministério do Trabalho. Disse que não, mas que conhecia meus direitos. Fui demitido.
    Como era o clima de trabalho lá?
    Era ruim. Eles trabalham com metas então a gente tinha cumprir de qualquer jeito. Era uma pressão muito grande. Por isso tanta gente denunciou a empresa por assédio. Eu vi gente se socar lá dentro. Mas eles abafam essas coisas. Um dia que não esqueço mais foi quando eles me deram uma camisa da FIFA. Aí fui trabalhar com ela, passei pelo meu chefe, pelo moço do Recursos Humanos, pelo porteiro e ninguém disse nada. Quando estava no refeitório, com mais de 200 pessoas, meu chefe, o rapaz do RH e um segurança foram me tirar do almoço dizendo que eu não podia trabalhar com aquela camisa. Na frente de todos, foi a maior humilhação. Olha, eu não tenho curso superior mas sei como o ser humano deve ser tratado. E lá eu fui tratado como cachorro.
    E o processo, como anda?
    A audiência vai ser em junho e eu espero que a empresa pague pelo que fez. Não está certo. Eu faço fisioterapia até hoje, tomo esses remédios controlados, minha vida virou um inferno. Tenho 43 anos e sou mecânico mas tenho que fazer carreto para sobreviver por causa dos danos na coluna.
    O blog Copa Pública é uma experiência de jornalismo cidadão que mostra como a população brasileira tem sido afetada pelos preparativos para a Copa de 2014 – e como está se organizando para não ficar de fora.